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A Terra está com febre. Os homens, filhos, sufocam aos poucos a mãe, que ainda teima em ser generosa e silenciosamente resiste ao delírio autofágico da chamada civilização moderna. É um tempo suicida.
A vida e seu mistério. Do arranjo das partículas mais elementares ao posicionamento do mais colossal planeta percebe-se uma dança criadora. Seria a vida frágil, conseqüência de uma cadeia de incidentes aleatórios, mera coincidência? Ou seria a vida uma força poderosa, uma conspiração inexorável, intenção pura que se afirma perante as adversidades? Qualquer que seja a resposta, a vida é preciosa. E só o homem consegue entender quão grandioso e belo é o espetáculo da criação e da vida, pois somos dotados da capacidade de contemplar. É como se o cosmos olhasse pra si através dos olhos humanos. E é nesse momento que surge a arte, a ciência, a filosofia, a religião. Contudo, essa capacidade não nos torna superiores ou de algum modo dissociados daquilo que nos cerca. Estamos visceralmente ligados ao planeta e como seres conscientes e arquitetos da ética, não presos ao instinto, sabemos das conseqüências de cada ato. A vida deve ser preservada.
Dentro desse panorama surge a idéia do consumo responsável e da adoção de estilos de vida menos, vamos dizer, megalomaníacos. Os anos a vir serão revolucionários e mais sóbrios. Uma grande ressaca assombrará o paraíso do consumo. A discussão acerca do aumento da intensidade do efeito estufa é, com certeza, a primeira de uma série que iremos assistir. O salmão do sushi vai encarecer, a água vai escassear, as vaquinhas e os franguinhos confinados nas indústrias vão ficar cada vez mais mutantes. O consumismo está esgotado e a única saída é redimensionar o homem no planeta, entendendo-o como parte integrante de um processo maior. Maior do que o próprio homem.
Portanto, como herdeiros da algazarra que nos antecedeu e pioneiros na refundação da civilização, devemos reestruturar nosso estilo de vida. É hora de agir. E viver para preservar a vida e tudo o que ela nos permite.
Quem é o colunista: Ibrahim Estephan
O que faz: Cursa administração de empresas
Pecado gastronômico: Double Whooper (oito queijos, carne extra) às 7 da manhã
Melhor lugar de São Paulo: Minha casa
Fale com ele: [email protected]
Atualizado em 6 Set 2011.