Guia da Semana




"Conheci meu marido durante uma festa de amigos em comum. Simpatizei com ele logo de cara. Foi uma paixão fulminante, nos dávamos muito bem. Do namoro para o casamento foi muito rápido, menos de um ano. Ele sempre me mostrou que gostava de beber, mas achei que aquilo não seria um problema. Depois de casados a paz durou pouco. No primeiro mês ele já começou a mostrar um ciúme doentio, dizia que era dele e mais ninguém, não podia ver minhas amigas, até com a minha família ele começou a implicar. Cada dia que passava ele ficava mais agressivo e passou a me xingar com freqüência. Começou a chegar em casa bêbado e um desses dias aconteceu a primeira agressão física. Um tapa na cara. Não tive coragem de contar para ninguém. Tinha vergonha das minha família e dos meus amigos e, no fundo, também não queria que ninguém fizesse nada contra ele. Tinha certeza que aquilo não ia se repetir. Mas estava enganada. As agressões tornaram-se mais violentas e freqüentes, até que um dia ele me machucou de verdade. Durante uma discussão ele me acertou o soco e eu cai da escada fraturando um dos pés. Minha família descobriu e tomei coragem para denunciar. Hoje ele está preso e eu me sinto aliviada".

Patrícia G*, 32 anos

"Meu pai morreu quando ainda era pequena. Cresci vendo a minha mãe se esforçar muito para cuidar de mim e dos meus irmãos. Ela sempre foi carinhosa, apesar de rigorosa. Há uns dois anos ela conheceu um cara mais novo e, pela primeira vez, depois de anos vi ela se envolver com alguém de verdade. No começo o cara parecia ser bacana, responsável mesmo sendo 12 anos mais novo que ela. Com o tempo eu fui percebendo que o comportamento dela foi mudando, ficando mais nervosa, de mal humor e até mais agressiva. Depois vieram as discussões entre os dois, mas não nunca me meti. Até que um dia ele bateu na minha mãe. Fiquei furiosa, mas minha mãe me acalmou e disse que isso não iria se repetir. Ele foi morar com a gente, mesmo debaixo de todos os meus protestos. Me irritava que ele se sentia o dono de tudo e a minha mãe parecia que estava cega. As brigas continuavam e eu evitava não ficar por perto quando isso acontecia. Até que na noite de ano novo, ele agrediu a minha mãe novamente. Não pensei duas vezes e parti em defesa dela. Ele bateu o meu rosto em um móvel e eu desmaiei, depois disso ele tentou me enforcar, foi quando o meu cunhado apareceu. Para minha surpresa, minha mãe ficou do lado dele e para piorar me expulsou de casa, me acusando de querer estragar a felicidade dela. Hoje moro com a minha irmã e não falo mais com a minha mãe e ainda virei a vilã da história".

Janaína*, 19 anos

* Os nomes foram alterados a pedido dos entrevistados

Atualizado em 6 Set 2011.