Paola, 24, consultora de moda
Eu trabalhava com o cara que estava saindo e ele era noivo de outra mulher. Em uma segunda-feira fomos ao motel, pela manhã, após o trabalho, pois trabalhávamos de madrugada. No sábado anterior tinha sido aniversário dele e a noiva havia preparado uma festa surpresa. Já fomos conversando sobre isso no caminho do motel, e ele falava do evento de uma maneira carinhosa. Até eu indagá-lo se não ficava com dor na consciência de estar comigo naquele momento depois de tudo o que a noiva fez por ele. Chegamos ao local, rolou amassos e beijinhos, mas ele não 'funcionou'. Ele pediu desculpas e disse que foi a culpa da brochada foi minha. Levei na brincadeira e, como estava com sono, dormi. Depois de duas horas, ele foi tomar banho e voltou todo 'animado', e, assim, rolou.
Comentário sobre o caso: Se fosse psicanalista, diria que essa mulher é uma perversa, devido ao modo como ela conduziu a conversa que teve o cara no caminho do motel. Ela soube pegar no ponto fraco dele e, quando ele precisou se concentrar para o sexo, aquele bate-papo anterior pode tê-lo deixado mais sensível e ansioso, e com isso não conseguiu ter ereção. Se durante a cena sexual a conversa pode prejudicar o desempenho, o mesmo vale para alguns diálogos antes do sexo. Isso é tão verdadeiro, que, por exemplo, se o cara não cultiva o relacionamento com uma mulher ligando ou mantendo contato, fica mais difícil ela querer sair com ele só para transarem. É preciso pensar no antes da prévia do sexo para ele acontecer de maneira satisfatória. Nesse caso, a Paola praticamente jogou um balde de água fria no rapaz; assim, é normal e previsível que ele tenha se deixado influenciar por aquela atmosfera criada. No entanto, quando ele conseguiu relaxar, voltou a ter condições ideais para ter relações sexuais e teve.
Dica para contornar a situação: No momento em que o rapaz brochou a atitude da Paola foi boa e ela mostrou ser compreensiva. Porém, em seu discurso anterior ela questionou se o cara não se sentia culpado por trair a noiva, querendo eximir-se de sua culpa. Mas se ela estava no motel com ele, era porque queria e, assim, os dois eram cúmplices naquela história.
Ménage furado
Carol, 26, estudante de publicidade
No ano passado, fui para um motel com uma amiga e um amigo, a convite dele. Bebemos bastante e, pouco tempo depois, os três já estavam sem roupa. Como minha amiga estava mais envergonhada, decidi que transaria primeiro com ele (ainda bem!), porque, depois que ele gozou, seu pênis não subiu mais. Tentamos fazer de tudo para 'reanimá-lo' durante trinta minutos, mas não adiantou, e ele achou melhor irmos embora. Tentamos deixá-lo mais confortável, dizendo que isso acontece, mas, na verdade, eu pensava que isso poderia acontecer com todo mundo, menos comigo! Foi uma das piores frustrações sexuais que tive. Depois do episódio fiquei com receio de isso voltar a ocorrer, pois é constrangedor tanto para homem quanto para mulher. Porém, estamos expostos a isso.
Comentário sobre o caso: Nós, estudiosos da sexualidade, percebemos que práticas como o ménage à trois, sexo grupal ou swing são desejadas por muitas pessoas, mas poucas conseguem colocá-las em prática, já que elas ainda são consideradas tabus. Os três estavam no motel realmente porque queriam aquilo, mas, de alguma forma, aquela ainda poderia ser uma questão mal resolvida para os envolvidos e o uso do álcool pode ter contribuído de maneira negativa. Eles podem ter bebido bastante para conseguir relaxar e isso contribuiu para o cara brochar com a segunda garota, pois o álcool é uma das drogas que possui maior efeito depressor no sistema nervoso central. Ainda que o rapaz estivesse vivendo uma das maiores fantasias do homem - que é transar com duas mulheres - ele não soube sustentar sua excitação, por isso utilizou o álcool. O conselho que eu deixo é não usar nenhum tipo de droga para transar, já que elas funcionam apenas como um truque.
Dica para contornar a situação: As duas garotas pensaram no rapaz apenas como um pênis, sem levar em conta o homem em si. Se elas não estivessem tão preocupadas somente em fazer o pênis dele subir, essa relação sexual poderia ter sido bem interessante para eles. Ainda há algumas mulheres que fazem sexo apenas para satisfazer o seu parceiro e isso precisa mudar, pois elas devem fazer sexo porque gostam e querem, apropriando-se cada vez mais de sua vida sexual. Se elas realmente fossem ligadas à importância do sexo, elas saberiam que o pênis pouco - ou quase nada - importa para a satisfação de uma mulher. As lésbicas, através do tribadismo - prática que estimula a vulva - conseguem sentir prazer sem penetração, por exemplo.
