Guia da Semana

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A busca por uma silhueta perfeita é uma constante na vida de centenas de mulheres. Algumas sonham em ter um corpo esguio como de Gisele Bündchen, outras preferem o estilo mulherão de Ivete Sangalo. Para isso se submetem a dietas, malhação, tratamentos estéticos, ou seja, vale tudo na hora de manter o shape em dia. E da mesma forma que muitas lutam contra a balança, outras precisam se aliar a ela. Decididas, vaidosas e donas de curvas slim, elas vivem em um universo paralelo onde restrições alimentares mirabolantes estão fora de moda. Insatisfeitas por serem naturalmente magras, sem peso na consciência, aliam-se a um cardápio diário bastante calórico (chocolates, bolos, batata frita, lanches, massas, pastéis e sorvetes), mas não conseguem sequer movimentar os ponteiros da balança.

Corpo dos sonhos

Assim acontece com a webdesigner Bárbara Raquel de Oliveira, de 26 anos. Insatisfeita com o corpo desde os tempos de colégio, onde evitava praticar esportes nas aulas de Educação Física por emagrecer ainda mais, pesa hoje 53 quilos e tem 1,73 metros. "Por comer igual a um 'pedreiro' e não conseguir engordar, optei pela dieta às avessas. Me alimento de três em três horas e como desde alface a feijoada e tudo que vier pela frente. Não tenho frescuras", afirma Bárbara, que já chegou a passar uma semana à base de fast food, pizzas e massas, na esperança de ganhar uns quilinhos. O resultado disso? Viu os ponteiros da balança migrarem de 53kg para 53,6kg após a semana de gula. Em seguida, voltou aos seus fatídicos 53kg.

A webdesigner, que já chegou a comprar peças de roupa no setor infantil, vive o que centenas de mulheres enfrentam. Na ânsia de serem as típicas brasileiras com um corpo mais volumoso, pernas grossas e bumbum torneado, comem desesperadamente e acabam por deixar a saúde em segundo plano. "Os principais fatores que levam uma mulher a ser magra são o metabolismo, fator genético, estilo de vida que inclui atividade física e dieta alimentar, além do equilíbrio hormonal. O ideal é comer pequenas porções, várias vezes ao longo do dia. Grandes quantidades podem dilatar o estômago e provocar sobrepeso num futuro próximo", afirma a nutricionista Fernanda Machado.

Ciente dos seus exageros calóricos, Bárbara pratica yoga e caminhada de duas a três vezes por semana e realiza exames periódicos. "Não abuso dos alimentos gordurosos e evito exagerar no sal e no açúcar. Não quero problemas relacionados ao colesterol, pressão alta e diabetes, entre outros". Esse e outros tipos de doenças podem surgir quando uma mulher magra passa a comer em grandes quantidades e sem nenhum tipo de orientação médica.

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Segundo a nutricionista, a prática de esportes aliada a uma dieta rigorosa são o segredo para ganhar peso e atingir a marca tão sonhada na balança. "A atividade física é fundamental para a hipertrofia e tonificação muscular. Algumas mulheres precisam emagrecer e fortalecer a musculatura; já outras precisam ganhar massa muscular com definição, e para não masculinizar as formas, um pouco de gordura é fundamental às curvas", pondera a médica.

Complexo inverso

Já a universitária de 23 anos Maria Alicia Galvão procurou dezenas de médicos, nutricionistas, fez reeducação alimentar e até mesmo a famosa dieta ortomolecular, mas não obteve o resultado esperado. Com 1,68 metros, ela nunca pesou mais de 55 quilos e hoje em dia estacionou na casa dos 50. Assim como Bárbara, a jovem já realizou algumas "loucuras alimentares" e chegou ao ponto de bater no liquidificador as refeições na esperança que seu organismo absorvesse com mais facilidade as gorduras e calorias. "Nessa época, em um curto espaço de tempo, eu sentia mais fome e comia muita besteira. Minha alimentação nunca foi regrada ou balanceada e o meu peso sempre continuou o mesmo. Hoje percebo que além de paranóica e louca, essa era uma conduta bastante nojenta", ressalta.

De acordo com a nutricionista Fernanda Machado, uma mulher que pretenda ganhar peso deve realizar uma dieta com 3000 calorias diárias e fazer atividade física orientada por um profissional de educação física. "Nessa dieta é importante evitar carboidratos a partir das 20h, para que não ocorra acúmulo de gordura na região abdominal, devido à produção de insulina, que atrapalha a liberação noturna de GH (hormonio do crescimento). Devem ser realizadas a cada 3 horas e ricas em proteínas e carboidratos, preferencialmente complexos, como fibras" aconselha.

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Na hora H

Cismada com os quilos a menos, a estudante Maria Alicia não vê problemas em ter um pneuzinho aqui ou uma gordurinha de sobra ali. "Não gosto muito da magreza que vejo. Fiz análise com psicólogos e psiquiatras durante dois anos, não sofro de nenhum tipo de distúrbio ou desvio real de imagem como acontecem com as bulímicas ou anoréxicas. Apenas quero engordar e não vejo nada de mal nisso", lamenta. A complexidade com o corpo fez com que a jovem tivesse problemas inclusive no seu relacionamento.

Ela sentia vergonha do namorado, por conta do corpo esguio, e nos momentos de intimidade pensava que o seu parceiro não sentia atração por ela. "No início, quando o clima esquentava, ele era ponderado, vivia com o pé no freio. Por ser muito magra e não ter seios e bundas grandes, comecei a me sentir ainda pior e nada atraente. Durante uma conversa expus todos os meus grilos e ele explicou que me via como frágil e por eu ter os ossos do quadril um pouco expostos ele tinha medo de, na hora H, me machucar", revela.

Atualizado em 10 Abr 2012.