Foto: Sxc.hu |
As reações femininas são mais destacadas pela mídia (existe até um programa com o título correspondente - idealizo desenvolver uma versão masculina) e pela sociedade em geral. As mulheres admitem suas falhas, vergonhas, gafes, com autocrítica mais apurada.
Os homens, não. Se não forem cutucados em sua empáfia, nunca se incomodam ou erram... Os tempos pedem mudanças: agora, podemos tentar uma equivalência para o gênero masculino.
A nossa cultura falocentrada, reativa ao feminismo, ainda farta de muitos ranços machistas e dúbia de novidades pós-sexistas, criou para os gêneros sexuais duas grandes figurações: para a mulher, o monitoramento do amor; para o homem, o do sexo.
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Esse contexto poderia ser muito debatido, revisado em pelo menos um aspecto essencial: a pseudo-sustentação de que o homem é o sexo forte, aquele que tem maior capacidade de desempenho no sexo.
Sabemos que, na prática, não é assim. Por exemplo, uma prostituta pode dar conta de vários parceiros em uma noite, um homem, nem 10% ou 20% disso. No entanto, a tradição ainda indica que, quando uma relação se estabelece, o homem tem que enfrentar a monitora do amor e a mulher deve encarar o monitor do sexo.
Nessa disposição, o homem pode se embaraçar toda vez que se sentir solicitado a cumprir missão sexual ou formar vínculo afetivo. Vejamos os exemplos.
Nos fatos do sexo, o homem fica preocupado com as comparações homorrivais. Homorrivalidade é a disputa entre os congêneres masculinos ou femininos. Em lances práticos, é o que ocorre quando o homem observa o tamanho do pênis dos colegas no vestiário, ou quando a mulher se veste mais para impressionar as outras do que para atrair os homens.
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Nos fatos do amor, o homem fica vexado principalmente nas ocasiões em que a mulher o convoca para expressar sentimentos. Um namorado pode passar anos sem conseguir falar claramente: "eu te amo", como se a companheira devesse adivinhar o recado, poupando-o de manifestar suas afeições. Quando ela pede o recado expresso, ele se encolhe como criança, recicla as calças curtas e tenta escapar por alguma via tangente: "você já sabe, não preciso falar". Em qualquer dessas situações, é sempre bom lembrar que a protagonista feminina ajuda muito a manter essa política viciada e vetusta.
Quem é o colunista: Joaquim Zailton Motta.
O que faz: médico psicoterapeuta, sexólogo.
Pecado Gastronômico: sorvete de chocolate com raspas de castanha.
Melhor Lugar da Cidade: São Paulo, Vila Madalena; Campinas, Cambuí.
Para Falar com Joaquim: [email protected]
Atualizado em 6 Set 2011.