Foto: Getty Images |
"Já quebrei inúmeras cadeiras plásticas, fiquei entalada na roleta do ônibus e quase fui parar na garagem para serrarem a roleta e me soltarem! Não conseguia abrir a mesinha de refeições do avião, precisava usar extensor para o cinto de segurança".
Estes foram apenas alguns constrangimentos enfrentados por Elizabeth Rueda, antes de enfrentar o regime de reeducação alimentar que a fez perder 53 quilos. Parece impossível para muitos, mas emagrecer, independente da quantidade de quilos, exige muita força de vontade, determinação, perseverança, disciplina e uma profunda mudança de hábitos.
Se você tem alguns quilinhos (ou muitos) para perder, inspirar-se na história de vida de quem venceu a guerra contra a balança, pode ajudar a redobrar a auto-confiança para persistir na adoção de um novo estilo de vida.
Este é o princípio de alguns grupos, como o Vigilantes do Peso, Peso Ideal e o Meta Real, onde os participantes relatam suas experiências, vitórias e dificuldades contra a obesidade, contando com acompanhamento nutricional e apoio psicológico dos outros participantes.
Na faca
Outro recurso muito utilizado é a operação de gastroplastia, que reduz o volume do estômago. Danny Mou emagreceu 52 quilos, após fazer a cirurgia e mostra em seu blog alguns detalhes e fotos de sua jornada rumo ao peso ideal.
Segundo ela, a gastroplastia não faz milagre. Após a cirurgia, é fundamental adquirir novos hábitos alimentares e reaprender a comer com qualidade e moderação. "A reeducação alimentar é o segredo do sucesso, então, tive que mudar todos os meus hábitos, que eram péssimos. Com a ajuda da nutricionista, fui aprendendo a comer corretamente e com qualidade. Parei de pular refeições, de trocar as refeições por lanchinhos e passei a comer diariamente frutas, verduras e legumes, evitando doces e frituras. Descobri que é possível comer bem, com sabor e ainda economizar nas calorias".
Foto: Getty Images |
Aos poucos
Diva Guerra está nesta busca pela saúde e beleza. Assim como Danny e muitos outros gordinhos, ela relata em sua página na internet as dificuldades para emagrecer. Diva iniciou seu processo de emagrecimento em 2006 e está lutando contra a balança até hoje. "Eu tenho preconceito para comigo mesma porque não me sinto feliz sendo gorda.", diz Diva. Mas como o processo exige perseverança, ela afirma que a dica para quem quer emagrecer é acreditar e persistir. "Tenho uma frase que sempre medito nela: Sem o esforço da busca é impossível a alegria do encontro", aconselha.
Para a nutricionista Lara Nataci Cunha, a perda de peso deve ser gradativa, para que não haja perda de massa magra, nem diminuição do metabolismo. Por essa razão, os hábitos do indivíduo devem ser considerados na hora de se elaborar o plano alimentar, para que a pessoa não fique por algum tempo comendo muito pouco e acabe compensando depois.
Cuidado com o espelho
Após perder 68 quilos com uma cirurgia de redução de estômago, Shirley Nunes continuava a se achar gorda. Passado um ano de operação, Shirley passou a sofrer de um problema de distorção de imagem: sua a cabeça não havia emagrecido junto com o corpo. "Me via gorda, mesmo estando magra. Fiz acompanhamento com psicólogo, que me aconselhou a ganhar 10 quilos."
Shirley aprendeu que para ser feliz, não dependia de ninguém, exceto ela mesma. "Sem lutas não há vitórias. Limitações existem apenas para quem quer. Hoje, me vejo como uma mulher guerreira e vitoriosa! Me orgulho de mim mesma e sou o orgulho da minha família. Me realizei como mãe, mulher, esposa e até profissionalmente."
Já Rui Ventura emagreceu 30 quilos em quatro meses, fazendo uso de shakes e suplementos alimentares. Para ele o essencial foi comprometimento que depositou no programa de emagrecimento que estava fazendo. "Quando você quer algo que sabe que lhe fará bem, o que conta é a sua força interior. O importante é querer emagrecer e não inventar desculpas, pois elas são ótimas: servem para você não atingir suas metas."
Deite no divã
De acordo com a professora da Sociedade Brasileira de Medicina Estética, Maria Mercedes Granja, o emagrecimento é um processo lento, que exige muito mais do que uma dieta. Por isso deve-se buscar uma mudança comportamental profunda, com a ajuda de uma equipe multidisciplinar, de apoio técnico e psicológico, além do engajamento da família, dos amigos e colegas de trabalho.
O acompanhamento psicológico é imprescindível, principalmente de um profissional que atue na área de reeducação alimentar, pois ele saberá como abordar os deslizes comportamentais comuns durante todo o processo. "Não é fácil alterar hábitos de vida, principalmente os de alimentação, que estão presentes a cada instante em nosso cotidiano. O importante é não sucumbir perantes os deslizes e se munir de doses extras de força de vontade. Quem perde 15 ou 30 quilos, ressurge como uma nova pessoa, muito mais confiante e realizada. Essa mudança faz tudo valer a pena.", conclui a nutróloga.
Colaboraram:
? Maria Mercedes Granja
? Lara Nataci Cunha
? Elizabeth Nascimento
Atualizado em 10 Abr 2012.