Guia da Semana

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Diagnóstico precoce do diabetes evita complicações e ajuda a manter uma rotina normal

Com o avanço da medicina, as doenças crônicas deixaram de impor grandes limitações para quem precisa conviver com elas. Hoje, pacientes com diabetes, por exemplo, podem manter a doença sob controle e levar uma vida próxima do normal, desde que sigam as recomendações médicas à risca.

De acordo com a Anad (Associação Nacional de Assistência ao Diabético), cerca de 10% da população brasileira entre 30 e 69 anos têm diabetes. Desse total, estima-se que pouco mais da metade tenha o problema diagnosticado, o que aumenta o risco de complicações.

Segundo Fadlo Fraige Filho, professor de endocrinologia da Faculdade de Medicina do ABC e presidente da Anad, há dois tipos de diabetes, com causas e tratamentos distintos. O Tipo I comumente se manifesta na infância e na adolescência e é provocado pelo mau funcionamento do pâncreas, órgão responsável pela produção de insulina - hormônio facilitador da absorção da glicose pelas células.

No Tipo II, mais comum dos 30 aos 69 anos, a causa do diabetes está na associação de fatores genéticos com má alimentação, obesidade e uso de alguns medicamentos. Nesse caso, os pacientes produzem insulina, mas o organismo não consegue metabolizá-la.

Em ambas as situações, a glicose não absorvida adequadamente fica concentrada no sangue, aumentando os níveis de glicemia. "O Tipo I é tratado com insulina, administrada por via subcutânea, além de dieta e exercícios físicos. Já o Tipo 2 pode ser tratado somente com dieta e/ou medicação oral, sempre associadas à atividade física", diz Fraige.


De olho no prato


Dieta saudável, restrição de açúcares e atividades físicas são as armas para enfrentar a doença

Para equilibrar os níveis de glicose no sangue, os diabéticos devem, além de seguir a receita médica, adotar uma dieta com restrição de açúcares e de produtos que se transformem rapidamente nessa substância. "Primeiramente, os pacientes têm que se conscientizar e aceitar que precisam controlar a glicemia pela vida toda. Eles devem evitar alimentos como farinha de trigo branca, arroz branco e tubérculos como a batata, a mandioca e o inhame. E doces, só os dietéticos", orienta o especialista.

Fraige reforça ainda que a alimentação do diabético deve ser rica em verduras, legumes e grãos como o arroz integral, a soja, a ervilha e a lentilha. "A soja, por exemplo, tem um nível menor de carboidratos e é rica em proteínas e fibras, que retardam a absorção dos carboidratos", recomenda.


Sem transtornos

Medicamentos orais e insulina injetável fazem parte do tratamento do diabetes

De acordo com o médico, o diabetes, se não tratado corretamente, pode trazer uma série de complicações aos pacientes. "A falta de controle da doença pode causar cegueira, amputações, hipertensão e perda das funções renais. Quando a glicemia está alta, é lesiva aos tecidos, como os da retina, dos rins e dos vasos sanguíneos", explica Fraige.

Efetivamente, não há como evitar o diabetes, mas o controle do peso pode ajudar na prevenção do Tipo 2. Além disso, as complicações podem ser evitadas, principalmente com o diagnóstico precoce da doença, por meio de exame de sangue comum. "O diagnóstico é feito pelo exame de glicemia. Em jejum, o valor não deve ultrapassar 99 miligramas por decilitro. Entre 100 e 125, o resultado aponta suspeita da doença e, a partir de 126, o diagnóstico é confirmado", afirma.


Veja os principais sinais e sintomas do diabetes*:

- Sede exagerada.

- Alterações na visão.

- Obesidade.

- Perda de peso rápida e sem motivo aparente.

- Fome excessiva.

- Urinar muitas vezes durante o dia e à noite e em grande quantidade.

- Facilidade em se cansar.

- Furúnculos.

- Pressão Alta.

- Infecções de pele e difícil cicatrização.

- Impotência sexual.


* A doença só se manifesta pelo aparecimento de vários desses sinais e sintomas ao mesmo tempo. Fonte: Anad

Atualizado em 6 Set 2011.