Guia da Semana

Foto: Divulgação

Os primeiros degraus (30% e 45% de cacau) dos chocolates AMMA, feitos para paladares antenados

Os chocólatras definitivamente não têm do que reclamar, principalmente aqueles que gostam de alimentar o coelhinho com bastante luxo. Se na Páscoa do ano passado estavam mais do que satisfeitos com a chegada da francesa Valrhona, agora comemoram a presença da marca belga Leonidas em nossas terras. Some ainda a explosão de opções brasileiras genuinamente orgânicas e temos uma boa mudança no cenário: saem o império das grandes barras e, ainda que nos primeiros passos, e assumem os pequenos formatos na hora de consumir essa iguaria maravilhosa feita com moléculas de theobroma, ais quais chamamos chocolate.

Até as grandes indústrias, como Nestlé, já se utilizam da estratégia, com o crescente espaço das caixas de especialidades nas gôndolas de supermercados. A alta procura mostra que nem o chocolate, nem o gosto do público consumidor é de todo igual. "Os brasileiros gostam dos recheios de frutas e de chocolates mais adocicados, como os ao leite. Já os europeus preferem os brancos ou mais amargos, e, em ambos casos, feitos de materiais com poucas misturas, menos açúcar e sem recheio", comenta Sébastien Hidalgo, representante da Leonidas no Brasil.

Aprendizado de sabor

Líder mundial no segmento bombons, a empresa está presente em 53 países e possui 1.400 lojas, principalmente na Europa, Ásia e América do Norte. Instalados por aqui desde setembro do ano passado, já abriram quatro lojas em São Paulo. Os próximos passos serão os shoppings Riosul, no Rio de Janeiro, e Muller, em Curitiba, com planos de totalizar 20 lojas até o final de 2012, por meio de franquias. "Os custos de importação são altos, o que encarece o produto e torna mais difícil avaliar expectativas em termos de números, mas imagino que vamos alcançar vendas entre três e quatro toneladas neste primeiro ano", comenta Hidalgo.

Foto: Divulgação

Com formas e sabores em mais de 120 opções, os Chocolates Leonidas aportam no Brasil com metas agressivas

Para ele, o brasileiro ainda é acostumado a comprar pela imagem, preferindo a caixa fechada a escolher seus próprios sabores. E é justamente esse o mercado da empresa, que trabalha com mais de 120 opções de bombons feitos com materiais frescos e importados de uma única fábrica. Para essa educação do paladar, vendedoras simpáticas e bem treinadas mostram ao consumidor as diferenças dos principais grupos (amargos com alta concentração, ao leite, recheados, etc).

Quem aposta também na formação de público é a brasileira Amma. Lançada há um ano, a empresa junta a bagagem e formação de Diego Badaró, quinta geração de cacauzeiros de Itacaré, sul da Bahia, com os conhecimentos de mercado de Frederick Schilling, fundador da Dagoba, marca pioneira em chocolates orgânicos nos Estados Unidos.

"A Amma trabalha somente com barras e tabletes, justamente por conta dessa formação de público. O primeiro lançado, o chocolate ao leite com 45%, já traz um sabor acentuado... achei que não ia pegar. Hoje, com um ano de mercado, o tablete de 85% já é o líder de vendas, e a empresa foca um tipo de público que já entende a importância de consumir um produto sustentável em toda a cadeia, da plantação à confecção da massa", conta Gabriela Borges, distribuidora e parceira da marca no mercado de São Paulo. Para a Páscoa 2011, trazem sacolas de 120 gramas (g) (com dois tipos) e de 240 g, com todos os seis sabores extraídos do cacau Parazinho, além de caixas degustação, com minitabletes de 5 g de cada tipo.

Das altas cozinhas para as esquinas

Foto: Divulgação

Fachada da loja Valrhona, na Alameda Itu, Jardins, em São Paulo

Pioneira no segmento a partir do lançamento em 1986 do Guanaja, chocolate com origem na Ilha de Madagascar e com 70% de concentração de cacau, a francesa Valrhona chegou ao Brasil pelas mãos do empresário Fábio Bonchristiano para a Páscoa do ano passado. Foi o empresário que procurou a empresa, que tem foco no mercado de food service para alta gastronomia, para abrir a loja na capital paulista.

"Nosso objetivo é criar um público que reconheça a qualidadedos nossos chocolates, e perceba a diferença e busque o produto para todos os momentos de consumo do dia, na hora do café, do chá e até na happy hour, acompanhando um vinho ou uísque", explica Bonchristiano.

Para isso, a loja nos Jardins investe em 30 tipos de bombons, seis diferentes sobremesas, como verrines com abacaxi e suflês com pralinés e nas caixas de degustação, com oito minitabletes de 5 g dos diferentes terroirs trabalhados pela marca. Os três produtos representam 65% das vendas. O empresário não abre mais detalhes de mercado, mas acredita que ainda há muito espaço no mercado brasileiro. "Mas importante do que ser o primeiro em vendas, o melhor reconhecimento é ver outras empresas, de grande e pequeno porte, fazendo chocolates parecidos com os nossos e ver esse padrão tomar pé no Brasil", argumenta o empresário.

Veja sete luxuosas doçuras em haute chocolate para se esbaldar


Atualizado em 6 Set 2011.