Guia da Semana

Por Caroline Afonso e Daniella Grinbergas



Fotos: Caroline Afonso
Da esquerda para direita: Valéria Carvalho, Paula Raia, as drags Sissi e Dindri e Cadu Millett

Eles são excêntricos, diferentes, e não há como negar que têm personalidade. Seus looks passam bem longe do que é básico e convencional aos olhos da sociedade. Pelos corredores da São Paulo Fashion Week, desfilam todos os estilos. Em meio às pessoas que seguem a moda, com suas batinhas e sandalinhas que são as tendências desse verão, destacam-se os "esquisitos".

Basta passar uma hora andando pelos corredores da Bienal e você encontrará vários deles pelo caminho, exibindo suas roupas e cabelos coloridos, piercings, coturnos, e tantos outros apetrechos exóticos. Uns fazem mais o gênero underground, abusando do preto, dos metais; outros, o estilo moderninho, com peças coloridas e looks ousados; e há os que misturam tudo e compõem um visual próprio. O importante é ser diferente, único e chamar atenção.

Adolescente rebelde
Nas ruas, com certeza, são o centro das atenções, mas na Bienal, pode tudo e eles se sentem em casa. A estudante Paula Raia, 17 anos, mora em Pilar, uma pequena cidade no interior de São Paulo, com apenas seis mil habitantes. Dá até para imaginar que a garota se destaca em meio à população local. "Acho que sou a única pessoa mais ousada da minha cidade. Nas ruas, as pessoas me olham de forma estranha, mas aqui na Bienal me sinto à vontade. A verdade é que gosto de ser diferente, pois não tem a menor graça ser igual a todo mundo", explica.

Atenção à dica!
A analista de marketing, Valéria Carvalho, 32 anos, conta que não basta compor um visual com peças que combinem entre si, se elas não combinam com você. "Não há nada mais cafona do que uma pessoa que está com uma roupa que não tem a ver com ela. Brega é você não ser você mesmo. Tem pessoas que ficam muito bem com roupas que eu jamais usaria, mas nelas fica maravilhoso. Feio é quando a pessoa tenta forçar um estereótipo e usar o que não tem nada a ver com ela. O meu estilo traduz exatamente o que sou. Amo vestidos e saias, não uso calças e tudo tem de ser bem colorido e alegre", conta.

Purpurinadas
E há também os que se aproveitam do visual ousado para trabalhar. É o caso das Drag Queens Sissi e Dindri. Elas trabalham para a marca Vide Bula, mas estavam no evento a passeio e, claro, caracterizadas. Quando perguntamos o por quê do look se não estavam trabalhando, a resposta foi imediata: "Somos assim 24 horas. Acordamos assim. Juro!" O modelito foi criado especialmente para o passeio pela Bienal.

Arrisque na produção!
Já o maquiador e produtor Cadu Millett, 30 anos, acredita que esse grupo de pessoas que se vestem de forma não convencional também dita uma tendência. "Nós fazemos com que as pessoas no Brasil se vistam melhor, arrisquem mais na produção, mostrem quem são. Esse é o principal. Claro que já fui muito discriminado por causa do meu estilo, mas meu lema é insistir, persistir e nunca desistir! Independente do preconceito, o importante é você se encontrar, ser você mesmo", aconselha.

Atualizado em 6 Set 2011.