Guia da Semana

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Aos 18 anos, a psicóloga Cecília Bellina tinha suas primeiras aulas de direção com o pai. Apresentando uma desenvoltura pouco característica das mulheres de sua época, logo começou a ensinar e a quebrar alguns galhos, a pedido de amigas e familiares. Das observações feitas durante este tempo uma dúvida foi levantada: por que algumas pessoas aprendem mais rápido e outras não?

Fobia específica é o nome dado por psicólogos ao medo persistente e recorrente a um determinado objeto ou circunstância que desencadeia uma forte reação de ansiedade, no caso, dirigir. Porém, este medo pode estar presente em qualquer outra situação: avião, altura, cães, cobras, aranhas entre outros. É importante que o medo seja enfrentado e não apenas falado por anos no divã, é preciso uma situação expositiva. A aversão pelo volante pode ter sua origem das mais diversas situações e momentos.

Algumas pessoas relacionam o fato de saber dirigir com inteligência e poder. Normalmente, aqueles que têm alguma barreira se sentem excluídos socialmente, além de terem a auto-estima baixa e se colocarem em uma posição de inferioridade. Cecília lembra de um caso em que o marido disse à mulher para desistir das aulas, "como você quer trabalhar fora, se não presta nem para dirigir?". Os homens se assustam com a mudança na personalidade, eles acreditam que serão abandonados pela esposa devido a independêcia e autonomia na execução das tarefas. As mulheres ainda são as que mais procuram superar o medo - 85%, já os homens, correspondem a 15% dos alunos.

Principais causas da fobia
? Personalidade perfeccionista: com uma formação muito rígida, não permite a crítica, o que dificulta adaptação a diferentes situações.

? Acidentes: pessoas que sofreram algum tipo de acidente.

? Pós-traumático: provocou sem intenção algum acidente ocasionando morte.

? Má aprendizagem: quando se aprende apenas o mecânico para passar no teste. Quando a pessoa descobre a fobia e fica com medo dela mesmo.

? Super proteção: pessoas que têm medo de se arriscar, de viver novas situações, diferente da personalidade perfeccionista.



O processo desenvolvido pela psicóloga funciona da seguinte forma: entrevista, reaprendizagem, enfrentamento, tarefas e concretização dos objetivos. O curso não tem uma duração definida, pois leva em conta o tempo de cada aluno. O curso é divido em aulas práticas com 50 minutos e terapia de grupo depois da aula com 2 horas de duração. Afinal, não é nada fácil agüentar o trânsito caótico da nossa cidade, as buzinadas, os palavrões e não dividir isso com quem sofre do mesmo problema.

O maior objetivo é fazer o aluno enfrentar o medo e no final de tudo, sentir segurança ao dirigir, estacionar em outras garagens, e até fazer baliza, sem a ajuda dos tradicionais cones. Diferente das outras fobias, a relativa a direção tem o total comando da pessoa.


? Entrevista informativa: neste momento, o interessado conversa com um dos psicólogos a fim de coletar dados sobre experiências com o carro, expectativas e sua história de vida, conhece a clínica e pode tirar todas as dúvidas sobre o curso.

? Reaprendizagem: este passo antecede na saída à rua, o aluno reaprende alguns itens básicos.

? Enfrentamento: são as aulas práticas com o auxílio do terapeuta.

? Tarefas: são saídas gradativas e ocorrem apenas com a pessoa sozinha: uma volta no quarteirão, duas voltas no quarteirão e depois, uma volta pelo bairro.

? Concretização dos objetivos: na primeira consulta é feita uma lista com 10 objetivos a serem alcançados: ir ao mercado no bairro vizinho, buscar os filhos no colégio, sair com as amigas, por exemplo. Quando o curso chega ao fim é hora de colocá-los em prática do menor para o maior grau de dificuldade.



Colaboraram:
? Cecília Bellina
Clínica Escola Cecília Bellina
Endereço: Rua Jovita, 440 - Santana - São Paulo - SP
Fone: (11) 2950-1234
Site: www.ceciliabellina.com.br

Atualizado em 10 Abr 2012.