Guia da Semana

Ela nasceu em 9 de março de 1959, na Califórnia, nos Estados Unidos e ganhou o nome de Barbara Milicent Roberts, mas ficou conhecida apenas por Barbie. Dois anos depois, a jovem mulher ganhou um namorado, o Ken. Sua versatilidade transpassa sua maneira de vestir-se e nas cores dos cabelos, aplica-se também nas profissões que teve ao longo de sua vida. Ela foi astronauta, atleta olímpica, aeromoça, médica, veterinária, fez parte do movimento hippie, foi candidata à presidente do seu país e teve comemorações fenomenais nos seus 50 anos.

Tantas glórias e alegrias deram espaço para a tristeza no último mês de julho para a Barbie e sua família, já que seu pai-criador, Elliot Handler, faleceu aos 95 anos. Ao lado da esposa Ruth Handler - considerada a mãe da Barbie e já falecida em 2002 - e de seu sócio Harold Mattson, Elliot fundou a Mattel em 1945, companhia de presentes e brinquedos que imortalizou dois ícones do setor: os carrinhos Hot Wheels e a boneca Barbie.

A fama da Barbie deu-se, em um primeiro momento, atendendo a sua função principal: um brinquedo. Porém, no decorrer de seus 52 anos, a boneca foi elevada a categoria de ícone pop. Inúmeros fatores contribuíram para a conquista deste título, como o lançamento de edições especiais, que saltaram aos olhos dos colecionadores; além da representação da mulher perfeita: bonita, magra e elegante, o que acabou inspirando vários estilistas consagrados, como Christian Louboutin, Oscar de la Renta, Versace e Carolina Herrera, a criar modelitos e sapatos para a loira.

O valor das Barbies

Principalmente na linha Collector, que é destinada para os adultos - maiores de 14 anos - e colecionadores inveterados, a boneca passou a agregar altas cifras ao seu preço. Nessa linha, incluem-se edições limitadas, Barbies antigas e raras, bonecas que vestem grifes e representação de personalidades consagradas, como divas do mundo do cinema e música, caso de Farrah Fawcett, Elizabeth Taylor, Cher e Diana Ross, a poderosa Beyoncé e a representante do estilo country Faith Hill ao lado do marido Tim McGraw.

Só para se ter uma ideia, o box com a dupla country está sendo vendida por US$ 89, 90 nos Estados Unidos, o que daria em torno de R$ 146,50. Fora este lançamento, a Mattel acabou de lançar uma homenagem a uma das principais musas do cinema, Grace Kelly. Sua boneca integra o nobre rol das Barbies Silkstone, que são feitas com uma espécie de liga de porcelana e que possuem feições muito reais. Essa Barbie fica ainda mais valiosa com a réplica do vestido de noiva que a atriz usou em seu casamento com o Príncipe Rainier de Mônaco. Todo esse glamour sai pela bagatela de US$ 175 (em torno de R$ 285,25).

Foto: Montagem Divulgação

Barbie e Ken, quando se conheceram, em 1961 e no estilo Harley Davidson, em 2010

Mas quem ocupa a primeira posição como a Barbie mais cara, atualmente, é a boneca número um, lançada em 1959. "O valor dela chega perto de US$ 15 mil (em torno de R$ 24 mil). Dos modelos mais recentes, a Medusa é uma das mais caras e pode ser encontrada por R$ 2 mil", revela o jornalista Alessandro Fiocco, que é colecionador de Barbies há cinco anos e já chegou a pagar R$ 700 em uma boneca.

Sem contar que artistas plásticos fazem obras de arte a partir da boneca, o que acarreta em uma ascensão gigantesca no preço. O artista estadunidense E.V. Day fez um look mumificado na Barbie, usando cera de abelha e flocos de prata. O preço dessa edição limitada chegou a US$ 3.500 (ou R$ 5.700). Mas o recorde de valor foi pago em Nova York, em outubro de 2010, no leilão de uma Barbie que usava um colar de diamantes rosa: US$ 302,5 mil (ou R$ 493).

Paixão em série

Não é de hoje que a Barbie desperta um fascínio em seus admiradores, sem contar que não há uma mulher que, pelo menos quando criança, não quis ser uma Barbie. No caso da relações-públicas Patrícia Prisce, foi amor à primeira vista. "Adoro Barbie desde que me conheço por gente. Minha primeira era da linha Pretty Changes e foi um presente da minha mãe, por volta de 1980", lembra. Desde 1996, quando conheceu as bonecas colecionáveis, passou a ingressar no time dos colecionadores.

Patrícia, que está com 41 anos, conta que seu gosto foi mudando ao longo dos anos, mas que seu foco sempre foi as bonecas mais fashion, que tivesse ligação com a moda. "Amo essa moda em miniatura! A Barbie Boho, da estilista Anna Sui, representa bem o meu gosto", conta.

Já Alessandro começou sua paixão pelas Barbies um pouco mais tarde, já que na infância seus brinquedos resumiam-se a He-Man e Thundercats. "Como era criança e menino, óbvio que não tinha uma Barbie. Porém, quando passeava nas lojas, sempre esticava os olhos para as grandes prateleiras com caixas cor-de-rosa", revela.

Foto: Reprodução site barbiecollector.com

A versão Tribute Barbie foi vestida por Robert Best

Entre as mais de 200 bonecas, o jornalista destaca as Barbies da Estrela, que foram produzidas no Brasil entre 1982 e 1993, período em que a Mattel liberou a fabricação nacional. "Elas são únicas, porque tem corpo articulado, maquiagem diferente e roupas exclusivas. Os colecionadores do mundo inteiro são loucos por ela, inclusive eu. Quando consigo alguma, a sensação é de completar mais uma peça, como em um álbum de figurinhas", destaca Alessandro.

Ícone pop

A transição de brinquedo para um símbolo cool foi natural - e inevitável - para a Barbie, adorada por gerações. "Ela já virou peça de museu, obra de arte e de decoração. Foi retratada até por Andy Warhol. Extrapolou sua estrutura de vinil nesses 52 anos e é realmente mais do que uma boneca", pontua Patrícia.

No entanto, os xiitas de plantão acabaram tachando a boneca como um símbolo de superficialidade e alienação para as garotas. Como contraponto a essa vertente, Fiocco lembra que na década de 1960, já existiam Barbies com profissões que as mulheres só iriam ocupar anos depois, como engenheira e astronauta. Ele completa que nos anos 80, ela teve uma versão presidente da república, cargo que ainda não foi preenchido por nenhuma mulher em seu país de origem, os Estados Unidos.

"Acho que toda mulher que é chamada de Barbie deveria, na realidade, tomar isso como um elogio, pois está sendo comparada a uma boneca que já teve centenas de profissões, já foi vestida por todos os grandes estilistas, que nunca se casou e, mesmo assim, é feliz. Seu namorado, o Ken, é quem vive a sua sombra, e não o contrário. Ou seja, só dá ela!", finaliza Alessandro.

Para virar um colecionador
Onde comprar? Lojas virtuais nacionais e internacionais, como Mercado Livre e Ebay, respectivamente.
Quer conhecer mais? Visite o site barbiecollector.com e veja quais são os lançamentos da linha Collector, da Mattel. Participe da BarbieBrasil - III Convenção de Colecionadores, que será realizada nos dias 5 e 6 de novembro e é aberta ao público maior de 14 anos e é um sucesso na Amaéria Latina. Faça sua inscrição pelo site barbiebrasil2011.com.br.

Fotos: Reprodução site barbiecollector.com


Atualizado em 11 Fev 2014.