Foto: Renata Fiore |
Misture simpatia, simplicidade, espontaneidade e mais uma pitada de excentricidade e personalidade forte. Estes são os ingredientes principais de um dos cariocas mais conhecidos do Brasil e no mundo. Estamos falando de Roberto Sousa Rocha, ou simplesmente Latino.
O homem feito que ainda mantém um sorriso de eterno menino revela ao Guia da Semana que é um metrossexual assumido e não abre mão dos cremes hidratantes para a pele e das visitas mensais a clínicas de estética, mas adianta "eu nunca me considerei símbolo sexual. As pessoas são quem cristalizam a minha imagem".
O ex-garçom que também já trabalhou como dançarino, cozinheiro, copeiro, mágico e ilusionista nos EUA, hoje se divide entre as composições musicais, a vida atribulada de cantor e sua gravadora. Em uma entrevista que aconteceu na Av. Paulista, Latino fala da carreira e da vida pessoal com muita desenvoltura e sem papas na língua.
GDS: Como é o Latino em casa?
Latino: (Risos) Ah, eu vivo de pinto duro. Calma, foi só para quebrar o gelo. Ando de qualquer jeito, sei lá, de pijama.
GDS: Quais seus planos profissionais futuros?
Latino: Vou gravar em agosto, um disco de dueto que chama ´Latino entre Amigos´. Neste projeto há vários artistas de peso envolvidos, como Daddy Kall e mais dez personalidades. Por se tratar de um disco de projeto vou cantar com artistas que não são do meu segmento como Bruno e Marrone, Calypso, Dudu Nobre, Falamansa, Belo, André e Adriano (dupla sertaneja), Mr. Jam e Perla.
GDS: Qual música sua mais repercutiu na mídia e rendeu bons frutos?
Latino: Me leva, Renata ingrata, Festa no apê e atualmente Amigo fura olho, que gerou o projeto ´Latino cantando entre amigos´.
GDS: Teve algum trabalho que acredita ter sido um fiasco?
Latino: Não me arrependo de nada que tenha feito. Evidentemente a gente também erra, mas entre erros e acertos, minha probabilidade de acertos foi mais significativa.
GDS: Acha que está na melhor fase da sua carreira?
Latino: Acredito que sim. Estou numa fase madura. Hoje tenho mais feeling para compreender o sentido do sucesso, além de estar mais musical. Eu acho que eu estou cantando e encenando melhor no palco. Os shows que rolam durante a semana fazem você amadurecer, evoluir e criar idéias. O próprio show é o grande treinamento. É legal o artista sempre fazer shows, independente se vai rolar grana ou não. O contato e a energia do público ensina muito e encaro com muita naturalidade.
GDS: E ao que você atribui todo este seu sucesso?
Latino: Meu jeito de ser meio sem noção, meu jeito de dançar, de ser um cara carismático, humilde, autêntico e também pela irreverência musical e ousadia das sacadas.
O sucesso está no óbvio e em uma boa produção. Não adianta você está cantando uma coisa maravilhosa se o mercado não quer absorver aquilo. Tudo depende do momento que a música propicia. Então tudo tem o seu momento e a hora certa. Arranjar as pessoas certas em um time certo: é isto que funciona.
GDS: Você já teve algum envolvimento com drogas?
Latino: Nunca! Nunca sequer me ofereceram. As pessoas notam você para te oferecer. Já vi gente usando drogas. Se quisesse teria usado, mas nunca tive este tipo de comportamento e atitude. Nada contra quem usa, mas com certeza já passei desta fase.
Guia da Semana: Você já posou nu. Faria novamente?
Latino: (Risos) Já sim, mas no momento não faria este tipo de trabalho novamente. Quer dizer, depende de quanto me oferecerem. A gente bota o pinto para fora todo o dia em casa de graça e não vai mostrar na revista? Então está tudo bem! Mas por hora não penso em valores.
GDS: Qual a maior e a pior loucura que uma fã fez por você?
Latino: A coisa mais louca que já aconteceu durante minha carreira foi quando uma menina se escondeu dentro do armário de um hotelzinho aqui próximo a Paulista, onde estava hospedado. Ela conseguiu a chave com a camareira que era a mãe dela. Assim que abri a porta do armário para pegar umas roupas, lá estava ela. Tadinha! Eu me assustei e dei um soco de mão fechada na cara da menina, porque pensei que fosse outra pessoa. Fiquei cego e não esperava.
(Hesitação) Mas a pior foi em um show de BH. Uma menina atirada cravou as unhas bem lá. Levei oito pontos. Estava com uma calça tactel e sem cueca. Costumava andar sem cueca, mas deste dia pra cá, nunca mais! Cueca é uma proteção. Uso aquelas cuecas agarradinhas meio shorts, sabe?!
