Guia da Semana

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Todo mundo passou a contar o dinheiro depois da crise norte americana

Deixando de lado mulher e futebol, vamos falar sobre um assunto menos agradável, mas sempre presente nas últimas conversas de bar: a crise. Você já deve estar cansado de ouvir números, estatísticas e projeções, que não param de rondar nossas cabeças (e bolsos) de todos os dias. Mas em meio a esse turbilhão de informações econômicas, alguém já parou para responder onde aplicar o seu rico dinheirinho?

O mercado financeiro está abalado. O imobiliário, nem se fala. Nesses tempos incertos, o primeiro impulso é seguir o exemplo do Tio Patinhas e trancar todas as suas economias no cofre da sua casa. Mas como ninguém ganha em moedas de ouro, o jeito é fazer o seu suado lucro, ou ordenado, render de alguma forma. Para não ver seu dinheiro se esvaindo pelo ralo, conversamos com uma especialista no assunto, que adiantou alguns macetes para manter a crise longe da sua porta.

Limite de perdas

Na última década, o Ibovespa variou 119,71%, encerrando 2008 em nível parecido com o de outubro de 2006. Enquanto isso, o CDI acumulado foi de 303,63%. Ou seja, quem investiu na aplicação mais conservadora, teve menos rendimentos acumulados no período, que atingiram cerca de 28% na bolsa. "É melhor não aplicar nos títulos que acompanham a taxa de juros, que estão fortemente em queda. Os fundos aplicados em prazos maiores possuem vantagens tributárias, por isso se tornam mais atrativos", diz a consultora econômica Maria Fernanda Freire de Lima.

Mas a verdade é que pequenos investidores, em geral, preferem aplicações de renda fixa. Nesse caso, devem ficar atentos para o instrumento de renda escolhido. O investimento em um fundo variável, por exemplo, também significa aceitar um risco razoável e estar disposto a perder. Uma boa dica, nesse caso, é de estabelecer um limite de perda (conhecido no mercado como stop loss) e resgatar o investimento quando ele for atingido.

Qual é o seu perfil?

Apesar do imenso volume de informações disponíveis, nunca deve-se acreditar em conselhos genéricos, mas pensar em aspectos pessoais. É importante analisar o tamanho da sua riqueza financeira, a fase da vida, filho, perspectivas profissionais e de carreira, ou se pretende cursar um MBA, para definir se o seu perfil é de riscos. E se escolher arriscar, estar preparado para eventuais perdas.

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Os investimentos na bolsa esvaziaram o bolso de muitos

Nesse momento delicado, a melhor estratégia é manter-se calmo e racional. Além disso, é claro, ficar de olho em itens como prazos do investimento, liquidez e estudos sobre ações e renda fixa, para traçar uma estratégia clara de investimentos. "Uma ótima opção podem ser os títulos indexados pela inflação, disponíveis no Tesouro Direto. São de longo prazo, e chegam a pagar rendimentos acima de 7%, mais a correção da inflação. É uma opção para quem não precisa do dinheiro no curto prazo e não quer correr riscos", aconselha a consultora.

Bolsa x Fundos

Apostar em ações pode render retorno positivo em um dia, e no outro, resultados pouco agradáveis. Já aplicações de renda fixa, embora ofereçam menos lucro, possuem uma estabilidade de resultados. Então, para quem está encarando perdas frequentes, talvez seja melhor sair da bolsa. Mas na hora de abrir mão dos papeis, é preciso ter cautela e vendê-los paulatinamente, aproveitando a isenção de impostos para vendas de até R$ 20 mil.

Para quem pensa em se enveredar por esse caminho mais seguro (apropriado para aplicações de pequeno porte), o melhor caminho é por investimentos como o CDB (Certificados de Depósito Bancário), fundos de renda fixa, ou títulos pré e pós-fixados, que estão cada vez mais acessíveis ao cidadão comum.

Ajuda especializada

Ajustar as contas nesse período é fundamental. Afinal, todos estão sujeitos a um abalo, direto ou indireto, dessa fase conturbada do mercado. Cada investidor conhece seu próprio ponto ideal e necessidades. Portanto, o mais indicado é procurar um consultor especializado, para descobrir o quanto você pode (ou deve) investir. "Não se deve pensar que a crise é passageira. Por isso, é muito importante poupar nessa época e saber onde aplicar o dinheiro", aconselha a Maria Fernanda.

Palavra da economista

É importante avaliar possíveis perdas que não ocorreram no passado. Com o risco do banco quebrar, do fundo administrar mal os recursos, da economia mundial passar por uma crise ainda mais grave, vale fazer um acompanhamento mais detalhado da conjuntura econômica e de aspectos do mercado financeiro. Para isso, procure ler a respeito, se informar ao máximo e acompanhar a opinião de especialistas.


Atualizado em 6 Set 2011.