Poderia ser simplesmente porque existem muitas armas; mas, no Canadá, a proporção é quase a mesma, e os assassinatos muito mais raros. Talvez seja o passado de guerras; mas a Alemanha, a França ou o Japão não têm os índices de homicídio norte-americanos. E a desagregação da família? O índice de divórcios na Inglaterra é parecido ao dos Estados Unidos, mas o número de mortes com armas de fogo é bem menor. Moore não aponta respostas definitivas, mas traz muita coisa para se pensar, especialmente sobre a cultura do medo que predomina nos Estados Unidos (a animação sobre a história do homem branco na América, feita pelo mesmo criador de South Park, é impagável e vale o ingresso do cinema).
Quem não conhecia Michael Moore ficou conhecendo na noite do Oscar de 2003, quando Tiros em Columbine levou a estatueta de melhor documentário e Moore fez um violento discurso atacando a guerra de George W. Bush no Iraque. Aparentemente, Charlton Heston também não conhecia Moore direito: as cenas finais do filme trazem uma entrevista com o velho Moisés, agora lobista a favor do porte de armas e que teve a audácia de participar de manifestações da Associação Nacional do Rifle dias depois do massacre em Columbine e de uma outra tragédia envolvendo armas e um menino de 6 anos em Michigan. Ao ouvir suas respostas, é difícil acreditar que não haja algo de muito errado com o seu país.
Tiros em Columbine
Diretor: Michael Moore
País de origem: EUA
Ano de produção: 2002