Agosto chegou e com ele o Dia dos Pais. Essa data nos convida a reflexões sobre a difícil arte da paternidade responsável. Os dias de hoje mostram muito mais a família moderna, que a tradicional união entre pais e filhos. Casais separados, filhos que só vêem os pais com datas determinadas pela justiça e outros fatores que muitas vezes atrapalham a criação e o crescimento emocional daquele filho como um cidadão sem traumas.
Que bom seria se todos pudessem falar do pai com boas lembranças, como felizmente é o meu caso. Lamentavelmente, muita gente ainda carrega mágoas profundas da falta de um pai amoroso e verdadeiramente presente. Para uma análise mais detalhada sobre os pais, eu os dividi segundo alguns perfis:
Pai ausente: O pai ausente gera nos filhos certa mágoa pelo vazio que deixa na relação, como há o pai ausente "de corpo", mas presente "de alma", aquele que não vive com o filho, mas que mantém seus vínculos afetivos com ele, por meio de cartas, telefonemas, e-mails, fazendo com que a criança se sinta mais segura e equilibrada.
Pai rígido: É aquele pai que pauta as suas atitudes no autoritarismo, que não se atualiza, não aceita opiniões, e tenta impor aos seus filhos os modelos antigos de educação - "No meu tempo..." Não sabe escutar, muito menos dialogar. Para os filhos, ter um pai rígido não é uma experiência positiva, porque eles acabam aprendendo a ter dois tipos de comportamento - um na frente do pai e outro quando se sentem à vontade. É um tipo de educação em que o pai tenta impor respeito, mas consegue só impor o medo, porque longe dele os seus filhos costumam desrespeitá-lo e desobedecê-lo.
Pai herói: Felizmente, é um perfil de pai em extinção, porque sabemos o quanto é sofrido para um pai ter que ser o eterno herói para os seus filhos. O pai herói é aquele que procura manter a aparência de que é forte e capaz de suportar todas as asperezas da vida, passando para os seus filhos uma falsa imagem da realidade, que acaba por se desfazer, com muita decepção dos filhos, quando estes entram na adolescência. Para os filhos, não é saudável ser criado por um pai herói, porque crescem com uma visão distorcida de que "homem não chora", "homem não tem medo de nada", "homem tem que ser forte." Além desta ser uma postura nada saudável para os pais, é um péssimo exemplo para os filhos.
Pai amigo: Este é o pai moderno, companheiro, interessado pela vida dos seus filhos, que sabe o momento certo de escutar e o de falar. O pai amigo sabe manter a sua autoridade e o respeito por meio do diálogo sincero, da atenção carinhosa, do afeto bem dosado. Este é o modelo de pai que realmente é capaz de fornecer a segurança emocional que todo filho necessita e merece.
E, finalizando, uma dica importante: estudos comprovam que quem vive em desequilíbrio financeiro é porque carrega muitas mágoas dos seus pais (pai ou mãe) ou aqueles ligados a sua criação. Então, mesmo que você não tenha sido um filho feliz, para a sua própria prosperidade financeira e para a sua leveza de alma, perdoe os seus pais! Eliana Barbosa é Consultora em Desenvolvimento Humano e Empresarial, articulista do JORNAL DA MANHÃ (de Uberaba - MG), autora do livro ACORDANDO PARA A VIDA (Novo Século Editora), produtora e apresentadora do Programa POSITIVO, na TV Universitária - Rede Minas, com dicas de como viver melhor, e ministra palestras e cursos transformacionais sobre desenvolvimento pessoal e profissional.