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Com o advento da globalização, a internet está cada vez mais acessível e, por causa disso, é necessário uma orientação correta e direta sobre diversas questões, desde as mais simples até os esclarecimentos técnicos sobre todas as dúvidas, principalmente de um profissional especializado, pois tudo pode acontecer de forma errada ou, se passada por amigos, pode ter consequências trágicas.
Algo que toda adolescente precisa fazer é ir ao ginecologista. A primeira consulta deve acontecer de uma forma natural e a menina deve ser levada pela mãe, ainda que esta não acompanhe a consulta, ou sob o pretexto de um tira-dúvidas a respeito de ciclos irregulares, metrorragias, cólicas menstruais, corrimentos. O profissional deve estabelecer o primeiro contato tomando cuidado para não ser invasivo, sem inibir ou envergonhar a menina com exame ginecológico.
É preciso entender que a paciente estará desvendando algo muito constrangedor e partilhando esta nova vivência com o médico. Neste novo universo, há algo muito impactante neste período de transição criança-puberdade, por isso algumas mães não devem impor exame ginecológico em meninas, mas sim acatar orientação médica sobre medidas de higiene, tratamento com hormônios quando necessário, vacinação contra HPV etc.
A confiança de uma pessoa se conquista na empatia e nem sempre isto é possível em uma única visita e, principalmente, com imposição. Muitas vezes é necessário tempo e distanciamento para que a adolescente volte com a verdadeira questão do problema; seja com secreção continua, menstruação abundante ou mesmo orientação anticoncepcional e primeira relação.
Todo contato impõe uma procura e um encontro. Às vezes, a adolescente necessita esclarecer dúvidas e o médico precisa apresentar soluções para problemas inerentes à idade. Na primeira visita é necessário, antes de mais nada, esclarecer que o ginecologista não é o médico que tira a roupa ou provoca dor e vergonha, principalmente para quem começa a frequentá-lo e está tendo relações sexuais ou está com DST.
Ir à procura desse profissional é questão de saúde e prevenção, assim como ir ao dentista. Eu faço um comparativo com o uso de batom: antigamente a cor vermelha em dia de festa era estranha, chocante, mas com o seu uso frequente tornou-se um hábito comum e rotineiro, sem chamar qualquer atenção. Este deve ser o comportamento da visita ao ginecologista, algo necessário que não chame atenção para nada.
Informação é essencial para ser feliz e ter saúde.
Quem é a colunista: Denise Coimbra é médica ginecologista e obstetra.
O que faz: é formada pela Santa Casa de São Paulo. Participa do grupo de Reprodução Humana da UNIFESP e tem uma clínica em São Paulo especializada em Saúde da Mulher e Fertilização.
Pecado gastronômico: petiscos com cerveja, em um bar com amigos.
Melhor lugar do Brasil: Guarujá, onde curto meus fins de semana com meu marido e minha filha.
Como falar com ela: [email protected] ou acesse seu site.
Atualizado em 1 Dez 2011.