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Gostaria muito de entender os prós e contras de ser homem. Tudo bem que isso fica praticamente inviável se eu levar em conta que sou uma mulher, mas eu adoro um desafio. Se alguém me perguntasse o mesmo sobre as mulheres eu ficaria horas divagando sobre essa difícil arte, mas isso não vem ao caso.
Sobre o sexo masculino não me resta outra opção a não ser me basear nas experiências felizes e frustrantes que tive e continuo tendo com o sexo oposto. Esse é um assunto que eu poderia ficar dias, semanas discorrendo, mas vou me limitar a essa breve coluna.
Primeiramente eu gostaria muito de entender a relação entre a cerveja e o resto do mundo. Essa ocupa uma posição privilegiada na escala de importâncias na vida dos homens. Ela sempre está em primeiro lugar, concorrendo lado a lado com os amigos.
Não! Esperem um pouco. Os amigos não chegam a ser um concorrente da cerveja, eles são os companheiros dela. Um sem o outro não deve ter muita graça. Então me deparo com uma dúvida muito importante. Melhor dizendo, a mais importante delas. Por que a cerveja e os amigos estão sempre em primeiro lugar?
Se eu pensar como uma mulher que sou, as respostas que obtive dos homens a quem já questionei sobre o assunto, não me bastam. Simplesmente porque não temos as mesmas opiniões.
Se juntarmos o que para mim seria o terceiro posto da escala de importância, o esporte, aí a coisa complica mais ainda. Cerveja, amigos e futebol. Acabou! Não consigo imaginar o que poderia derrubar esse ranking. Mulher? Nem pensar. Essas ficam lá com quinta ou sexta posição.
Nenhuma mulher que eu conheço deixa de fazer um programinha com o namorado para ir tomar uma breja com as amigas. Mesmo porque os encontros femininos não precisam ser regados a cerveja para funcionarem bem. Basta a conversa, a fofoca e uma boa dose de paciência para escutar os problemas da amiga, que tudo se resolve.
Acho mesmo, do fundo do meu coração, que ser mulher é difícil, mas tem suas recompensas. Como disse o ator Jack Nicholson no filme ´Melhor é impossível´, uma mulher é nada mais nada menos do que um homem, excluídas a razão e a responsabilidade. Achei fantástica essa definição para as mulheres, simplesmente porque ela é verdadeira. Será que vocês podem me responder se é muito complicado para os homens pensar por alguns minutos como uma mulher?
O pior de tudo é que sei que todas as mulheres tentam pensar como um homem durante várias situações do dia, no entanto, não conheço nenhum homem que pelo menos queira pensar como uma mulher. Isso chega a ser uma piada...
Porque pensar como um homem tem vantagens para uma mulher e o contrário não? Será tão ruim assim ter o pensamento de uma mulherzinha? Vamos lá homens, acho que não seria tão mal. Se pensarmos na questão emocional, a qual a mulher é muito mais desenvolvida do que os homens, eu aposto que um momento de mulherzisse seria bom para todos os homens. Viver, sentir e expressar os sentimentos não é tão fácil quanto parece. O que para as mulheres acontece quase que automaticamente, para a maioria dos homens requer um trabalho absurdo.
Amar alguém ou odiar é uma tarefa muito difícil. Assumir isso é mais ainda. É preciso comprar a briga, bancar os riscos e aceitar as derrotas. Essa sim é a parte difícil para qualquer um. Mas se as mulheres têm o "direito" de chorar, reclamar durante um mês para as amigas e se tornar insuportável até superar o assunto, como os homens lidam com isso?
Eu, sinceramente, não faço idéia de como é guardar tanta emoção. Os homens compartilham os medos, angústias e alegrias entre eles? Eu tenho alguns bons amigos homens e, para mim, eles falam sobre isso. No entanto eu sei muito mais sobre os afetos e desafetos da vida deles do que os próprios amigos. Acho que conversar com uma mulher é um alívio para o sexo masculino, desde que ela não esteja envolvida no assunto.
Pagar de durão, bem resolvido e independente o tempo todo não é para qualquer um. Melhor dizendo, não é para as mulheres. Sem meias palavras, ser mulher dá um trabalho danado. Mas imagino que ser homem deve dar ainda mais.
Leia as colunas anteriores da Maria Fernanda:
? Fim de carnaval e re-começo do ano: Acabou a folia! Se o Brasil é o país do carnaval, o que vai ser de nós durante o resto do ano?
? Ano Novo e fim de promessas: Ano novo, vida nova? Chega de promessas repetidas, vamos mudar de atitude em 2008!
? A revolução masculina: Virilidade X Vaidade. A colunista pontua os temas, como a questão dos pêlos, depilar o incomodar?
? A era Playstation: Por que o Playstation causa tamanho fascínio entre os homens?
Quem é o colunista: Maria Fernanda Pauli
O que faz: Jornalista
Pecado Gastronômico: Comida mexicana
Melhor lugar do Brasil: Praia da Baleia e a minha casa...
Para falar com a Maria Fernanda: [email protected]
Atualizado em 6 Set 2011.