Guia da Semana



Entrevistas de emprego sempre são motivos de nervosismo e insegurança, afinal, ninguém quer cometer aquela gafe na frente do contratante. O que e como dizer, o que evitar, como se vestir, como se comportar? Muitas são as dúvidas que surgem na hora de enfrentar um processo seletivo. E, para desvendá-las, não existe nada melhor do que algumas dicas que podem fazer toda a diferença na hora de ficar frente a frente com o recrutador.

O ditado popular "a primeira impressão é a que fica" pode ser verdade nesta situação. Por isso, se preparar é o caminho para o sucesso. A consultora de recolocação, Fabiana Queiroz, explica que é preciso ter segurança no que se fala e na forma como agir. "O primeiro passo é conhecer muito bem o seu currículo, como pontos fracos e fortes, qualidades e defeitos, isso traz mais segurança na hora de responder as perguntas", afirma.

Saber responder cada pergunta feita pelo contratante, de forma sucinta, clara e objetiva, faz toda a diferença. Para Fabiana, "ter objetivo profissional, não fugir do tema ou perder a linha de raciocínio, conhecer como a empresa está no mercado, e o que ela é, mostra que você fez a lição de casa. Além disso, dizer sempre a verdade, sem falar mal do atual ou ex-empregador, agrada o recrutador".

As principais perguntas

Além das perguntas tradicionais, feitas sobre a carreira, há selecionadores usando questões subjetivas e inesperadas, que avaliam a criatividade e a versatilidade dos candidatos. "Perguntas do tipo: ´como seus pais se conheceram?´ Ou ´se sua vida fosse um livro, qual seria a personagem principal?´ Não têm respostas certas ou erradas. Apenas analisam a forma como o profissional reage a situações inesperadas e como conduzem a resposta", explica Camila Mariano, gerente de atendimento do Grupo Catho. Confira as questões mais usadas pelos selecionadores:

O que você está buscando neste momento? Esta pergunta requer uma resposta direta, onde o profissional deve citar qual é o cargo e a área de interesse, que devem estar diretamente relacionados à vaga a qual o profissional está se candidatando.
Quais são os seus pontos fracos? Evite dizer pontos fracos que podem comprometer a imagem de sua atuação profissional, como distraído ou desorganizado. Mencione características que não sejam tão negativas, como impaciente e perfeccionista. Esteja preparado para contar alguma situação em elas tenham sido apresentadas.
Você foi demitido da última empresa? Por qual motivo? Sempre diga a verdade. Aproveite para dar referências que possam falar bem de seu trabalho. Atenção: motivo de demissão deve ser abordado de maneira bastante objetiva.
Por que você quer fazer parte desta empresa? Se o selecionador ainda está em dúvida se deve ou não contratar o profissional é nesta pergunta que a dúvida será solucionada, portanto, venda-se ao máximo. É o momento ideal para mostrar que conhece informações sobre a empresa.
Por que você quer sair da empresa em que está trabalhando? Sem se queixar da empresa, dê ênfase ao item desafio. Diga que está em busca de melhor oportunidade e progresso.
Qual é a sua pretensão salarial? Espere que o selecionador diga o salário oferecido para a vaga. Se estiver empregado, cite seu salário atual e benefícios, dizendo que pretende ganhar mais do que ganha atualmente. Se estiver desempregado, seu poder de barganha é menor, mas você pode expor seu último salário e ressaltar que há flexibilidade para negociação.

O currículo

De maneira geral, o currículo deve ter os dados pessoais, o objetivo, o resumo das qualificações, a formação e os cursos adicionais, além da evolução na carreira (empresas pelas quais passou e funções que exerceu). Simples, breve e no máximo duas páginas, não ultrapasse essa quantidade. Atenção: não minta, em hipótese nenhuma. Essa prática pode até gerar mais entrevistas de emprego, mas não determinam mais oportunidades de trabalho.

"É importante ter um currículo com informações específicas para cada área que deseja concorrer. Colocar mais de um objetivo pode parecer falta de foco profissional", afirma Anessa Trassi, analista de RH do Centro de Desenvolvimento Profissional de São Paulo. Junto com o currículo, a carta de apresentação pode ajudar na hora da seleção. Nela, é preciso relatar as experiências profissionais colocando em primeiro lugar sempre a última atividade exercida e somente as principais.


Entrevistas podem dar a impressão daquelas sabatinas do colégio. O importante é permanecer calmo na hora de responder às perguntas

Depois da admissão

Quando o profissional inicia as atividades em uma nova empresa é necessário estar atento a tudo o que acontece ao redor. Os cuidados com a primeira impressão e com a imagem são essenciais neste período para que a pessoa recém-contratada possa ter ou não "portas abertas" na empresa.

Por se tratar de uma experiência nova, aproveite o momento para absorver todas as informações que puder sobre a empresa e a cultura organizacional. "Prestar atenção ao que os outros colegas dizem, observar como estes se comportam podem ajudá-lo a entender como você pode se comportar", explica Camila Mariano.

A comunicação clara e franca com o gestor é essencial para que as expectativas de ambos estejam sempre alinhadas, assim o profissional consegue observar quais pontos deverão ser desenvolvidos e como poderá fazer para trazer os resultados esperados com a sua contratação. Camila afirma que "desta forma você poderá ter acesso às metas e objetivos traçados para o seu cargo, conhecer o que já foi realizado anteriormente (pontos fortes e o que deixou a desejar), bem como ter uma visão macro com relação ao que você poderá contribuir para a empresa".


Atualizado em 6 Set 2011.