Stock.xchng |
Durante o curso de jornalismo ouvi muitas histórias do tempo da onça, (como essa expressão). Eram tempos difíceis em que a comunicação se fazia graças à paixão dos profissionais em levar a notícia até o leitor. Tudo era feito à base do antigo e muito funcional fax (isso em tempos considerados modernos, já foi bem pior), para depois, ser digitado e impresso. Anos de longos sofrimentos se passaram e finalmente uma mente brilhante como um holofote "inventou" a internet. Graças a Deus!!
Quer reclamar de alguma coisa? Mande um e-mail. Quer comprar uma passagem, uma máquina digital, um carro, um perfume, um namorado? Acesse o site www.comprequalquercoisa.com.br. Tudo isso sem sair de casa ou do escritório. Fácil, não é mesmo? Como dizem, é o mundo em suas mãos. Pergunta: mãos de quem? Definitivamente de pessoas despreparadas ou até mesmo daquelas que dão a impressão de ignorar radicalmente a nova fase que a comunicação cliente/empresa vem vivendo.
Pude comprovar nas últimas duas semanas que o Brasil, além de ter uma mão-de-obra precária, deve ter a maior população de analfabetos digitais. É muito triste para um país que tem 40 milhões de computadores, segundo pesquisa da FGV. Ah! Sem esquecer do orgulho e do poder financeiro do nosso governo em colocar laptops em escolas públicas que apresentam altos índices do já corrente e normal analfabetismo.
Quer ver um exemplo? Aconteceu de verdade, comigo. Liguei para um lugar X para pegar algumas informações sobre um determinado estabelecimento. Infelizmente, o responsável não estava, então pedi para a pessoa muito simpática do outro lado da linha que me passasse o e-mail. Após alguns segundos veio a tão esperada resposta: "www.....". Ãn?!! Confesso que segurei a risada e muito gentilmente agradeci pela informação. Essa situação é o reflexo da falta de interesse de algumas empresas em capacitar digitalmente seus colaboradores e da própria pessoa em se informar.
Vamos combinar que estudar no Brasil não é fácil, livros custam os olhos da cara. Mas nada justifica. Vi uma reportagem um tempo atrás de um cara que mora em uma tribo indígena no meio da Amazônia. Quer lugar mais inóspito que uma floresta para estudar? Para resumir, o cara é pedagogo e além de ensinar os pequenos de sua tribo e região, mantém viva a cultura passada por seus ancestrais. O que eu quero dizer com isso? Que ao contrário de pessoas que vivem em lugares com melhores estruturas, ele não se deixou abater pelos obstáculos e ser mais um nas estatísticas de analfabetismo, seja ela qual for.
Quem é o colunista: Carla Stellato
O que faz: Jornalista
Pecado gastronômico: Doce de leite. Troco qualquer sobremesa do mundo por uma colher de doce de leite
Melhor lugar de São Paulo: Parque do Ibirapuera. Excelente para renovar as energias
Fale com ele: [email protected]
Atualizado em 6 Set 2011.