Guia da Semana

Carros percorrendo grandes distâncias, alimentados apenas pela energia elétrica da tomada. Bólidos que devolvem ao ambiente vapor de água ao invés de monóxido de carbono e outros gases nocivos. Pode até parecer cenário do desenho futurista Os Jetsons, mas a indústria automobilística já pensa em alternativas renováveis e não-poluentes para substituir o famigerado combustível fóssil - responsável por 13,1% das emissões de gases que provocam o aquecimento global.

Embora a maioria dos cientistas acredite no hidrogênio como combustível do futuro, a cara produção e investimento tecnológico ainda inviabilizam sua comercialização. Enquanto isso, os silenciosos veículos híbridos e elétricos ganham espaço, com empresas em todo o mundo apostando em modelos cada vez mais baratos para atrair esse novo mercado dos ecologicamente corretos. Ainda que os modelos não tenham desembarcado no Brasil, muitos já fazem sucesso no mundo e alguns já têm data para chegar. Confira as principais apostas das montadoras, que pretendem deixar de lado os motores envenenados e poluentes.


Nissan Leaf


Foto: divulgação

Para entrar de vez na era do consumo consciente, a empresa japonesa lançou o Nissan Leaf. O modelo 100% elétrico aposenta o motor a combustão e o cano de escape, oferecendo uma autonomia das baterias recarregáveis de lítio - as mesmas dos celulares - de 160 quilômetros. Sem emitir nenhum composto poluente, precisa de oito horas para recarregar em casa ou 30 minutos em um posto de recarga rápida.

O carro provou ser um sucesso, com mais de 8.500 encomendas nos Estados Unidos e 4.300 no Japão. Na Europa, os primeiros países a receber o veículo são Portugal e Irlanda, com valor de 30.350 euros (aproximadamente R$ 70 mil, sem impostos). A projeção da Nissan é de que o novo modelo chegue em outros mercados em 2012. Há rumores de que uma parceria entre a prefeitura de São Paulo e a montadora Renault-Nissan resultaria na compra dos bólidos elétricos, para usá-los na frota da CET (Companhia de Engenharia e Tráfego) em 2011.

Chevy Volt


Foto: divulgação

A General Motors apostou nesse mercado e criou o híbrido Chevy Volt. O sedã de 151 cavalos apresenta dois motores, um elétrico e outro a combustível, com autonomia para percorrer até 60 quilômetros apenas com a fonte renovável - e sem emitir nenhum poluente. Com baterias de 16 kWh, de íon lítio, tem o consumo médio de 25 Kw/h. O motor a combustão (85% de etanol e 15% de gasolina) entra em operação assim que as baterias começam a se esgotar, estendendo a autonomia do carro para 450 quilômetros.

A bateria tem funcionamento bivolt e leva de 3 a 8 horas para uma carga completa. Com oito airbags e carroceria feita de 80% de aço de alta resistência, o modelo começa a ser vendido no início de 2011, com um custo estimado em US$ 41 mil (cerca de R$ 72 mil). Ainda não tem prazo para chegar ao Brasil.

Toyota Prius


Foto: divulgação

Primeiro veículo híbrido vendido em série no mundo (desde 1997), o Toyota Prius é um hatch impulsionado pelo motor 1.8 com quatro cilindros, movido a gasolina e com potência de 99 cv. Junto a ele, pode trabalhar um propulsor elétrico de 80 cv movido a bateria de níquel. São três modos de condução: a EV Drive Mode utiliza apenas as baterias elétricas e pode rodar até dois quilômetros - desde que não se supere os 50 km/h; o Power Mode garante respostas mais rápidas e menos eficientes; já o Eco Mode faz os motores trabalharem coordenados, consumindo 21 km/l.

Como o híbrido recebe diferentes incentivos fiscais de acordo com o país em que é comercializado, seu preço varia bastante. Nos EUA, por exemplo, o veículo está entre R$ 22 mil e R$ 28 mil. Com mais de dois milhões de unidades vendidas, o Prius começou a ser produzido no México em agosto. Como o país tem um bom acordo comercial com o Brasil, acredita-se que já no Salão Internacional do Automóvel o bólido aporte por aqui.

Renault Z. E Concept


Foto: divulgação

Disposta a investir na proposta de carros elétricos, a montadora apresentou no Salão de Paris, em outubro de 2008, o primeiro protótipo do Renault Z. E Concept (de Zero Emission). Baseado no Renault Kangoo Be Bop, o modelo vem como o motor elétrico de 70 kw - equivalentes a aproximadamente 95 cv - alimentado por baterias de íon-lítio. Com formato de casulo e dimensões reduzidas, seu design facilita as manobras, principalmente nas regiões metropolitanas.

Além de economizar energia no motor, sua pintura é clara e reflexiva, e o revestimento isolante evita a troca de calor com o exterior, reduzindo o aquecimento ou esfriamento interno na cabine dos passageiros. O veículo ainda conta com um sistema de ventilação que mistura um produto hidratante ao ar em circulação, cuja função é manter a pele macia.

Palio Weekend Elétrico


Foto: Reprodução/site oficial

Embora ainda não existam políticas públicas que incentivem o desenvolvimento de combustível verde em nosso país, alguns protótipos já mostraram a sua cara. Em parceria com as empresas Itaipu Binacional e a suíça KWO, a Fiat desenvolveu o Palio Weekend Elétrico. As diferenças só são perceptíveis na parte interna do veículo. Comprometido pela bateria de 165 quilos, o porta-malas tem sua capacidade reduzida. O painel possui um mostrador de autonomia da energia gerada, enquanto a alavanca de câmbio foi substituída por um joystick com três posições: drive, neutro e ré.

Equipado com pequeno motor que gera potência máxima de 15 Kw (20cv) e torque máximo de 50 Nm (5,1 kgm), a alimentação é feita por uma bateria situada no porta-malas, garantindo uma autonomia de 120 quilômetros com carga completa. A recarga total leva oito horas em qualquer tomada residencial, com vantagem da bateria ser 100% reciclada. Devido ao seu elevado preço - cerca de R$ 140 mil - o carro ainda não tem previsão de chegar ao mercado. Para isso acontecer, ainda é preciso diminuir o peso e o tamanho da bateria, aumentar a autonomia e montar uma rede de abastecimentos em postos, lojas e estacionamentos.

Atualizado em 6 Set 2011.