Se você é fã de Tim Burton desde os tempos de “Os Fantasmas Se Divertem”, provavelmente vai se apaixonar por “O Lar das Crianças Peculiares”, novo filme do diretor que estreia nesta quinta-feira, dia 29. Isso porque a aventura, inspirada no livro “O Orfanato da Sra. Peregrine Para Crianças Peculiares” de Ransom Riggs, traz de volta os melhores traços da obra do cineasta, que andavam um pouco apagados desde que o ultra-colorido “Alice no País das Maravilhas” (2010) marcou sua entrada no mundo do CGI (imagens geradas por computador).
Em “O Lar das Crianças Peculiares”, um garoto (Asa Butterfield) visita o antigo orfanato onde seu avô dizia morarem crianças com poderes extraordinários. O lugar está destruído, mas ele logo descobre que seus habitantes estão vivos, vivendo num único dia ensolarado em 1943 que se repete infinitamente graças ao poder da Senhora Peregrine (Eva Green).
O filme acompanha as aventuras desse grupo e explora cada “peculiaridade” (uma garota é tão leve que precisa usar botas de chumbo para não voar; outro pode dar vida a criaturas inanimadas) com uma curiosidade infantil que é a cara do diretor. É só lembrar de filmes como “Frankenweenie”, “Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas” e até “Batman” – Tim Burton sempre privilegiou a criatividade infantil à lógica adulta.
De outros filmes, Burton resgata o clima sombrio, os personagens monstruosos, o conflito entre fantasia e realidade e até suas origens no stop-motion, com duas cenas que vão arrancar gritinhos dos fãs das antigas. Quanto aos efeitos digitais, mesmo com toda a magia eles não se sobressaem, permitindo que o filme tenha o visual retrô de que necessita.
“O Lar das Crianças Peculiares” é uma pedida obrigatória para quem procura um filme mágico, cheio de aventura e com o toque bizarro que você já conhece do diretor americano – mas sem excessos. Desta vez, ele segurou a mão no estilo, caprichou na fantasia e acertou em cheio.
Atualizado em 27 Set 2016.