Guia da Semana

Foto: Sxc.hu
"Tamanho não é documento." Para a maioria dos homens, não é bem assim. Símbolo de masculinidade, o pênis gera muitas dúvidas e complexos no universo masculino. O maior fantasma ainda é o tamanho do órgão que, na cabeça deles, é o que determina o prazer da mulher na hora da relação sexual.

De acordo com o urologista Ricardo De La Roca, os homens mais gordinhos, por exemplo, por haver um excesso de pele sobre o pênis, pensam que possuem um órgão menor e a insegurança acaba gerando baixa auto-estima, ejaculação precoce e até impotência sexual.

O tamanho médio de um pênis é de 10 cm em repouso e 16 cm em ereção. Para ser considerado pequeno, deve ter menos de 8 cm em ereção e, quando grande, tem 22. "De qualquer forma, não é isso que determina o prazer. O homem precisa saber utilizar. Quando ele acredita que o tamanho influencia, acaba ficando ansioso e gerando uma grande quantidade de adrenalina na corrente sanguínea, o que pode causar a impotência", explica o especialista.

A mulher tem um papel importante para ajudar o companheiro. Quando ela nota que ele está tomando atitudes estranhas referentes ao sexo, como fugir da relação ou ter uma ejaculação muito rápida, é necessário que ela não pense que o problema está nela.

Caso a questão seja um fator emocional, o homem deverá ser encaminhado para uma terapia. Se o problema for físico, como hormonal, pessoas com excesso de pele e até curvatura peniana, um urologista deverá ser consultado.

Cuidado!

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As grandes dúvidas em relação ao pênis são geradas entre garotos de 18 a 24 anos, pois eles estão iniciando sua vida sexual. São também eles as maiores vítimas de remédios e clínicas que prometem alongar o pênis ou aumentar a ereção.

No mundo inteiro são disparados diariamente 20 a 25 spams relacionados ao aumento do pênis. De La Roca lembra que é preciso ter cuidado com aquilo que se faz, pois o órgão responde a estímulos nervosos que podem ser interferidos com determinados procedimentos. A prótese de seio em uma mulher corresponde a uma parte estática do corpo, diferente do pênis, que aumenta e diminui.

Esticadores e fisioterapias também podem ser perigosos, pois o uso desses métodos formam microfissuras e partes endurecidas. Com isso, o sêmen não consegue circular corretamente, em função das cicatrizes, o que faz com que haja problemas de ereção.

Outro cuidado a ser tomado são clínicas que prometem grandes milagres em atendimentos personalizados. "Eles injetam um produto que promete 30 a 40 minutos de ereção. De um a dois anos após o tratamento, o homem começa a ter problemas e volta no local. Lá, eles dizem que ele tem fibrose e começam um novo tratamento", explica o urologista.

É importante lembrar também que remédios como Viagra ou Cialis, que aumentam a ereção, podem causar dependência. De acordo com De La Roca, estudos recentes comprovam que esses medicamentos e similares retardam a produção de uma proteína que fica na cabeça do espermatozóide. Ela é a responsável pela perfuração do óvulo, ou seja, com sua diminuição, aumenta a taxa de infertilidade masculina.

Também é possível que pacientes consumidores desse tipo de remédio desenvolvam o priapismo, uma ereção dolorosa com uma média de seis horas que forma coágulos de sangue dentro do pênis, tornando-se necessária a limpeza.

Principais dúvidas

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1) O pênis quebra?

Apesar de não possuir osso, o pênis pode quebrar quando está ereto. As causas são movimentos bruscos, principalmente durante o ato sexual. O tratamento é uma cirurgia de emergência que remove os coágulos formados e "costura" a ruptura no corpo cavernoso. O pós-cirúrgico deve incluir abstinência sexual de cerca de um mês. Caso não se faça a cirurgia a tempo, existe o risco de impotência ou de o pênis ficar torto.

2) Quando ter um pênis torto é sinal de problema?

Uma curvatura de até 30 graus para qualquer um dos lados não é sinal de problema. A partir desse valor e com uma ocorrência no centro do membro, pode se tornar um. Quando é de nascença, é chamado pênis curvo-congênito. Quando aparece na fase adulta, pode ser conseqüência da doença de Peyronie, uma inflamação que atinge cerca de 10% dos brasileiros. No primeiro caso, é recomendada a cirurgia de correção e, no segundo, o tratamento clínico pode melhorar ou estabilizar o problema. Em último caso recomenda-se a cirurgia também.

3) O pênis cresce?

Sim, ele continua crescendo de acordo com o restante do corpo, ou seja, atinge o pico de crescimento entre 13 e 17 anos. Mesmo assim, pode continuar se desenvolvendo durante a fase adulta, entre 21 e 23 anos.

4) O pênis enruga?

Não, o que enruga é a pele que encobre o órgão, igual a qualquer outra parte do corpo. Isso acontece, geralmente, a partir dos 75 anos.

5) Até que idade é possível manter relações sexuais e ereção?

O desejo não se modifica com a idade, embora possa haver a diminuição de testosterona no sangue. De acordo com De La Roca, "a abstenção do fumo e do álcool, a prática de exercícios físicos regulares, a manutenção de um peso adequado são medidas importantes. Assim como o corpo, a sexualidade precisa ser exercitada. A atividade sexual na velhice não é de forma alguma prejudicial ao organismo. Muito pelo contrário, a prática regular da atividade sexual é benéfica. Suas repercussões, tanto físicas quanto emocionais, permitirão ao homem um envelhecer com melhores possibilidades".

6) Por que um pênis ereto pode ficar com sobras de pele?

O excesso de pele chama-se fimose. Ele não tem função, mas facilita infecções. A recomendação é retirá-lo através da cirurgia, desde que haja necessidade do processo comprovada.

7) Qual a quantidade normal de esperma por ejaculação?

O número varia entre dois e cinco mililitros, dependendo do período de abstinência sexual, idade e excitação.

8) Ejacular com sangue é sinal de doença?

A hemospermia significa que há sangue no esperma ou na ejaculação e pode acometer homens de todas as idades. Muitas vezes não há nenhuma gravidade. Sintomas como dor ou ardor na uretra não significam que existe uma doença grave como câncer. A questão do sangue pode estar relacionada a processos infecciosos na próstata, vesícula seminal, uretra, hipertensão arterial ou fatores de causa indeterminada. Outras razões podem ser coito interrompido, abstinência sexual prolongada, hemorragia pós-ereção quando se utiliza o aparelho de vácuo - para auxiliar nos casos de disfunção erétil - ou trauma da mucosa uretral. Homens que tomam anticoagulantes ou utilizam adesivos plaquetários para afinar o sangue podem ter algum vaso sanguíneo interrompido durante a ejaculação, expelindo sangue.

Colaborou:
? Ricardo De La Roca
Fone: (11) 3053-6960 / 3053-6961

Atualizado em 10 Abr 2012.