Guia da Semana

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"É dos carecas que elas gostam mais". O ditado popular é uma forma de levantar o ego de muito homem que sofre da famosa calvície. Mas e quando são mulheres as protagonistas dessa história? A vaidade feminina acaba sendo afetada e é preciso procurar um tratamento adequado.

A primeira co-relação que pode ser feita é com a menopausa, quando ocorre uma baixa na taxa de hormônios. Devido a isso, ocorre uma diminuição e afinamento dos cabelos, mas não existem estudos que identifiquem com certeza se há uma relação direta com a calvície feminina propriamente dita.

De acordo com a clínica Denise Chambarelli, estimativas dizem que 30% dos casos são causados por stresse, outros 30% por problemas hormonais, 30% por alimentação errada e 10% por alguns medicamentos.

A especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia Ana Lúcia Recio explica que a calvície feminina é genética e pode ser herdada tanto do lado materno quanto do lado paterno, fazendo com que afinem e diminuam os cabelos no topo do couro cabeludo.

A diferença entre homens e mulheres carecas é que o cabelo da mulher vai rareando sem recessão frontal, ou seja, nela não existem as famosas "entradas". "O hormônio masculino - testosterona - sofre a ação da enzima 5 alfa redutase, que o transforma em uma testosterona (dihidrotestosterona) que atua diretamente no folículo, causando os efeitos citados", completa a dermatologista.

Outros problemas podem ocasionar a queda de cabelos femininos mas, nesses casos, não é dado o nome calvície, que é específico de uma alteração genética. Anemia, pós-parto, uso ou interrupção de pílulas, má alimentação, alterações da tireóide, depressão e estresse podem fazer com que os fios caiam, de forma difusa e generalizada.

Tratamentos

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Usar perucas e próteses capilares pode esconder, mas não resolve o problema de fato. Após analisada a causa da queda, pode-se usar medicações no local, como algumas loções que atuam na enzima 5 alfa redutase (responsável pela calvície) e inibem o efeito da enzima.

A boa alimentação e a atividade física também ajudam no tratamento, que pode ter causas somatizadas, como uma paciente com pré-disposição genética e estressada. Outro aspecto importante é a orientação sobre a lavagem correta do cabelo, lavar com freqüência é saudável e não traz prejuízos.

Para cabelos longos, indica-se lavar três vezes por semana, já para os curtos, a limpeza pode ser diária. Muitas vezes a pessoa possui a raiz do cabelo oleosa e, nesse caso, o médico deve indicar um xampu apropriado.

Os objetivos do tratamento incluem repilação, manutenção dos fios existentes e prevenção da perda futura. Para isso são utilizados artifícios como loções que atuam diretamente no folículo para estimular o nascimento do novo fio, medicações com ação antiandrógena sistêmica e, por fim, o transplante capilar.

Previna-se

A calvície pode ser iniciada na adolescência, quando os hormônios sexuais iniciam o processo de maturação. Mas não se preocupe! Raramente a mulher fica calva da mesma forma que os homens.

O dermatologista deve ser procurado caso haja uma perda prolongada de fios (dois a três meses). "A literatura diz que as mulheres notam a perda de cabelos quando ela já ocorreu em 30% e, muitas vezes, vão ao dermatologista por outras causas e acabam sendo diagnosticadas após o exame", afirma Ana Lúcia Recio.

Quanto antes o tratamento for iniciado, melhor para a mulher, pois serão preservados os fios viáveis. As pacientes que puderem fazer a reposição hormonal durante a menopausa terão benefícios, já que os estrógenos protegem os fios da queda.

Colaboraram:
? Clínica Denise Chambarelli
? Ana Lúcia Recio

Atualizado em 6 Set 2011.