Quem se incomoda com a "barriguinha" somente pela estética, deve ficar atenta: o aumento da circunferência abdominal está diretamente relacionado com o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral. Se a gordura abdominal estiver associada a outras alterações físicas, como altos níveis de colesterol, triglicérides e hipertensão arterial, a pessoa pode apresentar, ainda, síndrome metabólica, provocada por má alimentação e sedentarismo.
Riscos
"A região abdominal reúne diversos órgãos que controlam o bom funcionamento do metabolismo. O aumento da gordura altera seu equilíbrio e, em casos mais crônicos, pode causar inflamações nestes órgãos, o que leva a chamada síndrome metabólica", afirma o fisiologista Rodrigo Chaves. Por não apresentar sintomas, muitas mulheres portadoras desta síndrome não se dão conta do risco que correm.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares matam 8,5 milhões de mulheres por ano, no mundo. Entre as brasileiras, principalmente acima dos 40 anos, elas chegam a representar 30% das causas de morte, índice que supera o de mortalidade dos tumores de útero e mama somados. As pesquisas são alarmantes, mas devem servir como alerta para mudanças de hábitos.
Diagnóstico
Para avaliar se a pessoa encontra-se no grupo de risco, basta uma simples verificação do tamanho da cintura com uma fita métrica. Mulheres com 80 cm de cintura já apresentam gordura visceral, aquela que está dentro da cavidade abdominal e é responsável por sintetizar substâncias tóxicas que aumentam a chance de hipertensão arterial, diabetes e doenças cardiovasculares. A gordura subcutânea, localizada logo abaixo da pele, que é removida em plásticas ou lipoaspiração, não representa males à saúde.
Predisposições genéticas podem contribuir para o acúmulo de gordura abdominal, mas uma dieta inadequada e o sedentarismo ainda são os maiores responsáveis, afirma o Dr. Otavio Gebara cardiologista e Professor Livre Docente em Cardiologia da Faculdade de Medicina da USP. Devido à falta de estrógenos e o aumento relativo de hormônios masculinos próprios da menopausa, este estado hormonal também favorece o acúmulo de gordura na barriga.
Tratamento
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O modo mais eficaz de eliminar a gordura visceral é associar uma alimentação equilibrada - rica em fibras, verduras e legumes e pobre em carboidratos e gorduras saturadas - à prática regular de atividade física. Exercícios aeróbicos, realizados em longa duração e baixa intensidade, como caminhada, natação, bicicleta, corrida e dança, são os mais indicados.
Mulheres acima do peso e hipertensas devem passar por avaliação médica antes de começar a praticar exercícios, mas as caminhadas diárias estão liberadas, afirma o cardiologista e Professor Livre Docente em Cardiologia da Faculdade de Medicina da USP Raul Dias dos Santos. Já os treinamentos de força, como a musculação, merecem atenção especial, já que este tipo de atividade, especialmente se não for assistida e mal realizada, pode aumentar a pressão arterial.
Atualizado em 10 Abr 2012.