A melhor partida: Foram várias partidas memoráveis, mas uma delas foi o jogo da final do Pan Americano de 91, em Cuba, onde venci o Claudio Kano na final, desde então me tornei o número 1 do Brasil. Outro jogo importante, com certeza, foi no Pan do Rio 07, onde venci a final por equipes, conquistado minha 9ª medalha de ouro e virei o recordista brasileiro de medalhas de ouro em Pan-americanos. O significado do Centenário: É muito importante para mim, pois o intercâmbio Brasil-Japão mostrou que dessa relação pudemos aprender muito com eles, em todos os sentidos: educação, disciplina, concentração, e para o esporte foi vital para que eu pudesse conquistar os títulos que tenho até hoje. Com certeza, se não fosse a ajuda deles, teria sido muito difícil, se não impossível, ter dado essas alegrias a todos os amantes do esporte. Só tenho a agradecer e prometer que passarei adiante todos os ensinamentos para os mais jovens. |
História de família: A minha família no Brasil, teve início com a imigração dos meus avós no ano de 1929. Meu pai Takeo Hirata, na época com 11 anos, e meu tio, Riyoji Hirata, com 2 anos, vieram ao Brasil com meus avós para trabalhar na lavoura de café, na região noroeste do estado de São Paulo. Tiveram muito sofrimento, pois eles nunca tiveram convívio com a vida agrícola, meus avós eram comerciantes muito bem sucedidos na cidade de Osaka. Após três anos no Brasil, meu avô foi prosperando a ponto de não mais retornar ao Japão, pois antes era o seu objetivo principal. Minha mãe, Sumiyo Hirata, que também veio ao Brasil como imigrante com seus pais e irmãos no ano de 1930. Após a guerra, eles decidiram continuar no Brasil, dando para todos nós uma educação brasileira, mas sempre ensinando a cultivar a cultura japonesa, e nos incentivando para que um dia conhecêssemos a nossa origem. Até os dias de hoje temos um forte laço com todos da família Hirata do Japão. A impressão que meus avós e meus pais nos deixaram foi a melhor, tanto que todos nós temos muito orgulho de sermos brasileiros, sem deixar de respeitar a nossa origem. Lembrança de infância: Tenho como lembrança marcante o carinho dos meus avós e o conhecimento de algumas culturas que até hoje tenho como importante herança que recebi deles. Quando visitei pela primeira vez o Japão, conheci a minha família japonesa, pude conhecer a região onde vivem e eles ficaram muito surpresos quando ficaram sabendo que eu já os conhecia antes mesmo de tê-los visitado, isto se deve ao ensinamento que recebi de meus avós. Havaiana que a define: Sem dúvida nenhuma é a Havaianas Brasil, e em segundo, as havaianas customizadas com cristais Swarovski, introduzida para as celebridades dos indicados ao Oscar no ano de 2003. Qual o significado do centenário: É um grande momento histórico para a comunidade nipo-brasileira, apesar deser um país distante, é muito próximo emocionalmente. |
História de família: Masatoshi Setani, chegou ao Brasil em 1934, no navio Buenos Aires Maru. Na época tinha 13 anos de idade e minha Mãe Kazuko Uchiyama chegou no mesmo ano no navio África Maru e completava 4 anos de idade. Seus netos aproveitam este conhecimento aos domingos, durante os longos almoços em família. Nós, seus filhos, temos aproveitado agora, sendo que quando éramos pequenos o trabalho era tão desgastante que mal tínhamos tempo para dormir o necessário e os momentos de lazer e conversas eram escassas. Há uns dez anos atrás, meu pai teve um sonho com as irmãs que haviam ficado no Japão. Em dois meses de busca e pesquisa em prefeituras, cemitérios e templos budistas encontrou-as finalmente. Ambas casadas, saudáveis, com filhos e netos. A tia Sadako Tokumi é a mais velha, com 95 anos prepara-se para vir nos visitar. Será a sua terceira vinda ao Brasil. Nós estamos nos preparando para recebê-la