Guia da Semana

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A independência das mulheres vem se manifestando de várias maneiras na vida de cada uma delas. Conquistar seus objetivos profissionais e, em paralelo, conseguir manter uma vida pessoal organizada não é tarefa fácil. Acrescente a isso a capacidade de administrar com excelência a suas finanças.

É esse perfil de mulher inteligente, cosmopolita, independente e investidora que vem aumentando a participação feminina na movimentação de ações, de acordo com dados da BM&F Bovespa. "Há cinco anos, tínhamos 15 mil CPFs de mulheres ativas na Bolsa de Valores. Hoje, esse número chegou a 155 mil CPFs cadastrados", destaca José Alberto Netto Filho, economista e professor de educação financeira dos cursos da BM&F Bovespa.

Essa parcela de mulheres representou 24 por cento do total de investidores em ações da Bolsa, em setembro. A consultora financeira e escritora do livro A Bolsa para Mulheres, Sandra Blanco, define o estilo desse filão como mulheres que pensam no futuro e que, em geral, possuem educação superior e um bom salário. "Elas pensam em aplicar o seu dinheiro desde o momento em que começam a ter sua própria renda, planejar o futuro e ter que dividir as despesas com o companheiro", explica.

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Para começar a investir

A maioria das mulheres mais leigas no assunto, assusta-se quando se fala em investimentos de risco, como Bolsa de Valores. No entanto, para quem está começando a enveredar por essa área, há alternativas mais simples para se familiarizar melhor com o mundo dos cifrões. Sandra, que é a coordenadora do espaço Money Mulher do evento Expo Money - feira para investidores -, indica que as mulheres comecem a investir com poupança e fundo de renda fixa. Posteriormente, com mais experiência e capital reservado, o caminho deve ser os fundos de ações ou clubes de investimento.

Mas, quem acha que vai aplicar na Bolsa para ter um resgate maior em pouco tempo, está enganada. Realmente compensa investir em ações, pois o rendimento é sempre superior ao da poupança - que teve juros de sete por cento em 2009 - e ao fundo de garantia - cujos juros chegaram a dez por cento no ano passado. "Mas isso (o lucro) não vai acontecer em um ano, é um investimento de médio a longo prazo. Dez anos é um tempo razoável para ter um bom retorno", afirma José Alberto.

O economista também é professor dos cursos do programa destinado especialmente para as mulheres investidoras da BM&F Bovespa, o Mulheres em Ação. Ele aconselha a participação nos cursos, que são gratuitos, para aquelas que almejam fazer o planejamento de suas finanças e programar investimentos. Outro ponto de partida pode ser os ensinamentos do programa Quer ser Sócio?, também da BM&F Bovespa, encontrados em sua página na internet. "O site é autoeducativo e possibilita a simulação de investimentos, antes de concretizar a aplicação", informa.

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Previdência e disciplina financeira

De acordo com Sandra Blanco, quanto antes se começa a pensar em previdência privada, menos esforço a mulher terá que fazer no futuro. Assim, a recomendação é que ela faça um plano previdenciário assim que começar a ter uma renda fixa. E, nessa hora, uma dúvida aparece: deve-se optar por PGBL - Plano Gerador de Benefício Livre - ou VGBL - Vida Gerador de Benefício Livre? Os dois são destinados para a previdência, mas diferem entre si a partir das relações de contrato de trabalho.

"O PGBL é para as mulheres que possuem salário fixo e registro em carteira. O VGBL é destinado para as profissionais liberais e autônomas que possuem renda variável", explica Sandra. Outra diferença é que o primeiro tem o benefício do deferimento do Imposto de Renda , mas ele só é vantajoso para as pessoas que fazem a declaração do IR pelo formulário completo e são tributados na fonte.

Quem quiser planejar suas finanças, precisa, antes de tudo, aprender a ter disciplina financeira, controlando seus gastos de acordo com suas prioridades. A coordenadora do Money Mulher aconselha às mulheres a pouparem o máximo que puderem. "Quem consegue reservar oito por cento do seu salário por mês, guarda um salário por ano. Portanto, quem quer ter reserva financeira, precisa de disciplina", exemplifica.

Para José Alberto, o ideal seria conseguir guardar dez por cento da sua renda líquida mensal e destinar aos seus investimentos. Após separar essa quantia, ele sugere que as mulheres dividam o valor entre a poupança, os fundos de renda fixa e as ações.


Atualizado em 6 Set 2011.