Nossas crenças são pilares da sustentação de nossa personalidade. Elas guiam nossas decisões e comportamentos em todas as áreas de nossa vida, determinando o que nos parece bom, mau, possível ou impossível. Desde que nascemos, colecionamos construções mentais baseadas no que aprendemos com nossos pais, parentes, amigos, professores, colegas, com a televisão ou com livros, jornais e revistas. Esse conhecimento tem grande potencial para percorrer toda a vida da pessoa. Um bom exemplo é como nos ligamos fortemente à determinada religião, posição social ou esportiva que aprendemos quando crianças.
Na infância, a criança está "aberta" e curiosa em descobrir o mundo, e pode ser altamente influenciada pelos outros. Desta forma, os rótulos direcionados a si mesma ("sou bonito", "sou inteligente") ou a outras pessoas ("ela é chata", "eles são malvados") são formados. Se essa criança não encontra contraexemplos pelo caminho, esses rótulos se tornam crenças e profecias autorrealizadoras.
Uma arma tão poderosa pode ser usada de forma positiva ou negativa. Existem crenças que ajudam, como as suposições da Programação Neurolinguística: "temos todos os recursos de que precisamos", ou "se alguém foi capaz de aprender determinada coisa, eu também sou". Existem outras que são benéficas dependendo do contexto: "eu sou paciente" pode não ser legal quando a situação pede um pouco de proatividade para se resolver. Mas existem as que atrapalham muito mais do que ajudam: "eu não faço nada direito", "sou incompetente", "não sei lidar com dinheiro", "não consigo emagrecer", "só atraio as pessoas erradas"... isso parece familiar?
Quanto mais atenção damos a esse defeitos que acreditamos que temos, mais reforçamos isso dentro de nós - principalmente quando apontamos nossos defeitos na primeira pessoa, ou seja, "Eu SOU...". Nesta condição, estamos direcionando os pensamentos em nível de identidade. E, assim, estamos rotulando definitivamente e fica mais difícil transformar essa situação. Ao mudar o nível para comportamental, para "Eu ESTOU..." (como trocar o "SOU gordo" por "ESTOU gordo"), fazemos ligações mentais em termos passageiros. Parece que esta condição é para este momento e deve passar ou mudar em breve.
O maior risco de ficar anos e anos reforçando esses padrões é que fica cada vez mais difícil deixar de acreditar neles. Neste caso, a pessoa acaba por encontrar "pelo em ovo", mesmo que não existam provas concretas para continuar com essa crença e dá um jeito de criar evidências menos objetivas. Ter um rótulo de "eu sou um fracassado" pode levar fracasso para todas as áreas da vida, como profissional, afetiva, etc.
O jeito mais fácil de enfraquecer uma crença negativa é desafiá-la. Encontrar contraexemplos me mostra a realidade: como posso SER um fracasso se já fui bem-sucedido antes? No máximo eu ESTOU fracassando agora, o que não indica que vá fracassar de novo. Isso acaba por diminuir a crença e ajudar na ressignificação para padrões mais positivos e produtivos.
Outra forma muito eficaz de mudar esses paradigmas é encontrar pessoas que corroborem com pensamentos e comportamentos mais produtivos. O velho adágio de "diga com quem anda e direi quem é" funciona muito bem neste sentido. Procure conviver com pessoas que alimentem viver a vida que você deseja e não o contrário. Com os que sabem lidar com dinheiro, manter a boa forma, dizer não na hora certa, comprometer-se... É importante focar no positivo e tratar a nós mesmos com um pouco mais de carinho. Assim encontramos o que há de mais belo na vida.... viver!
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Quem é o colunista: Alexandre Bortoletto.
O que faz: Instrutor da SBPNL - Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística, coach e especialista em Hipnose Ericksoniana e Neurociência.
Pecado gastronômico: Pizza de pepperoni da Pizza Hut.
Melhor lugar do Mundo: Minha casa.
O que está ouvindo no carro, iPod, mp3: Radiohead e Jon Lord
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Atualizado em 10 Abr 2012.