A ocupação feminina em cargos políticos nacionais pode ser vista também nas secretarias de Direitos Humanos, Igualdade Racial, Comunicação Social e Políticas para as Mulheres. Sem contar que um dos principais destaques das eleições 2010 foi outra dama, Marina Silva, que surpreendeu ao conquistar mais de 19% dos votos válidos.
Quer mais? É só olhar para o mundo e perceber que elas assumem importantes lideranças em diversos países: Cristina Kirchner, na Argentina; Hillary Clinton, nos Estados Unidos; Ângela Merkel, na Alemanha; Rainha Elizabeth II, no Reino Unido; Pratibha Patil, na Índia; Julia Gillard, na Austrália; Johanna Sigurdardottir, na Islândia; Mary McAleese, na Irlanda; Jadranka Kosor, na Croácia e outras. Conheça um pouco mais sobre essas mulheres do (e no) poder.
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Isabel Perón foi a primeira presidenta da Argentina
Após anos sem ter nem ao menos o direito do voto, a mulherada finalmente começa a traça sua história (de amor e luta) na política, a partir do século XX. Em 1974, na Argentina, Isabel Perón é a primeira mulher a ocupar presidência. A famosa líder assume após a morte do marido Juan Domingo Perón, pois era sua candidata a vice-presidência.
Cinco anos depois, é Margaret Tatcher que adquire o honrado título de primeira representante do sexo feminino a chefiar uma democracia moderna. A "dama de ferro" foi ainda reeleita duas vezes seguidas ao posto de primeira-ministra do Reino Unido.
Daí em diante, foram muitos os avanços, mas nunca houve tantas delas liderança como nos dias de hoje. Isso tanto na política como no mundo empresarial. De acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Ethos e o Ibope Inteligência, no fim de 2010, a participação das mulheres em quadros executivos das grandes empresas do país cresceu 2,2% em três anos. A notícia é boa, mais ainda falta bastante para esse número se igualar ao dos homens, já que elas representam, atualmente, apenas 13,7 % dessas posições.
Firmes e fortes
Os especialistas reconhecem a força delas e o mérito de se tornarem melhores líderes, se comparadas ao homem. Ântonio Carlos Pereira, consultor e sócio da empresa Areté, de treinamento e desenvolvimento profissional, acredita que as mulheres são mais intuitivas, persistentes, multifuncionais, detalhistas e mais eficazes no planejamento a longo prazo.
"Pesquisas comprovam que elas se dedicam mais aos estudos e na obtenção de conhecimento técnico, entre outras qualidades, e transformam a arte de liderar em algo prazeroso, leve e focado no objetivo de organização", afirma Antônio.
Para Rudney Pereira Junior, gerente de projetos da empresa FOCO, de Recursos Humanos, uma qualidade comum às mulheres que estão no poder atualmente é o zelo, o interesse maior no bem-estar e, o mais saliente, a perseverança. "Mesmo a Rainha Elizabeth II tendo ascendido ao trono muito jovem, enfrentou grandes desafios para impor-se e respeitar-se", diz.
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Margaret Tatcher recebeu o apelido de "dama de ferro" por sua dureza política
Outra característica peculiar à maioria das poderosas é a personalidade forte. Não é à toa que Margaret Tatcher ficou conhecida popularmente como "dama de ferro". Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos na época, chegou a chamá-la de "homem do Reino Unido", devido à sua postura incisiva.
A característica pode ser observada também nos perfis de Dilma, Cristina Kirchnner, Rainha Elizabeth II e Ângela Merkel, segundo Antônio Carlos. "São típicas representantes daquilo que os psicólogos denominam Alpha Comandante, nasceram para liderar. Transmitem a imagem de líderes enérgicas, profundamente exigentes e destemidas", explica.
Entretanto, Rudney ressalta que essa dureza em Angela Merkel ou em Hillary Clinton "pode parecer, às vezes, muito mais uma estratégia de defesa do que simplesmente uma característica de personalidade". Por mero mecanismo defensivo ou não, elas estão aí, cada vez mais firmes e fortes. E ao que tudo indica, a guerra dos sexos está apenas começando.
Atualizado em 6 Set 2011.