Guia da Semana

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Índice de Massa Corpórea (IMC): resultado deve estar entre 19 de 24,9


Todo mundo quer estar de bem com o espelho, e essa missão invariavelmente passa pela balança. No entanto, na briga pela perda de peso, é importante lembrar que, mais do que desconforto estético, os quilinhos a mais podem significar danos à saúde. Hipertensão, diabetes, infarto, AVC (Acidente Vascular Cerebral), apneia noturna, asma e doenças degenerativas do sistema ósseo-articular são algumas complicações causadas pelo sobrepeso e pela obesidade, problemas cada vez mais comuns no Brasil e em outras partes do mundo.

De acordo com a última Pesquisa de Orçamentos Familiares, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 50% da população adulta está acima do peso. Nas crianças entre cinco e nove anos, esse percentual é de 30%, e, nos adolescentes de dez a 19 anos, o índice de sobrepeso chega a 20%.

Segundo um estudo realizado pela revista médica britânica The Lancet, divulgado em fevereiro, a obesidade praticamente dobrou nos últimos trinta anos, atingindo 500 milhões de adultos no mundo: 9,8% dos homens e 13,8% das mulheres.

O levantamento indica ainda que o índice mundial de sobrepeso também é alarmante: 1,46 bilhão de adultos. No Brasil, o IMC médio é 25,8 entre os homens e de 26 entre as mulheres - ambos acima do considerado ideal.

"A obesidade é considerada uma doença, e as crianças da geração atual são as que mais sofrerão o impacto desse problema, a ponto de terem sua expectativa de vida reduzida em relação aos pais por causa das doenças decorrentes da obesidade", afirma Ana Paula Chacra, cardiologista do Departamento de Dislipidemia do Incor (Instituto do Coração).

Segundo a especialista, a obesidade pode ser causada por fatores genéticos, ambientais e comportamentais, entre eles alimentação incorreta e sedentarismo. "Metade dos casos de obesidade é genética, mas o ambiente e o comportamento podem ser o gatilho para desencadear o problema", diz a médica.

Tanto para a prevenção quanto para o tratamento do excesso de peso a combinação é a mesma: dieta balanceada, exercícios físicos e, se necessário, medicação prescrita pelo médico. "Para quem já está com sobrepeso ou obesidade, o primeiro passo é fazer uma avaliação médica para analisar o impacto no organismo. Depois, o tratamento deve ser multidisciplinar e contínuo, com cardiologista, nutricionista, psicólogo e educador físico", recomenda Ana Paula.


IMC


Ponteiros da balança no alto indicam má alimentação e apontam para riscos de doenças cardiovasculares e outras complicações


O sobrepeso e a obesidade são medidos pelo Índice de Massa Corpórea (o chamado IMC), equivalente ao peso dividido pela altura ao quadrado. O ideal é que esse resultado fique entre 19 de 24,9. "De 25 a 26,9, consideramos sobrepeso. De 27 a 29,9, obesidade leve. De 30 a 34,9, obesidade moderada. De 35 a 39,9 obesidade severa, e acima dos 40, obesidade mórbida", explica a cardiologista.

Outra medida importante é a circunferência da barriga, que ajuda a calcular a adiposidade intra-abdominal. "Na mulher, essa medida não deve passar de 80 centímetros e, nos homens, de 94. Mais do que isso significa que o paciente tem um risco cardiovascular aumentado", alerta.


Cuidados à mesa


Mudança de hábitos alimentares e exercícios físicos são os melhores aliados no controle do peso


Para escapar de transtornos com a balança, produtos ricos em gorduras, carboidratos e açúcares devem ser evitados. Em contrapartida, alimentos com grande quantidade de fibras, ferro e vitaminas precisam estar mais presentes durante as refeições. "O óleo comum deve ser substituído por azeite e óleos vegetais, o açúcar por adoçante e a manteiga pela margarina. Alimentos como bolachas recheadas, sorvetes cremosos, produtos industrializados em geral e laticínios integrais devem ser evitados", orienta Maria Lúcia Mendes Bruno, nutricionista do Serviço de Nutrição e Dietética do Incor.

Outra dica é substituir o leite integral pelo de soja, menos calórico e gorduroso do que o tradicional e com a mesma quantidade de cálcio. Já os refrigerantes e os sucos industrializados devem ser trocados por sucos naturais ou bebidas à base de soja, ricos em ferro, proteínas e vitaminas. "Em doses elevadas, a soja tem papel no controle do metabolismo dos lipídios e carboidratos, ajudando na queima de gordura", completa a cardiologista Ana Paula.

Atualizado em 6 Set 2011.