Hoje quero te perguntar uma coisa: o que você faz quando se sente borbulhar? Você não sabe o que é borbulhar? Sabe sim! Uso esse termo pra me referir a um estado de alma em que temos a impressão de que nosso sangue está em ebulição, porque todos os nossos sentimentos, informações e emoções parecem estar borbulhando dentro de nós, a ponto de sentirmos que, se não extravasarmos de alguma forma, vamos ter um troço!
Você já sentiu isso. E algo me diz que você também já desenvolveu uma reação a essa sensação, para livrar-se dela, e ficar mais tranquila, ou amenizá-la, transformando-a em algo real, apreciável por outras pessoas, e da qual você possa se orgulhar.
Muita gente, sem saber lidar com isso, se lança a soluções menos enriquecedoras. Há quem beba, quem se afunde nas drogas ou no sexo, quem importune todo mundo, quem fique agressivo, há os que mergulham numa orgia consumista...há infinitas formas de manifestarmos nosso cio criativo. À medida que vamos nos conhecendo, encontramos algo que realmente valha a pena, por nos acalmar e por transformar uma confusão de sentimentos em algo apreciável, em criação.
Minha proposta é que você pense no que faz quando tem essa sensação. Como é essa sensação? Como você reage a ela? Como descobriu qual a melhor forma de reagir a ela? Foi ainda criança? Em algum dia você percebeu que desde sempre amava fazer algo, e que nem se lembra quando foi a primeira vez que fez? Ou, ao contrário, que se lembra perfeitamente, tal a sensação de satisfação que sentiu? Ou foi algo que você foi descobrindo aos poucos, em uma busca por você mesma? O processo dessa descoberta foi natural? Você fez algum curso, ou teve um mentor na família? Ou havia uma vocação inicial, e você foi autodidata? Ou não foi nada disso, e você ainda não sabe o que fazer quando sente essa agitação interna?
Indo mais além, tente lembrar da satisfação que sentiu ao transformar essa agitação em algo bom. E em que momento você passou a fazer isso conscientemente, porque já sabia que aquele borbulhar indicava que precisava se entregar à criação de algo, porque isso lhe traria satisfação e alívio. Dedique-se a essa escavação dentro de você.
Não importa se o que você cria acaba realmente sendo apreciado por outras pessoas, ou se só você aprecia. Não importa se você publica, vende, engaveta, enfeita a casa, saboreia e dá pra outros saborearem...Não importa se o resultado do seu trabalho é maravilhoso, ou se você se acha muito aquém de suas próprias expectativas. E também não há problema se você ainda não descobriu o que fazer com o seu borbulhar. Pense sobre isso e vai começar a descobrir agora. Seus mecanismos, suas artimanhas, as manobras que faz pra se sentir bem consigo mesma. Pense no que te serve e no que não te serve. E, da próxima vez que se sentir borbulhando, mergulhe de cabeça e crie! Entregar-se a algo que gosta muito de fazer é fazer contato com você mesma, o que é imprescindível!
Quem é a colunista: Alguém que quer aprender e ensinar o que aprendeu de bom, pra não estar sozinha nessa...
O que faz: Escritora, ghost writer, blogueira, mãe, dona-de-casa, etcetcetc...
Pecado gastronômico: A minha torta de duas cores... humm...
Melhor lugar do mundo: Dentro de mim.
O que está ouvindo no carro, rádio, mp3: Tanta coisa... Los Hermanos, Cássia Eller, Adriana Calcanhoto, John Mayer, Alejandro Sanz, Seu Jorge, Marisa Monte, Nando Reis e por aí vai. .
Fale com ela: [email protected] ou acesse seu blog.
Atualizado em 6 Set 2011.