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A cantora Amy Winehouse apimentou mais uma vez o mundo das celebridades, ao declarar o motivo do fim do relacionamento com o ex-presidiário Blake Fielder-Civil. "Acabou. Não há retorno para nós. Nunca iria durar. Só estávamos juntos por sexo. Eu o venerava loucamente, como nenhuma outra pessoa. Mas isso não basta".
Polêmicas à parte, a artista reabriu uma discussão antiga: é possível manter uma relação baseada somente na atração física? "Pode acontecer, de maneira saudável, se nenhum dos dois lados envolver emocionalmente. Nesse caso, o casal apenas faz sexo, não entra em discórdia, nem compartilha ou divide dificuldades. Apenas desfrutam da boa química que os atrai", explica o sexólogo João Borzino.
Falar é fácil, mas será que um relacionamento assim tem futuro?
A carne é fraca
Não é só com famosos que o amor carnal acontece. Miriam*, de 22, passou por uma situação semelhante a da popstar inglesa. Aos 15 anos, conheceu um rapaz, com quem manteve um relacionamento superficial, por um longo período. "Ficamos quatro anos juntos, ligados pelo sexo, que era muito bom, mas nunca assumimos nada mais sério".
Para Borzino, apesar de existirem exceções, essas situações costumam acontecer quando o casal vive às turras. "Geralmente são casais que vivem entre tapas e beijos, ou que vivem relacionamentos de envolvimento precoce, intenso e fugas".
Miriam se encaixa nesse perfil. Ela conta que o seu parceiro não conseguia se comprometer apenas com uma mulher e por essa razão, as brigas eram constantes. "A gente se dava bem, conversava e tal, mas percebia que o nosso relacionamento era só sexo mesmo. Durante o tempo que ficamos juntos peguei ele várias vezes com outras meninas. Brigava, xingava e a gente acabava se resolvendo na cama", relembra a estudante.
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Quem gosta mais?
Segundo pesquisas recentes sobre o comportamento sexual do brasileiro, aproximadamente 46% das mulheres acham o sexo muito importante em um relacionamento. "Esse dado demonstra que as mulheres estão mais livres sexualmente, ou seja, estão se libertando cada vez mais dos preconceitos e tabus que a repressão sexual impregna em nossa educação sexual. Entre os homens, é lógico que a importância revelada pela pesquisa é muito grande", garante o sexólogo.
Mas mesmo com maior liberdade, elas continuam a sofrer com o estigma de parceiras ocasionais. Enquanto o homem acha que deve estar sempre pronto para ação, pensar muito em sexo e carregar suas conquistas sexuais como um troféu, a mulher continua a enfrentar o olhar distorcido da sociedade. "Mulheres que não se libertam desses preconceitos sofrem imensamente com a repressão sexual, acumulam um desejo reprimido", completa Borzino.
Não caia na cilada
Para não confundir amor verdadeiro com carnal, é importante separar sentimento de paixonite - uma armadilha da evolução biológica, que faz com que os indivíduos depreciem o relacionamento em função do sexo. É nessa hora que as pessoas não ligam para as afinidades de personalidade, se anulando e aceitando certos aspectos do parceiro, que mais tarde, passam a ser vistos como abomináveis. O tempo que uma paixonite dura? Segundo os especialistas, de quatro meses a um ano.
Mas para quem acha que está precisando de uma noite daquelas, o sexólogo dá algumas dicas, para aqueles momentos, quando não dá mais pra segurar. "A entrega sexual deve acontecer para saber se existe compatibilidade. O cheiro de seu parceiro tem de agradar, porém o modo como ele pensa e age também. Uma boa relação sexual com alguém não significa que ele é o homem da sua vida". Pode ser apenas uma boa transa! Preste atenção no relacionamento, que como já dizia o poeta, deve ser eterno enquanto dure".
*O nome foi alterado a pedido da entrevistada
Atualizado em 10 Abr 2012.