Fotos: divulgação |
Com o sonho de ser atriz, ela saiu do interior de São Paulo e partiu para a capital quando completou 17 anos. Desde então, além de conquistar o seu próprio sustento, também conseguiu realizar o desejo de ser artista, a única coisa que mudou foi o seguimento em que atua. Com DRT (registro para a classe artística), ela virou Morgana Dark, a bruxa erótica, que já fez mais de 200 filmes pornôs.
Ajeitando e organizando tudo em seu novo apartamento, ela conversou com o Guia da Semana e revelou alguns segredos que estão disponíveis somente em dois lugares. Aqui no site ou no livro Feitiço de Eros, escrito por ela. Pois é, além de atriz, Morgana é escritora, diretora e produtora de filme pornô. Veja!
Guia da Semana: Com quantos anos você começou a fazer filme pornô?
Morgana Dark: Comecei com 24 anos, mas na verdade eu sou atriz e tenho a minha DRT, já gravei outros tipos de filmes. O mercado erótico é muito mais fácil de entrar por ser um espaço pouco procurado, nem todas as mulheres querem fazer esse tipo de trabalho.
GDS: Quando tomou a decisão, como sua família ficou sabendo e qual foi reação?
MD: Desde os 17 anos eu sou independente, mudei da minha cidade e me sustento. Quando fiz o meu primeiro filme, não contei para ninguém, só que a minha foto saiu na capa e meus pais ficaram sabendo. Eu não imaginava que iria repercutir tanto. Foi um susto para mim e para eles.
GDS: Como é a sua relação com eles hoje?
MD: Hoje é tudo mais tranqüilo, eles sabem que sou profissional e me respeitam bastante. Com a minha mãe eu converso sobre as coisas que acontecem diariamente. Já com o meu pai, eu não entro em detalhes, ele é mais fechado, mas também me trata normal.
GDS: O que você fazia antes?
MD: Antes eu trabalhava com comunicação visual, tinha a minha própria empresa, mas ela faliu. Eu também participei do concurso A Nova Loira do Tchan e fiquei entre as quatro melhores. Depois disso, trabalhei como acompanhante durante uma semana, mas não me sentia bem com aquilo e parei.
GDS: Por que resolveu trabalhar nesse ramo?
MD: Então, foi uma junção de acontecimentos, minha empresa tinha falido, eu estava sem dinheiro e tinha acabado de terminar o meu relacionamento que durou oito anos com uma mulher. Eu queria muito ingressar no meio artístico. Aí, no prédio em que eu morava tinha um ator pornô, ele me convidou para fazer um filme, no começo fiquei um pouco receosa, mas depois eu me acostumei.
GDS: Quantos anos você tinha na sua primeira vez?
MD: Eu perdi a virgindade com a minha namorada, foi com ela que tive a minha primeira relação aos 15 anos. Só que existia a curiosidade de experimentar com um homem, isso aconteceu quando eu tinha 18 anos. Acabei traindo a minha namorada.
GDS: O público masculino reconhece e mexe com você na rua?
MD: Aqui na cidade de São Paulo, por natureza, o povo é mais contido, eles olham, mas não falam nada. Por outro lado, quando eu vou para o interior, o pessoal me olha com um pouco mais de espanto, como uma pessoa famosa na cidade, só que com muito respeito.
GDS: O que você não faria em um filme pornô?
MD: Acho que cada um tem o seu limite. Eu não faria coisas bizarras, como sexo com animais e não faria sadomasoquismo ao "pé da letra". Já fiz um filme que encenava um estupro, como o ato em si é um crime, eu não faria novamente.
GDS: O que você ainda deseja fazer?
MD: Eu já fiz e vi bastante coisa, mas tem uma que ainda não foi feita no Brasil. Quero fazer um filme com tripla penetração, pode ser dois na frente e um atrás ou vice-versa.
GDS: Qual a grande dificuldade dessa profissão?
MD: Como atriz, não vejo mais nenhum problema, só que agora eu sou diretora e produtora, nessa área de atuação ainda sou iniciante, então encontro dificuldade para a distribuição e divulgação do filme.
GDS: Você também trabalha em uma casa de swing, não é? Como funciona?
