Sem dúvida, o Botox foi uma das grandes revoluções da medicina estética nos últimos anos. Surgiu como uma potente arma contra as rugas e com a promessa de rejuvenescimento ao alcance de uma agulha. Porém, ultimamente, sua imagem também tem sido associada a resultados artificiais e exagerados. Então, qual seria o limite do Botox?
Na verdade, para responder a esta questão, precisamos entender a ação da toxina botulínica e sua indicação precisa. O Botox é um paralisante muscular, simplesmente isso. Paralisando os músculos que geram as rugas de expressão (pés de galinha, rugas da testa e entre as sobrancelhas), proporciona uma face com menos rugas, mais jovial e descansada. Deve somente ser aplicado em locais onde há rugas dinâmicas, ou seja, provenientes de uma ação muscular, e em locais em a musculatura não seja funcional (que a paralisação do músculo não prejudique nenhuma função).
Tendo isto em mente, podemos entender por que a aplicação na musculatura da boca leva comumente a um resultado artificial, parecido com "bico de pato". Os lábios superiores são importantes para falar e comer, é uma musculatura funcional. Se paralisados, além de poder atrapalhar na dicção, podem acabar evidenciando que algo foi alterado. Somado a isto, há também uma frequente confusão pelos leigos entre o preenchimento e o Botox. Preenchimento é um procedimento, também realizado por injeção, para o aumento dos lábios ou suavização de vincos. Se em excesso, proporciona igualmente um resultado artificial. Na verdade, a associação do preenchimento e do Botox nos lábios potencializa um resultado menos favorável.
Em meu ponto de vista, qualquer procedimento estético deve buscar uma naturalidade de resultado. O ideal é o paciente estar com um ar descansado, suave, jovial, e não com estigma do procedimento ou cirurgia. Portanto, para atingir tais resultados, é necessário ser parcimonioso e preciso no uso de tais recursos, que se assim realizados, podem nos trazer grande satisfação.
Leia as colunas anteriores de André Colaneri:
Botox no controle da hiperidrose
Lipo sem medo
Uma questão de harmonia
Quem é o colunista: André Colaneri.
O que faz: É médico perito judicial em cirurgia plástica, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas com especialização em Cirurgia Plástica. Hoje é um dos expoentes nacionais na sua área de atuação.
Pecado gastronômico: Frutos do mar.
Melhor lugar do Brasil: Fernando de Noronha.
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Atualizado em 6 Set 2011.