Na tentativa de fazer uma metáfora de todas as guerras, Godard fez tudo fictício demais: não sabemos em que país vivem os camponeses, por que seu reino está em guerra ou quem são os inimigos (em um certo momento, eles encontram uma guerrilheira comunista e, antes de matá-la, deixam que ela recite um poema pacifista). Da Itália, os soldados vão de caminhão para a Polônia, depois para o Egito, e ainda têm um tempinho para ir aos Estados Unidos e ao México (e o mundo inteiro fala francês). Também não se sabe por que a guerra termina. Uma eventual narração em "off" contando sobre a guerra é substituída por letreiros extraídos de cartas verdadeiras de soldados franceses, escritas entre o período napoleônico e a Segunda Guerra Mundial. A verdade é que, em temos de filmes de guerra, na década de 60 já se fazia coisa bem melhor. E, quanto a filmes pacifistas, prefira A Grande Ilusão. Um detalhe técnico importante para a platéia brasileira que não fala francês: as legendas brancas tornam alguns diálogos impossíveis de entender.
Tempo de Guerra
Diretor: Jean-Luc Godard
Elenco: Eve
País de origem: FRA
Ano de produção: 1963
Classificação: 16 anos