Guia da Semana

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Com apenas cinco anos de carreira e dois álbuns gravados, Adele está estourada nas paradas

Ter o álbum mais vendido do Reino Unido este ano - até o momento -, ficar em primeiro lugar na parada da Billboard por 16 semanas, desde o lançamento do CD em fevereiro, e por mais sete semanas permanecer em segundo lugar, são conquistas que nem os dinossauros dos Rolling Stones atingiram.

O nome da autora do feito é Adele Laurie Blue Adkins. Com apenas 23 anos, a jovem ainda mora com a mãe (em um grande apartamento em Londres) e canta como ninguém canções de amor - ou melhor, de desamor. Ela é responsável pela autoria das 11 faixas de seu último álbum, 21, lançado no início do ano. Todas dedicadas ao fim do seu namoro e revelam - de um modo muito pessoal - o que toda mulher sente e pensa após um final de relacionamento que foi intenso enquanto durou.

Tantos sentimentos renderam a moça dois prêmios do Grammy Awards, um BRIT Awards e foi a primeira artista - ainda viva -, depois dos Beatles, em 1964, que conseguiu ter uma canção e um álbum em primeiro lugar nas paradas ao mesmo tempo na Inglaterra, de acordo com o Officail Charts Company, instituição que compila os rankings de música mais importantes do Reino Unido.

Sem medo de ser transparente, Adele já fez declarações para mídia sobre a frustração por não ter conseguido manter o seu namoro, sua incapacidade para morar sozinha, seu vício excessivo pelo cigarro, sua tranquilidade com a balança - já que não abre mão dos prazeres da boa mesa - e seu intenso nervosismo para enfrentar a plateia. Acha que tanta sinceridade é marketing? Talvez seja apenas a fórmula secreta que levou uma jovem de 20 e poucos anos a estourar no mundo todo e conquistar mais de 5 milhões de cópias vendidas em apenas cinco meses, além de bater recordes até então mantidos pela magnitude dos garotos de Liverpool.



Do 19 para o 21

A primeira impressão que se tem quando ao escutar Rolling in The Deep, primeiro hit de sucesso de 21, é pensar que a música é de Amy Winehouse - porém, a voz é mais limpa e suave - ou de Duffy, mas com maior intensidade no timbre vocal. Quando a resposta chega em Adele, a curiosidade leva o público a procurar a cantora principalmente na internet e foi esse pensamento que impulsionou uma tacada de mestre do seu empresário, Jonathan Dickins, em 2008.

Para inserir a britânica no mainstream dos Estados Unidos, ele levou Adele para cantar no consagrado programa de televisão Saturday Night Live. A apresentação fez a cantora subir 39 posições e parar no primeiro lugar na lista de vendas do iTunes em menos de 24 horas. O álbum de trabalho na época era o de estreia, o 19, e a música era Chasing Pavements.

Esse trabalho de Adele, que era bem mais tímido do que 21, vendeu mais de 2,4 milhões de cópias e enquadra-se mais no estilo folk-soul. Outros hits que marcaram o álbum foram Hometown Glory e Cold Shoulder. Já em 21, o estilo da cantora ampliou os horizontes e chegou a invadir o terreno de outros ritmos musicais, como blues e R&B setentista.

As composições da cantora sobre o fim do seu relacionamento amoroso, como Rolling in The Deep, Turning Tables e Someone Like You já renderam bons lucros para Adele e até mesmo um processo de seu ex-namorado (pasmem!) exigindo que ela lhe pague direitos autorais por ter inspirado as canções.



Raízes variadas

Dizem que talento vem de berço. No caso de Adele, ele foi aguçado um pouco mais durante sua adolescência e formação acadêmica. Ela ingressou na BRIT School de Londres - instituição voltada para música, tecnologia e artes cênicas -, pensando em enveredar no mundo da produção de entretenimento.

Porém, em 2006, ela foi surpreendida com o convite da gravadora XL Recording para assinar um contrato. A XL descobriu Adele por meio de uma demo com três músicas, postada no MySpace por um amigo. A partir daí, a cantora só rumou ao estrelato: dois anos depois, levou o prêmio BRIT Awards na categoria Escolha de Crítica; em 2008, foi eleita Artista Revelação pelos críticos da BBC; ganhou como Artista Revelação e Melhor Vocal Pop Feminino, no Grammy Awards de 2009; e está com indicação de melhor álbum do ano no Mercury Prize - uma das mais importantes premiações da música britânica.

A diva confessa que se inspira em sons das antigas para compor seu repertório. Entre suas musas estão a cantora Aretha Franklin, que virou ícone da música negra nos anos 60, com suas canções representando o melhor do estilo soul, R&B e gospel e o ícone do rockabilly dos anos 50, Wanda Jackson. Entre as referências contemporâneas, Adele diz se identificar com o trio estadunidense de country music Lady Antebellum. Com inspiração tão diversificada - e ao mesmo tempo, complementar -, a gente espera que Adele continue nos presenteando com mais músicas de qualidade.


Atualizado em 10 Abr 2012.