novamente. Lembrança de infância: Lembro dos meus pais e irmãos trabalhando muito e sempre juntos. Lembro também da sala de estar onde a fotografia do Imperador do Japão até hoje tem lugar de destaque. Qual a peça que a define: A minha técnica de trabalho é a yunomi. Hoje, a peça que define além da minha técnica, é a garrafa. O que é o centenário: É a celebração do intercâmbio de saberes entre estas duas culturas e dos japoneses que se aventuraram a vir ao Brasil e hoje são vencedores. Tenho a consciência de que é maravilhoso ter nascido no Brasil. Ter a possibilidade de possuir a genética japonesa e a alegre criatividade brasileira. |
História de família: Os avós do estilista vieram por volta de 1917. Eles passaram por grandes obstáculos como língua e costumes diferentes, além da incerteza do futuro no novo país, principalmente para duas crianças. Os bisavós morreram logo quando desembarcaram, passando para avó de Jum, a mais velha dos irmãos, a responsabilidade de continuar a harmonia na família. O avô, homem sábio e intelectualizado teve de abrir mão dos conhecimentos para trabalhar na lavoura. Os estudos para o pai de Jum só aconteceram pós-adolescência. Lembranças de infância: Os perfumes, orquídeas e vidros de laboratório na casa do meu avô. Ele era perfumista. Peça que o define: O trabalho de um criador não pode ser medido por uma obra, mas pelo conjunto. O que é o centenário: Significa algo que só é mensurável pelas partes sucessão e sobreposição de camadas. Percebo as celebrações de uma forma natural e tranqüila, onde o simbolismo maior está no valor atribuído a uma medida e escala humana: o centenário. Por isso, gosto das histórias que compõe este cenário. Aquelas que acontecem no dia-a-dia e não a cada 100 anos. Não me importam as datas, mas as lembranças e marcas do tempo, como a história dos meus pais, avós e tantos outros imigrantes. |
*É conhecida como a "dama da hoteleira brasileira". Com um currículo fabuloso é dona de uma das melhores redes de hotéis, a Blue Tree. É premiada pela administração e participação ativa em atividades de cunho social. Sua dedicação ao trabalho pode ser percebida na tradução do seu sobrenome - Aoki, que em japonês significa árvore azul. História de família: Minha família sempre foi muito unida e continuamos assim até hoje. Um problema que venha a acontecer com alguma pessoa da família é compartilhada por todos, mas sem invadir a privacidade, porque a influência da cultura japonesa nos impõe reservas. Assim, se há alguma coisa importante que me seja marcante é esta característica. Um por todos e todos por um, com cada um respeitando e admirando as qualidades de todos da família. Sou muito feliz por ter nascido na minha família e, na outra reencarnação, quero voltar nesta mesma. Lembranças da infância:Tive uma infância comum, igual a tantas outras, de filhos de pais que emigraram para o Brasil. Tivemos infância focada nos estudos, no aprendizado de valores das duas culturas, na união da família. O lazer era ler e brincar com os meus irmãos porque os pais tinham pouco tempo para os filhos. Mas o pouco tempo disponível era transformado em grandes momentos. Os aniversários eram celebrados com tanto carinho que ainda me lembro dos detalhes; datas significativas, como o Natal, ano novo, finados eram celebrados com todo o ritual, respeito e aprendizado sobre os valores que estas datas simbolizavam. Posso afirmar que minha infância foi a base das minhas crenças e estilo de vida. Momento que a define:Acredito que a criação da marca Caesar Park e de sua exclusiva linha de hotéis exerceu grande impacto em minha carreira e no próprio setor hoteleiro nacional, uma vez que o Brasil, antes dessa rede, não dispunha de serviços exclusivos como os que criamos, até então só encontrados em hotéis de luxo fora do