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Para manter o coração em dia, colesterol deve ser dosado anualmente |
Produzido naturalmente pelo organismo e fundamental para a formação de alguns hormônios e da bile (fluido digestivo produzido pelo fígado), o colesterol é um dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Se presente em excesso na corrente sanguínea, pode entupir os vasos e provocar aterosclerose, infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
"Além do colesterol produzido pelo corpo, há o que vem da alimentação e que, em dosagens normais, junta-se ao primeiro para auxiliar na função orgânica. Os níveis elevados podem ser provocados tanto pela produção excessiva da substância pelo organismo como pela alimentação inadequada", explica Daniel Branco de Araújo , cardiologista e diretor do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Embora geralmente considerado um vilão, o colesterol não é de todo mau. Uma de suas lipoproteínas, o HDL - também conhecido como colesterol bom - organiza uma verdadeira faxina no organismo, sendo responsável por remover as placas de gordura das paredes arteriais. "O HDL leva o excesso de colesterol de volta para o fígado para ser reaproveitado. Já o LDL, o colesterol ruim, faz exatamente o contrário, carregando as placas de gordura para as células e os vasos sanguíneos, causando entupimento quando em altas quantidades", esclarece o médico.
Por terem funções opostas, os valores das frações de HDL e LDL no sangue devem ser inversos: quanto mais baixo o LDL e mais alto o HDL, melhor. "O valor do LDL deve estar sempre abaixo de 100 miligramas por decilitro, podendo ter limite ainda menor, conforme os fatores de risco associados. Já o HDL deve ser superior a 40 no homem e a 50 na mulher", alerta Daniel Araújo.
Segundo ele, o colesterol total deve ser inferior a 200 mg/dl. Entre 200 e 239, os níveis são considerados intermediários e, a partir de 240, a taxa é considerada elevada.
Amigos do coração
Alimentação balanceada e exercícios físicos fazem parte da receita para controle do colesterol |
O colesterol é um problema silencioso, que não possui sinais nem sintomas. Para medir os níveis da substância no organismo, basta um exame de sangue simples, solicitado pelo médico, que indicará o colesterol total e as frações LDL e HDL. De acordo com estatísticas do Conselho Latino-Americano para Cuidado Cardiovascular, cerca de 10% da população brasileira têm colesterol elevado e 52% nunca fizeram a dosagem.
O colesterol alterado pode ser evitado e tratado com a prática regular de exercícios físicos, alimentação balanceada e medicamentos, quando necessário. "A parte genética é controlada, mas não curada, e o acompanhamento é constante. A recomendação é de que as pessoas saudáveis dosem o colesterol ao menos uma vez por ano", orienta.
No combate a esse mal, a soja e seus derivados são importantes aliados, pois ajudam a manter o LDL sob controle e a elevar os níveis do HDL. "O leite de soja, por exemplo, é melhor do que o integral, que tem gordura saturada. O leite de soja não tem esse tipo de gordura e conta ainda com proteínas que equilibram o colesterol bom e o ruim", recomenda o cardiologista.
A dieta saudável também pode incluir castanhas, nozes, azeite e peixes de água fria, como o salmão. Devem ser evitados alimentos ricos em gorduras saturadas, como carnes gordas, leite integral e derivados, além dos que apresentam gordura trans, presente em sorvetes de massa, bolachas recheadas e salgadinhos em geral.
Atualizado em 10 Abr 2012.