Experientes que assustam
Elisângela, 25, trabalha com eventos
Estava ficando um cara e nossa relação foi evoluindo. Até que em nossa primeira vez, ele brochou. Ele estava muito nervoso porque tinha tido relações com poucas garotas e eu era a primeira não-virgem com quem ele transava, já que ele era acostumado a namorar com as que garotas ficava. O cara estava com medo de não corresponder às minhas expectativas e deixou isso claro. Mas eu tive paciência, continuei fazendo carinhos, dar beijos e tudo mais... até que a coisa foi!
Comentário sobre o caso: A expectativa é a prima-irmã da frustração (risos). Todos nós criamos expectativas, mas mantê-las quando estamos em uma relação sexual é um grande risco. Entre o ideal e o real, às vezes, há um abismo e isso pode levar às frustrações. No caso do cara, ele não estava acostumado a estar com uma mulher que tivesse mais experiência sexual do que ele e, além da ansiedade, há também a questão da comparação, muito utilizada pelos homens.
Dica para contornar melhor a situação: A Elisângela foi muito fofa e soube agir de maneira adequada nesse caso.
Ansiedade no desempenho
Ana Luisa, 30, assessora de imprensa
A última vez que isso aconteceu comigo foi no início do relacionamento com o meu marido - que é quatro anos mais novo do que eu -, aliás, em nossa primeira vez. Simplesmente ele não conseguiu e confessou estar muito ansioso, pois achava que nunca iria ficar comigo e que eu era muito bonita. Ele foi tão fofo comigo que acabei levando de boa. Voltamos a tomar vinho, só transamos mesmo muito tempo depois e essa foi a única vez que ele brochou. Tive também um ex-namorado brochava todas as vezes que consumia álcool. Ele era muito fraco para beber e, com apenas quatro latas de cerveja, já não 'funcionava' mais. Teve um dia que comecei a indagá-lo porque isso estava acontecendo, se o problema era comigo, se ele gostava de mulher mesmo. Decidi que diminuiríamos as saídas para beber e que quando acontecesse isso, eu nem tentaria nada com ele para não me aborrecer.
Comentário sobre o caso: Essas duas experiências da Ana Luisa são distintas, mas com um denominador comum: a presença do álcool. O primeiro é um homem ansioso diante do exercício da sexualidade, o que chamamos de 'ansiedade por temor de desempenho'. Talvez o segundo cara também tenha essa característica e a bebida seja o meio que ele encontrou para enfrentar aquele receio de não desempenhar seu papel de maneira adequada. Da mesma maneira como há homens jovens que usam aquela famosa pílula azul para ereção toda vez que vão ter relações sexuais por não se garantir e ter medo de brochar, há alguns caras que usam o álcool no intuito remediar a situação. Mas cada caso é um caso, e isso pode funcionar de maneira negativa para certos homens, levando-os a falhar.
Dica para contornar melhor a situação: Ela agiu com muita consciência e cautela na primeira situação. Na segunda, ela agiu primeiramente de maneira reativa - e explosiva -, indagando se o problema era com ela. Esses pensamentos não ajudam em nada - e falar isso menos ainda. Tem que ficar claro para as mulheres que o problema não é a parceira. A questão é que os homens são 'ensinados' a não poder falhar, que devem transar com todas as mulheres que quiserem e quando isso não acontece, há um descontentamento.
Culpa por tabela
Bárbara, 25, agente de viagem
Meu ex-noivo foi o primeiro a brochar comigo e eu demonstrei ter ficado brava e triste. No meio da explicação, ele soltou que achava que eu estava gorda. Tive um grande surto de feiúra e baixa auto-estima por um tempo. Em uma outra vez foi mais complicado, pois sai com um ex-namorado, que estava com outra garota na época, bebemos e fomos transar no carro dele, mas ele não conseguia ficar excitado. Com essa frustração, eu acabei lembrando do cara que eu gostava e não quis tentar mais nada com o cara. Ele veio para cima, disse que tinha tido a chance dele e que era para ir procurar a namorada. Mas pior do que as brochadas dos homens é a desculpa de não querer sexo por dor de cabeça ou cansaço!
Comentário sobre o caso: A Bárbara não precisava escutar as palavras que ex-noivo disse: você está gorda. Isso revela a visão que a sociedade possui da mulher, que deve ser sempre sarada, gostosa, colocar próteses na mama, no bumbum e até na panturrilha para satisfazer o homem. Assim, se ela focar sua auto-estima nas reações positivas dos homens e nos casos de bons resultados dos seus relacionamentos, quando ela tiver um cara que a fruste nesse sentido será muito ruim. Ela é o tipo de mulher é vulnerável a tudo o que o seu parceiro fala e que isso pode ser determinante para reforçar ou derrubar a sua auto-estima.
Dica para contornar melhor a situação: É nítido que ela ficou traumatizada com o primeiro episódio e que ela é o script de 'mulher objeto', que não está lá porque está querendo, mas apenas esperando reforço para construção de sua auto-estima. Ela não deveria ter fugido da situação. Se ela quer estar numa relação, tem que entrar de cabeça, sem jogar culpa no cara, julgando-o como mau caráter por ter namorada e estar com ela.
*Os nomes das fontes foram trocados para preservar suas identidades.
Atualizado em 10 Abr 2012.