Guia da Semana

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No último 20 de julho, comemoramos o Dia Internacional do Amigo. A data, criada pelo hermano Enrique Ernesto Febbraro, foi inspirada na chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969. Ele considerou o ato científico como uma oportunidade de se fazer amigos em outras partes do universo e, durante um ano, o argentino divulgou o lema "Meu amigo é meu mestre, meu discípulo e meu companheiro". Deste modo, o Dia do Amigo foi adotado na Argentina por decreto e, gradualmente, em outras partes do mundo.

Aqui no Brasil, a data é comemorada não-oficialmente. Encontrei algumas pessoas que nem sabiam da sua existência. Mas na internet pipocaram várias mensagens de agradecimentos e felicitações pelo dia. Isso me fez refletir sobre as minhas relações de amizade; será que estou participando ativamente da vida dos meus amigos como deveria? Li outro dia que "Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida". Procurei saber de quem era o texto. Alguns o creditavam ao Arnaldo Jabor, outros a Martha Medeiros, mas não consegui uma resposta oficial. Embora o texto completo se refira a relações amorosas, ilustra muito bem as de amizade. Precisamos ter esse real interesse pela vida do outro e sentir que é recíproco.

Enquanto fazia uma busca por ações na minha memória, pesquisando os atos de carinho, de acolhimento, de pedido de ajuda, me deparei com uma questão ainda mais complicada: estamos preparados para receber afeto? Por que é mais fácil receber (e fazer) declarações de amor e amizade por SMS, mensagens, e-mails, twitter e facebook, e tão mais difícil - e raro - fazê-las e recebê-las pessoalmente? Isso inevitavelmente me inclui. No Dia do Amigo, por exemplo, postei algumas mensagens para os meus melhores amigos, mas me pergunto: fui fazer uma visita para algum deles e dizer pessoalmente tudo que eu sentia? A resposta é não! Então, a gente coloca a culpa no dia a dia corrido, no trabalho, no trânsito, enfim, em qualquer coisa que esteja ao alcance das mãos e que não inclui a punição pela falha.

Segundo dicionários, amizade é o afeto que liga as pessoas, é a reciprocidade, a benevolência, o amor. Acredito que, para sentirmos tudo isso de uma maneira plena, é preciso investir mais no outro, nos dedicar mais e, principalmente, exercitar o receber carinho. Sem constrangimentos. Sem desconfianças. Receber o afeto de braços abertos. Sentir que somos merecedores dele por saber também doar nossos sentimentos pelo simples prazer de fazê-lo. Olhar nos olhos, dizer o que sente. Encontrar para tomar um café e bater papo sobre a vida e deixar a rede de lado para caminhar ao lado de quem se ama.

Leia as colunas anteriores de Lu Fantaccini:

Amar e Cconviver

Letras...síladas...

Conflitos e Indagações


Quem é a colunista: Lu Fantaccini.

O que faz: Jornalista, cozinheira e palpiteira.

Pecado Gastronômico: Brioche francês.

Melhor lugar do mundo: A minha casa.

Fale com ela: fantaccini @gmail.com


Atualizado em 6 Set 2011.