Guia da Semana

Após a agressão, é importante que a mulher procure o hospital mais próximo ou delegacia. O Ministério da Saúde assegura que "todas as unidades de saúde que tenham serviços de ginecologia e obstetrícia constituídos deverão estar capacitadas para o atendimento a esses casos (de estupro). É preciso que a unidade esteja apta a atuar com presteza e rapidez nesse tipo de atendimento, de modo a evitar-se maiores danos à saúde física e mental da mulher".

No hospital, ela deverá fazer todos os exames ginecológicos, tanto de rotina como aqueles que diagnosticam doenças específicas sexualmente transmissíveis. Após esses exames, ela vai ingerir a pílula do dia seguinte e os remédios necessários para prevenir AIDS, Hepatite B e outros problemas.

De acordo com a ginecologista Sandra Novaes, a probabilidade de uma mulher contrair qualquer doença é maior do que no homem. Se ela nunca teve relações sexuais anteriormente, podem acontecer hematomas e hemorragias. "Na delegacia, ela irá passar por uma perícia e, caso tenha algum ferimento maior ou uma hemorragia, pode ser resolvido no próprio Instituto Médico Legal - IML."

Foto: Sxc.hu


Apesar da AIDS só poder ser diagnosticada cerca de dois anos depois, há coquetéis de prevenção para serem tomados nas primeiras horas, segundo o ginecologista Eduardo Alfredo, daí a necessidade de buscar por apoio o mais rápido possível.

A psicóloga do programa Bem Me Quer, que atende vítimas da violência sexual no hospital Pérola Byington, Daniela Pedroso, explica que é possível evitar muitos problemas se a pessoa for atendida até 72 horas depois do estupro. No hospital, eles cuidam de mulheres de todas as idades e crianças (meninos até 12 anos).

Quando chega ao local, a vítima recebe o pronto atendimento com as medicações necessárias. Em seguida, ela vai para o serviço social que a encaminha ao psicólogo e ao ginecologista. Não é necessário fazer B.O. (Boletim de Ocorrência) se ela não quiser.

O atendimento psicológico será realizado por quanto tempo for necessário, individual ou em grupo, enquanto que o ginecológico segue por seis meses. A mulher possui também o direito ao abortamento, caso tenha chegado tarde demais para evitar a gravidez, e os profissionais procuram mostrar quais são as outras opções, desde ter o filho até encaminhar para a adoção.

No local, 40% a 60% dos atendimentos são feitos em crianças. "As mulheres chegam aqui muito deprimidas, choram muito. Já as crianças não têm a mesma reação, elas não percebem o que está acontecendo, principalmente quando é um abuso crônico, onde o pai, por exemplo, já faz aquilo com freqüência", explica Daniela.

Tratamento de socorro obrigatório publicado pelo Ministério da Saúde

Para dar apoio à vítimas de estupro, devem ser prestados os seguintes serviços:

? prevenção da gravidez pós-estupro, com prescrição da anticoncepção de emergência que impede a gravidez em até 98% dos casos se a mulher procurar o serviço de saúde em até 72 horas após o estupro. O método tem mecanismos de ação semelhante aos demais anticoncepcionais hormonais;
? prevenção das doenças sexualmente transmissíveis;
? prevenção do vírus do HIV;
? prevenção da hepatite B;
? assistência psicológica;
? atendimento clínico e ginecológico;
? orientações para doação do recém-nascido quando a mulher tomar esta decisão;
? encaminhamento das vítimas à delegacia e instituto de medicina legal sempre que receber relato de estupro ou outro tipo de violência sexual;
? atendimento humanizado para a gestante que não aceita levar a gravidez adiante.


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Atualizado em 6 Set 2011.