Foto: Sxc.hu |
Cerca de 10% da população humana tem uma orientação homossexual. Esse estudo foi realizado em 1.949, por Kinsey, nos Estados Unidos, e é aceito até hoje. Segundo a assessoria de imprensa da Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT SP), não há estudos conhecidos no Brasil sobre essas estimativas ou expectativas de público.
"Com relação ao objeto erótico afetivo da população masculina incluída no estudo de Kinsey, 50% dos entrevistados relataram manter relações exclusivamente heterossexuais, 46% afirmaram ter tanto relações heterossexuais como homossexuais e 4% mantinham relações exclusivamente homossexuais. O último grupo foi definido como ´homossexuais absolutamente homossexuais´", explica o psicólogo Paulo Bonança.
Para o pai da psicanálise, Sigmund Freud, o Complexo de Édipo é quem determina a orientação sexual da pessoa. Resumidamente, o complexo é a relação que se dá entre pais e filhos, quando o filho atinge a segunda infância e começa a discernir os sexos feminino e masculino, com tendências a atitudes libidinosas relacionadas a pessoas do sexo oposto no ambiente familiar. O psicólogo da Universidade de Cornell (EUA) Daryl Bem também fala sobre a importância da formação intra-familiar na formação sexual.
Alguns cientistas, no entanto, argumentam que a homossexualidade parte de um procedimento genético. O neurobiólogo americano Roges Goski realizou experiências em ratos e seres humanos fêmeos. Eles receberam o hormônio masculino testosterona, ainda em fase intra-uterina. Observaram-se neles características masculinas como agressividade e atração por fêmeas. Mesmo assim, não há estudo que relate que mulheres homossexuais adultas possuam problemas com os níveis desse hormônio.
Segundo a doutora em física biomolecular, Claudia Alves, o geneticista Deam Hamer diz ter encontrado o "gene gay", associado ao comportamento homossexual, sendo seus estudos baseados na observação de que 13% dos irmãos de homens gays também são gays. Outro estudo polêmico publicado sobre uma possível causa da homossexualidade é um de Simon LeVay, que trata de anatomia cerebral. LeVay afirma que há diferenças no tamanho do hipotálamo do cérebro de um homem heterossexual e de um homossexual.
O mestre em genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Renato Zamora Flores, afirma que, aos dois anos de idade, a criança já é capaz de saber se o desejo que tem é por alguém do mesmo sexo ou do sexo oposto.
Os autores do livro Born Gay: The Psychobiology of Sex Orientation ( Gay de Nascença: a Psicobiologia da Orientação Sexual), Glenn Wilson e Qazi Rahman, crêem que não se pode ignorar as diferenças biológicas entre heterossexuais e homossexuais, considerando que fetos masculinos com pré-disposição à homossexualidade não conseguem absorver corretamente o testosterona durante seu desenvolvimento.
Cláudia Alves lembra que, "cientificamente, não há um consenso sobre as causas da homossexualidade, porém a hipótese mais aceita é que fatores biológicos e psicológicos atuem em conjunto ao longo do desenvolvimento do indivíduo. Não podem ser ignoradas também as posições religiosas que, de um modo geral, são conflitantes com a reivindicação de homossexualidade, pois a história da humanidade é testemunha de que é saudável, em uma situação de conflito, ouvir a opinião de toda a sociedade e não somente a parte que nos é favorável".
Voltar
Atualizado em 6 Set 2011.