Guia da Semana

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Provavelmente, você já ouviu falar que agosto é o mês do cachorro louco. A pergunta que fica é: por quê? Uma das explicações populares para o apelido é que, em virtude do clima, os cachorros tendem a contrair raiva e as cadelas a entrar no cio. Mas por trás de todo esse cenário, há uma energia negativa historicamente creditada ao período.

Os romanos, por exemplo, acreditavam que um dragão passava pelas cidades expelindo fogo das narinas durante os 31 dias. Já as portuguesas evitavam se casar nessa época, pois era quando os navios saíam em busca de novas terras e oficializar uma união significaria ficar sozinha. A crença foi trazida ao Brasil e, até hoje, diversas noivas evitam marcar a cerimônia no oitavo mês do ano, já que "casar em agosto traz desgosto". Coincidência ou não, é também a data que marca diversas tragédias mundiais.

Assim como acontece com a maioria das superstições, não se sabe direito o que é e o que não é verdade. Mas independente disso, são muitas as pessoas que as levam a sério ou, "por via das dúvidas", acham melhor não arriscar.

Ser ou não ser supersticioso

Os ditados populares remontam as superstições ao folclore e a influências histórico-culturais de cada país. Os japoneses são extremamente supersticiosos e muitas das crenças têm referências no budismo e xintoísmo. "Ora as religiões podem sustentar com sua imagística, ora podem se opor a elas", afirma o antropólogo Stelio Marras.

A psicóloga Carmen Neme conta que não é de hoje que se acredita em superstições. "Elas têm origem, possivelmente, desde o primeiro homem a habitar a Terra e relacionam-se à necessidade ou desejo de compreender e controlar a natureza, e seu poder sobre si mesmo e os outros", explica. Quanto mais insegura e dependente a pessoa for, mais tende a se apegar a tais mitos.

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Apesar das mulheres serem aparentemente mais supersticiosas do que os homens, não há nenhum estudo que comprove isso de fato. Mas se for analisada, a personalidade feminina tem, sim, uma vulnerabilidade maior a crer no misticismo. "Culturalmente, parece caber à mulher o papel de guardiã da família, dos valores e da religião. Talvez, por essa razão, seja ela quem busque mais ajuda também nas superstições", acredita a psicóloga.

Por mais inofensivo que pareça, segundo Carmen, levar as crenças muito a sério pode fazer mal, principalmente se a pessoa já tiver algum distúrbio psicológico - como TOC (transtorno obsessivo compulsivo) ou fobia. Afinal, "tudo em excesso faz mal", já diz o velho ditado.

Sorte ou azar?

A lista de superstições brasileiras é imensa. Ninguém sabe o motivo, mas acredita-se que cruzar com um gato preto, passar debaixo de uma escada, abrir um guarda-chuva dentro de casa ou deixar o sapato de ponta-cabeça atrairia o azar. No caso de um espelho quebrado, a má-sorte seria ainda maior e duraria terríveis sete anos. Agora, convenhamos, nada mais azarado e temido do que o número 13.

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As crendices podem também repelir maus agouros e trazer energias positivas. Para isso, basta bater três vezes na madeira, ter sempre por perto um trevo de quatro folhas ou carregar consigo um pé-de-coelho. E se o desejo é ter sorte no casamento, a noiva deve entrar na casa nova levada no colo pelo novo marido.

Pelo resto do mundo

Se você acha que nós brasileiros somos supersticiosos, irá se surpreender com todas as crendices dos países mundo afora. Ai de quem for ao Japão e tiver a audácia de assoviar! Eles odeiam, porque acreditam que o ato chama fantasmas. Além disso, não gostam do número quatro, porque se pronuncia "shit", que é morte em japonês. O pavor é grande também com os números 42 e 420, que se soletrados remetem, respectivamente, a morrer e a espírito morto.

Outro país asiático bastante supersticioso é a China. Eles crêem tanto que o número oito traz prosperidade que marcaram a abertura das Olimpíadas para às 8h08, do dia oito do oitavo mês de 2008. Isso tudo porque a pronúncia do algarismo é Pá, semelhante a da palavra "fortuna", que é Fá.

Já na Argentina, são muitos os mitos que se referem à bebida tradicional do país, o mate. Segundo o costume argentino, a mesma pessoa deve servir às outras, por isso, depois que cada um bebe a cumbuca retorna ao primeiro. Se por algum motivo o mate volta ao indivíduo errado, é sinal de que ele receberá um presente em breve. Mas se ao servir a bebida transbordar, significa que sua sogra te deseja.

Se alguém estiver na Argentina e derrubar açúcar na mesa, diz a lenda que essa pessoa receberá dinheiro em breve. Verdade ou não, cruze os dedos e faça figas para que, na próxima viagem a esse país, seja você o responsável por desequilibrar a colher açucarada sobre a mesa.

Atualizado em 6 Set 2011.