Guia da Semana

Getty Images


Que homem nunca passou pela embaraçosa situação de falhar na hora H? A impotência dá medo, mas a recíproca também é verdadeira: medo causa impotência. Seja pelo excesso de álcool, ansiedade ou insegurança, quando a disfunção erétil passa a acontecer com freqüência, o homem precisa de ajuda para descobrir a raiz da complicação, seja ela psicológica ou orgânica. Impotência sexual não é o fim do mundo e resolver o problema é mais simples do que falar sobre ele!


Impotência é uma disfunção erétil que incapacita o homem a obter ou manter ereções suficientemente rígidas para a penetração vaginal, impedindo a satisfação sexual.



Getty Images
Segundo o psiquiatra do Hospital das Clínicas e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, o Dr. Alexandre Saadeh, a disfunção erétil pode ser tanto um problema psíquico, em sua maioria, quanto orgânico, "Pode ser os dois. Diabetes, problemas vasculares e hipertensão, assim como questões de valor cultural ou religioso, medo e stress; são responsáveis pela complicação." Não é uma regra geral, mas na maioria dos casos, as causas psicológicas estão vinculadas aos mais jovens, enquanto os problemas fisiológicos, aos homens de mais idade. "A média de idade dos homens que enfrentam o problema vai dos 30 aos 40 anos.", explica o psiquiatra.

Fatores que provocam a impotência:
? Orgânicos:

Doenças vasculares que causam entupimento das artérias e veias, prejudicando a chegada do sangue ao pênis;

Falta do hormônio masculino testosterona, que começa a declinar a partir dos 45 anos de idade, mas é essencial para a ereção;

Patologias que comprometem o sistema nervoso, como a diabete melitus;

Rompimento da estrutura, uma espécie de fratura do pênis, em decorrência de acidentes;

Insuficiência veno-oclusiva, quando o corpo cavernoso se enche de sangue mas não distende o suficiente para comprimir as veias contra a parede do pênis;

Assimetrias do corpo cavernoso, decorrentes de má formação congênita;

Fumo, álcool e alguns medicamentos.


? Psicológicos:

Ansiedade;

Insegurança;

Dificuldade em criar vínculos afetivos;

Conflitos relacionados à figura paterna;

Liberação da mulher moderna;

Depressão;

Medo de contrair o vírus HIV.



Além das implicações já relacionadas, um dos grandes vilões da impotência, segundo o Dr. Saadeh, é a camisinha, o maior aliado na medicina na contenção das doenças sexualmente transmissíveis. "O uso do preservativo atrapalha alguns homens. Além de diminuir a sensibilidade, pode interromper a ereção. Como solução, o homem deve buscar brincadeiras e atividades com o uso da camisinha. Ela deve ser usada sempre.", recomenda.

Getty Images
Embora o assunto seja um tabu entre os mais prejudicados por ele, o psiquiatra ameniza a gravidade do problema e conta que esporadicamente, brochar é normal. "Às vezes, o homem não se sente suficientemente estimulado. Álcool em excesso e stress também contribuem para a diminuição do prazer." Reforça que só é caracterizado como disfunção erétil quando há repetição freqüente do problema. Nesse caso, o homem deve buscar ajuda médica, de um urologista, para descobrir o que está causando a impotência e iniciar tratamento.

Tratamentos

Getty Images


A disfunção erétil quase sempre tem cura. Existe um tratamento específico para cada tipo de problema que deve ser indicado por um especialista após o diagnóstico do problema. Os recursos vão desde a psicoterapia até injeções e próteses sofisticadas. Atualmente, a cirurgia não é tão comum, mas existe a possibilidade de colocação de prótese no lugar do corpo cavernoso do pênis - parte interna do órgão - nos casos mais extremos. Também não é a primeira providência a ser tomada.

Outra forma de tratamento são as auto-injeções no pênis. O paciente aplica o medicamento em si mesmo momentos antes da relação e, após cerca de cinco minutos, o remédio começa a fazer efeito. Mas como alguns homens têm certa resistência a agulhas, o método mais prático e eficaz contra a impotência é a medicação, que resolve a maioria dos casos quando receitados.

Getty Images
Hoje no mercado já existem alguns tipos de medicamentos, como o precursor e famoso Viagra, o Ciális, o Levitra e o novo Eleva. Todos são ligados ao desejo sexual e precisam de receita médica. Não existe restrição ao uso. "É claro que não se deve tomar cinco comprimidos de uma vez. A única exceção é para quem toma remédios cardíacos. É por isso que os homens devem sempre procurar um médico, antes de tomar qualquer providência.", explica o psiquiatra. A freqüência é indicada pelo médico após um estudo de cada caso. Alguns comprimidos podem causar efeitos colaterais, principalmente rubor e dor de cabeça. Nessas ocasiões, basta experimentar outro tipo de medicamento entre os existentes.

Em relação ao consumo da droga com álcool para fins recreativos, ou seja, para homens que não são impotentes, mas acreditam que assim vão melhorar seu desempenho sexual, Saadeh afirma que qualquer mistura de efeitos de drogas é complicado. "É balela dizer que melhora muito. Aqueles que passam a consumir o medicamento toda a vez que vão ter uma relação sexual podem se tornar dependentes."

Investigação
A reportagem do Guia da Semana fez um teste para saber se as farmácias respeitam de fato a aquisição dos medicamentos para impotência mediante apresentação de receita médica. Um estabelecimento situado na Av. Paulista não só não pediu receita, como quando indagado sobre a necessidade da mesma, ainda afirmou que não era preciso, que eles vendiam assim mesmo. O preço do remédio também surpreendeu: R$ 54,00 a caixinha com dois comprimidos de 50 gramas e R$ 94,00 a caixinha com quatro de 25 gramas.



Atualizado em 6 Set 2011.