Completando 70 anos, Roberto Carlos é o músico brasileiro que mais vendeu álbuns no mundo
Um rei que leva seus súditos a viverem muitas Emoções. Desculpem o clichê, mas falar de Roberto Carlos requer alguns trocadilhos que não podem ficar de lado; afinal, dificilmente as palavras aqui escritas não foram imortalizadas em alguns de seus sucessos. O cantor brasileiro que mais vendeu álbuns no mundo completou 70 anos no dia 19 de abril, após ter batido a marca de 50 anos de carreira em 2010, e continua a conquistar cada vez mais fãs e, claro, corações.
Isso não é por acaso. O cara correu a 120... 150... 200 Km Por Hora e Parou na Contramão. Em seguida, levou um tapa Splish Splash, criticou o aviso que dizia É Proibido Fumar, esbravejou em alto e bom tom em plena Ditadura Militar: Todos Estão Surdos e mandou tudo para o inferno. Ele seguiu em frente, viu Além do Horizonte, ficou conhecido como o Negro Gato de Papo Firme e reclamou que tudo que ele gosta é Ilegal, Imoral ou Engorda. Até encontrar as alegrias da vida nos Detalhes. Saiba o que torna Roberto Carlos o rei das multidões!
"...Lá não existem flores, tudo morreu pra mim..."
As Flores do Jardim da Nossa Casa (1969)
Encontrar quem, de alguma forma, não tenha sofrido uma influência do cantor, seja pela sua música, estilo ou atitude, é tarefa quase que impossível. Afinal, Roberto se faz gente como a gente e expõe suas alegrias e tristezas, que, aliás, andam paralelamente em sua vida. Ao mesmo tempo que colhia os louros de seus bem vividos 50 anos de carreira em 2010, foi obrigado a retornar de Nova Iorque, onde realizava um show comemorativo, para dar o último adeus a um de seus bens mais preciosos, a mãe Lady Laura.
Em 2011, depois de ser homenageado pela escola de samba Beija Flor e levar o título do carnaval carioca, o rei havia programado um show no Ginásio Álvares Cabral em Vitória, Espírito Santo, para celebrar os seus 70 anos de vida. Porém, o destino lhe surpreendeu novamente. Dessa vez, três dias antes do aniversário do pai, sua enteada Ana Paula Rossi sofreu um ataque cardíaco e faleceu aos 47 anos. De acordo com o site oficial do cantor, a apresentação foi remarcada para o dia 4 de junho, no mesmo local.
Foto: Reprodução
Romântico de natureza, o rei abala os corações de mulheres de todas as idades
"...Diferente da paixão, o amor é um sentimento. Está acima da razão e do passar do tempo..."
O Amor é Mais (2000)
Em plena forma e totalmente disposto a conquistar ainda mais - se isso é possível - a vida amorosa de Roberto não é segredo para ninguém. Isso faz com que ele se aproxime ainda mais de seu público, especialmente o feminino. Dono de um visual inconfundível, ele escancara seus sentimentos - nas composições, nas lágrimas e gestos - e se torna ainda mais amado pelas mulheres. E o truque, é fácil: ele apenas é Roberto Carlos.
Apesar da fama de pegador, Roberto se casou pela primeira vez em 1968 com Cleonice Rossi e teve dois filhos e uma enteada. A relação foi até 1979, mesmo ano em que iniciou um romance com a atriz Myrian Rios, com quem ficou junto por dez anos. Em seguida, sua primeira esposa foi diagnosticada com um tumor maligno de mama e Roberto mostrou doque é capaz por uma paixão: acompanhou de perto o tratamento com uma vigília, até que viu a mãe de seus filhos falecer em seus braços.
Em 1995, ele conseguiu dar a volta por cima e se casou novamente. Entre tantas que disputavam uma vaga em seu calhambeque, a pedagoga Maria Rita foi a sortuda. Até que novamente o câncer se faz presente na vida do cantor e sua mulher foi diagnosticada com a doença. O Brasil viu de perto o esforço de Roberto em acompanhar a esposa e o tamanho do amor que tinham um pelo outro. Porém, Maria Rita se foi em 1999 e Roberto iniciou uma fase depressiva em sua vida. Sem realizar shows e visivelmente abalado em suas apresentações, o rei se voltou para sua veia religiosa.
Foto: Reprodução
Roberto foi o grande galã da Jovem Guarda e sempre foi fã de carros possantes
"...Eu sou terrível, vou lhe dizer , que ponho mesmo pra derreter..."
Eu sou terrível (1967)
O estilo romântico do cantor envolve mulheres de todos os tipos. Aliás, ele não faz distinção: já cantou para as baixinhas, as gordinhas, as que usam óculos, as maduras. e, com certeza, todas aprovam. Seu calhambeque já levou grandes musas da Jovem Guarda, atrizes, cantoras e, dizem por aí, até mesmo passistas do samba. Os últimos rumores envolvem a cantora Paula Fernandes, que participou do último especial de fim de ano do cantor, e a rainha de bateria da Beija Flor, Raíssa Oliveira, que esteve próxima a ele nos ensaios e desfiles de carnaval.
O visual comportado dos anos 60, os megamullets de 80, a fase considerada brega da década de 90 e até suas últimas aparições arrancam suspiros de mulheres de todas as idades. Seja pela forma como ele canta o amor em suas músicas, o jeito tímido no palco e até mesmo o erotismo intrínseco em versos como: "Eu como e bebo do melhor / E não tenho hora certa / De manhã, de tarde, à noite / não faço dieta", do hit Cama e Mesa, fazem dele até hoje o marido ideal da mulherada - e uma fonte de inspiração para os caras.
"...Desde o começo do mundo que o homem sonha com a paz. Ela está dentro dele mesmo. Ele tem a paz e não sabe. É só fechar os olhos e olhar pra dentro de si mesmo..." Todos Estão Surdos (1971) Roberto Carlos aprendeu a tocar violão durante sua infância. Ganhou reconhecimento nacional nos anos 60, cantando samba-canção e bossa-nova como crooner. Foi nessa época que decidiu investir no rock, lançando Splish Splash, ao lado do inseparável parceiro Erasmo Carlos. Estourou nas paradas de sucesso com o LP É Proibido Fumar, que trazia os clássicos O Calhambeque, Parei na Contramão e Quero Que Vá Tudo Pro Inferno (o qual se recusa a cantar hoje). Em 1968, chegou o álbum O Inimitável, um divisor de águas em sua carreira, com influências da black music americana, reunindo sucessos como Se Você Pensa e Ciúme de Você. Na década de 70, com o fim da Jovem Guarda, Roberto começou a ganhar prestígio como intérprete romântico, emplacando hits como Detalhes, Como Dois e Dois e Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos (homenagem a Caetano Veloso durante seu exílio). Durante a década de 90, expandiu seu sucesso para mercados internacionais, superando os Beatles em vendagens na América Latina, em 1994. A última divisão na carreira do rei pode ser considerada em 98, quando, após perder sua esposa, voltou-se para o lado espiritual, após um período de depressão, do qual veio se recuperando até chegar ao seu cinquentenário musical, no qual voltou com tudo e pra ficar. |
Atualizado em 6 Set 2011.