Pelos corredores, além dos estandes das lojas de produtos eróticos, dos modelos sumariamente vestidos e dos lojistas buscando as novidades, eram os olhares curiosos e questionadores dos visitantes os que mais se destacavam em meio aos milhares de artigos expostos nas vitrines. Afinal, não é todo dia que um pavilhão de exposições é destinado à intimidade entre quatro paredes. Mas que, na feira, não necessariamente precisa ser assim tão reservado.

Diferentemente do que se pode imaginar, a quantidade de visitantes mulheres andando pelos corredores foi expressiva. Elas viram muito, perguntaram mais ainda e saíram da feira munidas de várias sacolas. De acordo com a Abeme (Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico), são elas quem mais compram produtos eróticos. E - surpresa - os vibradores e próteses penianas não estão no topo da lista dos artigos mais vendidos. São os cremes, as velas aromáticas e os géis que encabeçam as vendas.

Os dados têm uma explicação: elas não gostam de usar os produtos sozinhas. O principal objetivo das mulheres ao comprar produtos eróticos costuma ser criar o clima de romance e sensualidade, pensando no jogo da sedução. Afinal, é muito mais gostoso - em todos os sentidos - ter o parceiro participando da brincadeira. "As mulheres querem surpreender os namorados e maridos em datas especiais, como aniversário de namoro, casamento, dia dos namorados...", conta Paula Aguiar, presidente da Abeme.

O produto mais vendido e desejado pelas mulheres custa R$ 10, em média, é pequeno e sempre surpreende. São as bolinhas com essências que, introduzidas na vagina, explodem na penetração e liberam um líquido lubrificante e perfumado. Mas há outros itens que merecem destaque. Lígia Assumpção, proprietária da loja Atrevida, de Manaus (AM), elenca dois. "As mulheres procuram muito também os géis anestésicos anais e os redutores". Mas não são redutores de medidas ou de celulite: esses produtos são aplicados na região vaginal para deixá-la mais contraída e dar a impressão de "primeira vez". E Lígia confirma: elas nunca vão sozinhas a um sex shop - preferem arrastar junto uma amiga. "Quem entra [sozinha] é quem não tem muita vergonha", explica.

Já no quesito vibradores, as novidades não param. Os modelos são muito variados e vão dos mais simples, à prova d'água, até os que são reguláveis. Alguns deles são importados: um modelo da marca norte-americana Evolved custa R$ 370, possui cinco velocidades diferentes de vibração, cinco tipos de pulsação e é feito em um material flexível e transparente. Outro exemplar da mesma marca é coberto por uma camada aveludada, possui três velocidades e três tipos de pulsação. Custa R$ 108.

Mesmo entre os vibradores e massageadores, há um setor que cresce a cada ano, os produtos de luxo. A marca Lelo, também norte-americana, se destaca por produzir itens que são - quase - um artigo de decoração. Um massageador em formato oval, que custa R$ 488, voltado à massagem corporal, tem o centro feito de metal e um material macio que o reveste. Os vibradores - também chamados de penetradores - dessa marca (a R$ 650 cada) também são feitos do mesmo material e chamam a atenção pelo visual e cores fortes. Afinal, é um produto que une a aparência não-censurável à agradável sensação que ele proporciona.

Veja aqui o que rolou de interessante para eles na Erótika Fair

Fotos: Gael Oliveira/APH