MD: É, eu trabalho há dois anos em uma casa de swing, em Moema. Lá, comando as noites de terça, com shows de stripper e pole dance. Eu recebo os casais que gostam de fazer o swing feminino (o sexo começa com duas mulheres e depois entra o homem), recepciono na porta, depois vou para a pista e começo a animação. Faço as mulheres se soltarem, as deixo bem à vontade e encho a bola delas. Depois da apresentação, todo mundo da casa vai para uma sala coletiva e lá dentro começa a suruba. Eu não me envolvo, só faço as coisas pegarem fogo.
GDS: Qual foi situação mais inusitada nesse trabalho?
MD: Teve uma vez que eu promovi a noite do fetiche, chegou um casal e a mulher do cara pediu que eu entrasse junto com eles em uma jaula que tinha na casa, quando estávamos os três juntos, ela começou a soltar o seu instinto dominadora, tomou conta da situação, começou a puxar o meu cabelo e me bater, mas tudo sem machucar. Era um fetiche dela, então eu deixei.
GDS: Você já encontrou esses freqüentadores na rua?
MD: Já encontrei sim, mas é tudo muito natural, os casais que vão a esse tipo de lugar são muito discretos, quando não podem falar em público, por um motivo ou outro, eles avisam e fica tudo certo.
GDS: Recentemente você lançou o livro Feitiço de Eros. Ele fala sobre o que?
MD: O livro fala sobre a minha história de vida. É uma autobiografia. Eu falo como entrei no ramo do pornô, conto minhas experiências sexuais de forma mais erótica e picante. Há algumas páginas lacradas com conteúdos mais bombásticos e algumas fotos. No decorrer do livro, eu também misturo muito a espiritualidade com o erotismo, até mesmo porque eu sou uma bruxa, então isso é muito normal.
GDS: Como surgiu essa idéia de ser bruxa?
MD: Isso já vem de outras vidas. Ser bruxa não é uma coisa do mau, ser bruxa é acreditar em energias naturais e fazer rituais para o bem, pelo menos na minha religião. Quando criança, eu sonhava com as coisas que estavam para acontecer, então eu sempre me interessei por esse assunto. Desde os 12 anos eu lia sobre isso.
GDS: Você já usou alguma magia na hora do sexo?
MD: No sexo existe uma troca de energia muito grande, mas eu nuca precisei usar nada. Já quando você pratica o sexo com sentimento, a magia acontece naturalmente. Existem alguns bruxos que esperam pelo dia 30 de abril, que é o casamento dos Deuses, a época fértil, para fazer sexo entre eles com o intuito de comemorar a data e trocar energias.
GDS: Os homens não ficam com medo de ter relação com você?
MD: Não, eles respeitam, mas a grande maioria nem acredita nesse lance de bruxaria. Então, para eles é normal.
GDS: Você acha que o seu envolvimento com o mundo pornográfico prejudica seus relacionamentos amorosos?
MD: Eu acredito que não. A pessoa que se sujeita a ficar comigo precisa ter a mente aberta. Os outros sempre fazem comentários sobre o filme quando estou com o meu marido. Eu sou casada há três anos, claro que ele tem ciúme, mas sabe que eu sou profissional. Ele também tem o trabalho dele, ele é dançarino e "go-go boy". O principal de tudo é o respeito que nós temos um com o outro. Dentro do trabalho eu sou Morgana Dark, fora dele eu me chamo Karen, sou uma pessoa normal.
GDS: Qual o tipo de homem que te atrai?
MD: Fisicamente eu gosto de homens mais novos e fortes, com um corpo bem malhado. Meu marido é assim. Agora o que importa mesmo é o sentimento, quero uma pessoa companheira e fiel, assim como eu sou.
GDS: Quais são os seus projetos profissionais?
MD: A princípio pretendo continuar nesse mercado, agora dirijo e faço os meus próprios filmes, mas também quero escrever mais livros. Não sou presa a nada e pretendo seguir vários caminhos, vou tentar de tudo.
Bate-bola Data de nascimento: 30/04/1979 Signo: Touro Cor preferida: Preto e rosa Hobby: Praticar esportes O que mais te irrita: Falsidade Cantor: Djavan Cantora: Claudia Leitte Pecado gastronômico: Qualquer tipo de massa Bebida: Vinho Parte do corpo que mais gosta nos homens: Peitoral Parte do seu corpo que acha mais bonita: Coxa Defeito: Ser boazinha demais Qualidade: Sinceridade e persistência Sonho de consumo: Mais do que um sonho de consumo, quero ser reconhecida nacionalmente. Frase: "Acredite em tudo e saiba que o universo conspira a seu favor". |
Atualizado em 13 Jun 2017.