Foto: Gabriel Oliveira |
Você já pensou em brincar de Robin Hood? Usado desde a pré-história como instrumento de caça, o arco e flecha ficou famoso como arma de guerra, utilizada por assírios, babilônios, egípcios, romanos e mongóis. Os tempos sangrentos ficaram para trás e, hoje em dia, o equipamento serve para o lazer e o esporte, figurando inclusive, nos jogos olímpicos.
Apesar de não contar com forte tradição de arqueiros, o Brasil possui com um grande número de adeptos amadores. Entre eles, muitos moradores das grandes cidades, que encontram na prática uma alternativa para relaxar e controlar a ansiedade e o estresse.
"Muitos vêm procurar o arco e flecha por orientação médica. São pessoas estressadas, que não conseguem se desligar das coisas. Elas vêm procurando uma fuga. Quando você começa a praticar, deixa todos os seus problemas de lado. Não há como pensar em alguma coisa além do tiro", diz a instrutora Beatriz Gonçalves.
Aprendiz de Robin Hood
Para quem pensa em dar suas primeiras flechadas, duas aulas por semana é um número interessante para começar a praticar o esporte. O curso básico para iniciantes é feito normalmente a uma distância de dez metros do alvo, com um arco que não exige tanta força. Após cinco meses, o aluno pode continuar seus treinos com um arco maior, para distâncias de no mínimo 18 metros (usada para campeonatos indoor).
Inspiração
Guilherme Tell? Cupido? Nada disso. A maioria das pessoas que procura o tiro com arco é atraído pela curiosidade de uma pessoa próxima, como um tio por exemplo. Mas também há casos de arqueiros que começaram por razões mais românticas.
"Eu trabalhei com técnicas orientais de terapia e massagem. Entrei em contato com o arco e flecha, em um livro chamado O Arqueiro Zen. Anos depois, eu vi um filme sobre uma princesa que atirava. Achei bonito, procurei na internet e achei as escolas", diverte-se Roberto Huschak, 59, administrador de empresas e psicólogo.
Há três meses, depois de praticar por mais de um ano, Huschak resolveu comprar o seu próprio arco para praticar em distâncias maiores. Apesar de não ter pretensões de disputar competições, ele teve que adaptar seu corpo a uma nova realidade. "O meu novo arco é de 33 libras e eu não agüentava puxar. Comecei a fazer musculação por causa disso, o que é ótimo na minha idade".
Preço alto?
Iniciar no esporte não é caro. Os valores, para duas aulas semanais, de duas horas, gira em torno de R$ 220 por mês. O valor costuma incluir a utilização dos arcos, flechas, alvos, instrutores e toda a infra-estrutura da escola. Os custos começam após a fase de experiência. Ter um arco mais profissional, para distâncias maiores, não é barato. Os melhores são os importados, que podem chegar a valores de até US$ 5 mil, junto com o resto do aparato.
E para quem quer continuar atirando, um bom equipamento é fundamental. É o caso do escultor Décio Valente, 53, que pratica o arco e flecha há quatro anos (três deles como federado). Após conquistar o campeonato pan-americano na categoria master, ele se prepara para o próximo mundial, na Austrália. Ou seja, se você quiser chegar a um nível profissional, vai precisar gastar um pouco mais, como explica Décio, segurando a sua Everest Pro, da W&W. "Caso você não tenha um arco parecido com esse, de 33 libras, não dá para fazer tiros a distâncias grandes, de 90 metros, que são exigidos nos campeonatos outdoor".
Lendas de arqueiros Algumas histórias e lendas podem ajudar você a se inspirar para entrar no mundo do arco e flecha. Confira algumas delas: ? Robin Hood: o herói mítico inglês roubava dos ricos para dar aos pobres. Vivendo na floresta de Sherwood, ele usava seu arco e flecha para praticar seus saques. ? Guilherme Tell: para se livrar da prisão, o lendário suíço tinha de flechar, a mando do tirânico governador Albrecht Gessler, uma maçã colocada na cabeça do próprio filho. O teste seria uma prova divina de sua inocência (caso acertasse) ou de sua culpa (caso errasse). ? Cupido: o deus romano do Amor. É retratado como um menino que atirava flechas, cujos ferimentos despertavam amor e paixão em suas "vítimas". ? Astrologia: o símbolo do signo de sargitário é um centauro, segurando o arco e flecha. Os instrumentos representam o plano espiritual, pois a flecha simboliza a busca de sua "estrela", a sabedoria. |
*Fotos realizadas na Arqueiria Ibirapuera, em São Paulo
Serviço:
Arqueiria Ibirapuera
Rua Joaquim Távora, 1545 - Vila Mariana - São Paulo (SP)
Telefone: (11) 5083-3454
Atualizado em 6 Set 2011.