Guia da Semana

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Fui convidado para escrever uma coluna no canal Estilo. Inicialmente, não pensei que fosse a pessoa mais indicada para isso, mas resolvi tentar. Esse foi o primeiro passo, do qual se originou o primeiro grande problema: sobre o quê escrever?

Então, lá vou.

Os dicionários dizem que estilo é um conjunto de tendências, gostos, modos de comportamento característicos de um indivíduo ou grupo. Pronto, dei o primeiro passo. Daqui para frente, vou tentar apresentar outras concepções do termo, algumas opiniões pessoais sobre estilo e o que ele significa, não na definição do dicionário, mas na vida contemporânea, na nossa vida.

O estilo tem - como tudo ou quase tudo no mundo - uma razão de ser, mesmo que seja a mais fútil pensável. Ele serve não apenas para que a pessoa manifeste sua individualidade, mas também para que ela se insira em um grupo da sociedade. O que vem acontecendo com o estilo com o passar dos anos? Será que o fato de termos cada vez mais possibilidades está fazendo com que seja mais difícil ter um estilo próprio?

Se pararmos para pensar no tempo em que nossos avós e pais eram jovens, concluiremos que as escolhas e o acesso às coisas eram bem mais restritos do que atualmente.

Com toda a abertura do mundo e avanço que vivemos nos últimos 30 anos, a dinâmica de vida das pessoas mudou e com ela, mudou o estilo de cada um. Temos cada vez mais possibilidades, e de diferentes maneiras podemos nos manifestar como indivíduos, fazer parte de mais grupos, e ter estilos variados. E isso pode valer para tudo: moda, gastronomia, música, cinema e etc... Tudo começa com os relacionamentos. Nós nos relacionamos com um maior número de pessoas do que antigamente e, dessa maneira, construímos a habilidade de flutuar em diferentes grupos, vivendo a cada momento uma manifestação diferente de estilo. Pense: você não tem um grupo de amigos com o qual você faz tais programas que você não faria com outro grupo de amigos?

Essa mesma pergunta pode ser válida quanto a sua maneira de se vestir e até de falar, ou seja, nós somos capazes de mudar nosso estilo dependendo do grupo em que nos relacionamos no momento.

Pensando assim, vemos que todas essas escolhas que os "tempos modernos" nos oferecem acabam por fazer com que muitos de nós não tenhamos um estilo próprio, mas, ao contrário, uma série de estilos que a cada momento recebem pequenas modificações, tal como um camaleão. Então, vale a pena perguntar: será que é isso mesmo que queremos ser? E como reverter essa situação e irmos em busca de um estilo próprio sem que sejamos sempre influenciados pelo grupo?

Fica aqui uma boa reflexão para 2007.

Quem é o colunista: Sérgio Godoy

O que faz: Diretor de Arte

Pecado gastronômico: Comer coxinha de ponta cabeça (a pontinha é para baixo!)

Melhor lugar de São Paulo: Bar do Genésio, meu segundo lar

Fale com ele: [email protected]

Atualizado em 6 Set 2011.