GDS: Qual a pior desilusão amorosa que já teve?
Latino: Se você me perguntasse isso há alguns anos atrás eu te responderia que foi de uma ex-namorada que eu tive. Mas hoje eu não posso dizer isso. As coisas ruins servem para te fazer evoluir. Por pior que tenha sido um relacionamento ele já te favorece no futuro. No próximo você já entra com os dois pés atrás. Fica ressabiado, pensando sempre ´já vi este filme antes´.
Quem dera se eu tivesse essa noção de empreendedorismo que tenho hoje, esta capacidade de empresariar, de licenciar a música do exterior. O feeling que eu tenho hoje lá atrás, me faria estar muito melhor, mas a vida é evolução, tanto na carreira artística, quanto nos negócios e na vida pessoal.
GDS: O que não admite em um relacionamento?
Latino: (seriedade) Sabe o que eu não admito em hipótese alguma? Ingratidão, cara. Até admito traição. Se rolar, óbvio que não vou ficar com a mulher, afinal se traiu é porque não estava mais a fim de mim. Ingratidão não dá, seja amigo, mulher, o que for. Esta é a pior das traições.
Ingratidão é você ajudar uma pessoa e saber que estendeu a mão a ela e o seu sucesso só aconteceu, porque você plantou a sementinha, regou todos os dias para a flor crescer e de repente ela vai lá, arranca a flor e diz é minha e tchau. Ingratidão dói, dói muito, tanto de eu não conseguir nem olhar mais para a pessoa. Perdôo. Os maiores livros de psicologia dizem que se você tem o dom de perdoar, você tem o dom do crescimento; se você agradece, tem o dom de prosperar. Admito já ter traído. Às vezes você trai por imaturidade ou por influência, no meu caso foi por vagabundagem mesmo.
GDS: Você tem uma filha, fruto do relacionamento com a cantora Kelly Key. Mesmo com a correria dos shows, consegue acompanhar o crescimento dela?
Latino: Tenho quatro filhos. Um moleque e três meninas. Não tenho nada combinado. Vejo duas ou três vezes por mês. Sempre que posso reúno meus filhos perto de mim sim, mas a gente faz o que pode.
GDS: E seu relacionamento com a Kelly Key é amigável?
Latino: Este relacionamento é página virada. Ela é mãe da minha filha e vamos que vamos, sabe qual é? E ponto final. (risos)
GDS: E o que você faz nas horas vagas em casa?
Latino: Escuto piano, música clássica, erudita. Músicas que estão fora do meu segmento. O piano clássico é um momento em que me emociono. É uma espécie de relaxamento, onde tento limpar minha alma dessa ousadia musical tão típica do meu estilo.
GDS: No clipe da música Amigo fura olho, a modelo Mirella Santos participa também. Como é trabalhar com a esposa? Vocês conseguem separar vida pessoal da profissional?
Latino: Eu não queria pagar cachê para uma mulher bonita e gostosa. Se for assim eu pago para a minha, pô. Ela também participou do clipe musical Sem noção, mas a contrataram sem saber que era a minha esposa.
GDS: Saiu na mídia, a informação de que desistiram do casamento tradicional e optaram pela união estável. Qual foi a razão?
Latino: Ela já estava algum tempinho comigo e meus advogados estavam preocupados, porque ela já teria o direito de esposa. Então optamos pelo contrato de união estável e ela curtiu bastante a idéia. Estamos juntos, porque nos gostamos e se não der certo cada um vai para o seu lado.
GDS: Pretende fazer uma tatuagem para homenageá-la ou sem tatuagens?
Latino: Não fiz e nem faço mais tatuagem de mulher nenhuma, já chega! Traumatizei (risos).
GDS: Segundo rumores, você ajuda algumas instituições de caridade, mas não faz questão que a opinião pública saiba. Essa informação procede?
Latino: Ajudo duas grandes entidades, mas não gosto de divulgar. É uma coisa minha e espiritualmente me faz bem.
Bate-bola Nome artístico: Latino Data de nascimento: 02/02/1973 Idade: 35 anos Comida favorita: Feijoada Viagem Inesquecível: México Show que lavou a alma: Reveillon Paulista 2005, estiveram presentes cerca de dois milhões de pessoas Ídolos musicais: Muitos, mas no momento Madona, Justin Timberlake e Timbaland Se não fosse cantor, seria: mágico e ilusionista. "Tenho o dom da magia!" Sobre a mídia: "Ela não precisa receber e sim apenas aceitar meu trabalho" |
Atualizado em 6 Set 2011.