Guia da Semana

Por Pamela Cristina Leme

Nunca tantas celebridades foram flagradas sem vestir uma das peças mais básicas do vestuário feminino: a calcinha. Se o Brasil ficou escandalizado com a modelo Lílian Ramos, que engabelou Itamar Franco no carnaval de 1994, agora desfilar sem essa vestimenta virou moda. Britney Spears, Jennifer Lopez, Paris Hilton, Juliana Paes e Adriana Galisteu são algumas das famosas que resolveram deixar suas regiões íntimas mais, digamos, ventiladas.

Mas embora longe do universo glamouroso, algumas mulheres também aboliram a calcinha do guarda-roupa - seja para não "marcar" a roupa e detonar o visual ou porque simplesmente não gostam de usá-la. E a saúde, como fica? "A calcinha é uma peça pequena, complementar, que não tem um poder de proteção tão grande em pessoas que já estão adequadamente vestidas", destaca a ginecologista Elizabeth Dobao (RJ). De acordo com ela, é certo que sair de casa sem calcinha aumenta as chances de infecções de origem bacteriana, mas, em geral, a peça tem mais chances de se tornar vilã quando usada.

"Certos tipos de calcinhas realmente podem modificar a fisiologia da região genital. As chamadas ´fio dental´ quando usadas por um longo tempo ficam atritando uma região de mucosa que não é apta a isto. Já aquelas feitas de tecidos sintéticos impedem uma troca de calor adequada ou tem uma má-absorção das secreções, fazendo com que a região fique quente e úmida além do necessário - um ambiente extremamente agradável aos fungos", explica.

Segundo a ginecologista Patrícia Magier (RJ), da Clínica Medicina da Mulher, calcinhas perfumadas ou ainda coloridas (culpe os corantes) podem causar alergias. "É recomendável que, no dia-a-dia, a mulher opte por calcinhas de algodão de cores claras", sugere. Também vale prestar atenção no elástico. Se for muito apertado e sem proteção de algodão, a pele da virilha pode ficar irritada. Lacinhos e rendinhas também podem provocar coceiras. E até mesmo as peças que cobrem a calcinha podem trazer todos os prejuízos apontados acima, como calças jeans muito justas ou feitas de material sintético.

Com ou sem calcinha, também é importante nunca descuidar da higiene íntima. "Caso haja hábitos regulares de limpeza na região e cuidados básicos com o corpo todo não é necessariamente anti-higiênico deixar de usar calcinha", afirma Elizabeth. A troca da calcinha, em geral, deve ser feita a cada banho tomado. Mais do que isso é exagero. O fundamental, afirmam as médicas, é que a peça esteja sempre bem sequinha (por completo), limpa e confortável. Caso a calcinha descumpra uma dessas características, o bom-senso dirá o melhor caminho a ser seguido, dentro da possibilidade de cada mulher.

"A necessidade de troca da calcinha é variável. Quando a mulher tem um pouco de corrimento ou o seu ritmo de vida não permitir uma higiene adequada após o uso do sanitário, é conveniente a troca mais frequente. A mulher jovem tem a vagina mais lubrificada, mais úmida, por isso, é normal ter um pouco de secreção vaginal. Já na mulher mais velha, o usual é a vagina seca, e igualmente seca ficará a sua calcinha", alerta a ginecologista Luciana Nobile (SP), do Hospital das Clínicas da USP.

"Deve-se procurar peças bonitas sem abdicar do conforto, nunca menosprezar a necessidade do uso do algodão na maior parte do tempo e deixar as peças mais elaboradas para momentos mais especiais", aponta Elizabeth. Atualmente, o mercado conta com peças sem elásticos, de mesclas de algodão com fios sintéticos, com bom poder de absorção e resistência ao calor. São confortáveis, vendidas em todos os tamanhos e já disponíveis por quase todos os fabricantes. Com tudo isso, fica difícil pensar numa boa desculpa para não usar calcinha. A não ser que você precise dar um empurrãozinho na carreira.

Serviço:

Elisabete Dobao
Av. das Américas, 500 - bl. 02 - sala 214 - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro, RJ
(21) 3139-4053

Patricia Magier
Rua Gildásio Amado, 55 - sala 1307 - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro, RJ
(21) 2493-1408 | www.medicinadamulher.com.br


Fotos ilustrativas: Stock.XCHNG

Atualizado em 10 Abr 2012.