Guia da Semana

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Fios a menos na cabeça e a mais no travesseiro, no chão da casa, no pente, no ralo do banheiro e na mesa de trabalho. Ao fazer um rabo de cavalo você fica surpresa ao notar que o elástico está dando mais voltas do que deveria? Cuidado, você pode ser uma vítima da queda capilar.

Se para os homens o fato de perder os cabelos é indesejável, para as mulheres o assunto é desesperador. Neles a causa mais comum é a genética, denominada alopecia androgenética masculina. Já nelas, as causas da queda excessiva de cabelo podem variar entre a calvície androgenética, as de origem hormonal, metabólica ou auto-imune e a alopecia areata, conhecida como pelada, caracterizada pela perda dos cabelos em uma pequena área arredondada.

Entre as causas mais comuns de queda capilar feminina estão as oscilações dos hormônios femininos; seborréia; oleosidade excessiva; dietas desequilibradas; cistos de ovário; diabetes; anemia; infecções; menopausa; uso de pílulas anticoncepcionais; transtornos endocrinológicos; câncer; problemas na tireóide; período pós-parto; pós-cirurgias; anorexia nervosa; uso de implantes hormonais e anabolizantes. Além destes fatores, o índice elevado de estresse, ansiedade e depressão acabam ocasionando a perda significativa de fios, comprometendo o volume do cabelo.

Foi o que aconteceu com a empresária Beatriz Souza, 42 anos. "Eu tinha acabado de ser promovida, fazia longas jornadas de trabalho, não me alimentava direito e só fui perceber que o estresse estava me prejudicando quando notei uma falha no couro cabeludo, bem no alto da cabeça."

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Em determinados períodos do ano é normal ocorrer uma queda capilar maior, como na troca de estações, com a chegada do outono e da primavera. De acordo com a dermatologista e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia Carla Albuquerque, "a queda de cabelos sazonal acontece devido à fase de repouso dos cabelos prolongada, determinada pelas alterações climáticas. Trata-se de um evento biológico similar à alopecia que ocorre em muitos animais".

A queda capilar também pode apresentar causas químicas e físicas, sendo conseqüência de procedimentos estéticos como alisamentos, reflexos, descolorações, permanentes, relaxamentos e penteados, como o uso constante de coques e rabos de cavalo que tracionam demais o couro cabeludo, podendo causar o enfraquecimento dos fios e a franca diminuição do volume de cabelos.

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Cuidados com os fios dourados
As mulheres adeptas do look loiro e liso devem ter atenção redobrada com os cabelos. Segundo a dermatologista Lígia Kogos, "nada consegue recuperar o calibre do fio que foi dizimado pela coloração, nem o melhor cabeleireiro do mundo! O uso do descolorante é prejudicial em 100% dos casos, fazendo com que a estrutura do fio fique irregular."

Um fio de cabelo pode viver em media 6 anos e cresce por volta de um centímetro por mês. Já o cabelo que sofreu processos químicos como reflexos, balaiagens, luzes e descolorações fica com a estrutura debilitada e quebra próximo da raiz, diminuindo o volume capilar e dando a falsa impressão de queda. "As morenas que fazem descolorações são as mais traumatizadas com as tinturas, pois o tempo exposto ao produto químico é muito maior", alerta Lígia.

Seu cabelo é o que você come
As dietas alimentares muito restritivas também podem promover a queda anormal das madeixas. Segundo a médica endocrinologista do Hospital Barra D´Or e Coordenadora da Pós-graduação em Endocrinologia da Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO/HUGG) Flávia Regina Barbosa Van Haute, "as mulheres que apresentam deficiência de nutrientes essenciais para a manutenção da saúde dos fios, como ferro, zinco, cobre, cálcio, magnésio e vitaminas do complexo B podem apresentar alterações no processo metabólico e queda capilar acentuada".

Ter uma alimentação balanceada e consumir proteínas encontradas em carnes vermelhas, peito de peru, frango, clara de ovo e peixes ajuda a manter a elasticidade e o brilho dos fios. "Quem quer um cabelo com brilho e saúde deve incluir alguns alimentos no cardápio, com a cenoura, uma excelente fonte de vitamina E, nozes, castanhas-de-caju, verduras escuras como rúcula, brócolis, espinafre, frutas ricas em sais minerais e vitamina C, como a laranja, goiaba, acerola, morango e banana", recomenda a dermatologista Lígia Kogos.

Mantenha os fios saudáveis
? Não realize procedimentos estéticos em casa. Tinturas, descolorações e alisamentos devem ser feitos por um cabeleireiro profissional

? Faça consultas periódicas com endocrinologistas e ginecologistas a fim de detectar doenças da tireóide ou hormonais

? Utilize produtos adequados para o seu tipo de cabelo

? Pratique exercícios físicos regularmente. Estas atividades ajudam a aliviar o estresse

? Ao lavar o cabelo, use água na temperatura de morna a fria, que evita a oleosidade. Massageie o produto no couro cabeludo e deixe agir por cerca de três minutos

? Hidrate os cabelos semanalmente com produtos à base de queratina, que devolvem o brilho aos fios



Fuja dos mitos
Segundo os especialistas, cortar o cabelo regularmente não tem eficácia no tratamento da queda capilar. "Este é um mito muito comum. As pessoas se confundem devido o cultivo das roseiras, que precisam de podas para crescerem fortes e saudáveis. A parte viva do cabelo é somente a raiz, que cresce motivada pelo fator genético e hormonal, o resto do cabelo é uma célula morta recoberta de queratina", explica Lígia Kogos.

Outro dito popular são os chamados xampus antiqueda. De acordo com a dermatologista Carla Albuquerque, o ideal é que as pessoas procurem um médico o quanto antes para investigar as causas da perda de fios. "Os xampus que prometem diminuir a queda de cabelos não funcionam porque o tempo de contato dos princípios ativos com o couro cabeludo é muito curto e as moléculas das formulas são grandes demais, proporcionando resultados inconsistentes".

Os produtos disponíveis no mercado à base de zinco, sulfacetamida, enxofre, biosulfos, selênio e sulfeto de selênio são eficazes somente no tratamento dos fios que apresentam problemas na raiz e não são adequados para os casos de queda capilar ocasionadas por trauma químico.

Outra crença comum entre as mulheres é o uso de receitas caseiras para manter a beleza dos fios. De acordo com Luciano Barsanti, médico especializado em recuperação capilar, presidente da Sociedade Brasileira de Tricologia e membro titular do American Hair Loss Council (USA), "alguns ativos de plantas apresentam fundamento, mas só devem ser utilizados sob a supervisão de um especialista. A babosa, composta pelo ativo aloe vera, jamais deve ser usada in natura, quando a folha da planta é cortada e aplica-se a polpa nos cabelos, pois pode ocasionar irritação no couro cabeludo, dermatite de contato, coceira, descamação e até a queda dos fios".

Colaboraram:
? Carla Albuquerque
? Lígia Kogos
? Flávia Regina Barbosa Van Haute
? Luciano Barsanti

Atualizado em 6 Set 2011.