país. Depois, a criação da Blue Tree Hotels que, apesar da marca Caesar Park ter sido tão forte, conseguiu superar e se fazer valer por seu próprio conteúdo, resultado e missão. O que é o centenário: Significa homenagear os imigrantes japoneses e também o desenvolvimento de um novo patamar de relações comerciais, culturais e educacionais, com muita integração e conhecimento maior dos potenciais do Brasil e do Japão. Aproveitar a oportunidade para mostrar aos brasileiros e japoneses as possibilidades de integração das culturas, de relações comerciais, de aproximação e mais negócios. |
História de família: Meus avós, que são da região de Kyushu (ao sul do Japão), chegaram no navio Kawachi Maru em 1925. Depois de uns dias na Hospedaria dos Imigrantes tomaram o trem para a região noroeste, perto de Bauru, no interior de São Paulo. Contou a minha avó, que sua primeira casa era um paiol. Deitaram-se entre palhas, os bichinhos do milho subindo pelo corpo. E lembrou que forraram o telhado com um tipo de um papel impermeável e olharam para as estrelas. Eles trabalharam com plantação de algodão, criação de bicho-da-seda e café. Tenho várias historias de família, mas gostaria de falar sobre um relato da minha mãe. Ela estava para entrar na escola, mas como era época de guerra, a escola estava fechada. E os meus avós (da parte da minha mãe) colocaram todos os livros que tinham na casa dentro de uma caixa e enterraram no quintal. Também outras famílias fizeram o mesmo, isso porque nessa época não podia ter nada escrito em japonês. Essa cena ficou na minha cabeça e depois de um tempo virou uma história. Estarei lançando este livro em breve. Apesar de ser uma ficção, a inspiração veio de um fato real. Lembrança de infância: Entre tantas coisas, lembro da minha avó ensinando algumas brincadeiras e cantigas japonesas, além de contar as histórias conhecidas como "Mukashi Banashi", que significa histórias antigas. Enquanto a minha avó era uma pessoa paciente e doce, o meu avô, às vezes era bem implicante, autoritário, mas ao mesmo tempo gostava de brincar muito com a gente. No verão caçávamos vaga-lumes, com lampião na mão, cantando uma cantiga. No inverno brincávamos de jankenpô, apostando amendoim torrado. Fora isso, a minha avó, que faleceu no ano passado, um pouco antes de completar 105 anos, tinha uma memória fantástica e me contou muita coisa da sua infância e do tempo que chegou ao Brasil. Anotei, pensando em um dia criar uma história. Não pretendo escrever uma biografia, mas partir de algumas cenas e imagens, que são bastante fortes e poéticas. O livro que a define: Não posso falar de um único livro, mas do conjunto. Até agora, publiquei muitas histórias que surgiram a partir das histórias antigas do Japão. Mas, os livros que estou lançando este ano, "Festa no Céu/Festa no Mar" (DCL) e "Os livros de Sayuri" (no prelo, SM), trazem uma mistura do Brasil e Japão. Não foi nem tanto planejado, pois vou seguindo as idéias que surgem, e vão se transformando até ter um projeto. Para os meus próximos livros tenho um material que é inspirado na minha vivência rural, no interior de São Paulo, mas o espaço é um pano de fundo, em todos os livros, o que mais importa são os sentimentos e emoções das personagens. O significado do centenário: Creio que o fato de os imigrantes japoneses e seus descendentes terem conseguido se integrar à sociedade é um fato a ser comemorado. Uma grande oportunidade de troca de conhecer um pouco mais sobre cada cultura, sobre cada país, intensificando a compreensão pela diversidade. Com os 100 anos, muita coisa que veio do Japão já faz parte da nossa vida, às vezes nem damos conta. Lembro principalmente das verduras, as dobraduras em papel, uma atitude de vida através da arte e esporte, a estética, etc. |
Atualizado em 6 Set 2011.