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Plástica para os pés

As norte-americanas estão utilizando procedimentos cirúrgicos para deixar os pés mais bonitos. No Brasil, a moda ainda não pegou.

Por Redação Guia da Semana

Foto: Photocase.de
Na Antiga China, as mulheres apertavam seus pés em sapatos para que eles ficassem mais bonitos. Os dedos eram quebrados e enfaixados, tomando o formato que elas consideravam ideal para a beleza feminina. Viajando para o Ocidente, de acordo com uma notícia publicada na Revista Galileu de janeiro deste ano, a moda entre as norte-americanas agora é lipoaspiração do tornozelo, cirurgia plástica nos dedos (para deixá-los mais finos e menores) e aplicação de botox no pé. No Brasil, a febre ainda não apareceu e os cirurgiões afirmam que tais procedimentos são apenas reparadores.

Na verdade, a aplicação da toxina botulínica é utilizada para tratar o excesso de suor, problema denominado hiperhidrose. Nesses casos, o procedimento é feito em consultório, com anestesia local. O botox paralisa a musculatura durante seis meses, diminuindo a quantidade de suor expelido. No caso das estadounidenses, o que elas buscam é aliviar a dor ao usar sapatos altos.
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O tratamento é feito na região plantar dos pés e dedos, com inúmeras aplicações (micropunturas), de acordo com as condições de cada paciente, como explica a cirurgiã plástica e diretora do Departamento Científico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo, Cláudia Nunes Machado. O processo dura cerca de 40 minutos e necessita de repouso de um dia. Em seguida, é possível voltar às atividades normalmente.

Os resultados podem ser percebidos uma semana depois e uma boa higiene com sabonete medicinal é o suficiente no pós-operatório. O cirurgião plástico André Luis Vieira recomenda também evitar a exposição dos pés em atividades que envolvam poeira, graxa e outros. As contra-indicações incluem pessoas alérgicas à toxina, gravidez, aleitamento materno, infecção no local de aplicação, distúrbios neuromusculares com envolvimento da placa motora e casos de febre ou qualquer sinal de doença que não esteja esclarecido. O valor é cerca de R$300,00 a R$900,00. A aplicação diminui em até 80% os sintomas da hiperhidrose e não necessita de internação. A técnica é reversível, não provoca suor compensatório (em outras partes do corpo) e não há complicações cirúrgicas. Em relação aos riscos, existe a probabilidade de desenvolver manchas, dor e, com baixa freqüência, cefaléia e náuseas.

Lipoaspiração no tornozelo

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A vice-presidente da Academia Brasileira de Medicina Anti-Envelhecimento - ABMAE e membro da International Confederation for Plastic Reconstrutive Aesthetic Surgery, Edith Kawano Horibe, conta que a cirurgia é indicada para melhorar o contorno dos tornozelos com excesso de gordura. A anestesia é local e pode ser utilizada a sedação para controlar a ansiedade do paciente. O tempo varia de uma hora a uma hora e meia, dependendo do caso, que pode ter outros problemas associados.

É feita uma incisão na parte interna do tornozelo e a cicatriz tem cerca de dois milímetros, de acordo com a cânula que foi utilizada. O processo fica a critério do cirurgião, que pode escolher uma lipoaspiração normal, com seringa, por ultrassom ou peristáltica. É importante que o paciente não fume dez dias antes e depois da cirurgia, para evitar problemas circulatórios.

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Durante a consulta pré-operatória, é feita a anaminési (histórico do paciente), exames físicos, fotografias, exames laboratoriais de rotina e checagem do lado emocional do paciente. Após a operação, há um curativo no local da lipoaspiração que deverá permanecer cerca de um a dois meses. Na primeira semana, é importante manter as pernas elevadas para que não haja inchaço, além de realizar a drenagem linfática. O sol deve ser evitado no primeiro mês e o protetor solar aplicado sempre que o paciente sair de casa. Se a gordura retirada foi pouca, pode-se voltar às atividades normais após um mês. "O grande benefício é aumentar a autoconfiança e auto-estima, melhorando a qualidade de vida do paciente", lembra Edith. As contra-indicações englobam gestantes, pessoas com varizes, úlceras e diabetes. Não há uma idade mínima para realizar o procedimento.

Cirurgia dos dedos
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Os dedos podem apresentar diversas patologias. As cirurgias mais procuradas, no entanto, são para corrigir sindactilia (dedos unidos) e polidactilia (dedos a mais).

Sindactilia: a cirurgia é feita com anestesia troncular (na proximidade do nervo pudendo), com bloqueio nos pés. A operação é reparadora e não estética. É realizada uma marcação com desenho de linhas e uma incisão nos locais marcados. Um enxerto é inserido dos dois lados e pode ser retirado de locais como barriga, virilha e pulso. Após o enxerto local, é feito um curativo em cada dedo separadamente, deixando-o até que haja a integração da pele colocada e reparação de todos os cortes efetuados. Por fim, o paciente inicia a fisioterapia para dar melhor mobilidade aos dedos.

Polidactilia: quando há mais do que cinco dedos no pé, o pré-operatório é feito com radiografia, estudo radiológico para ver qual dedo está ativo e a cirurgia de retirada com anestesia de bloqueio ou aquela que o cirurgião preferir.

Nas duas operações, após a cirurgia, o paciente deve ficar imobilizado e deitado, limitando seus movimentos. As pernas devem permanecer para cima e, nas três primeiras semanas, os cuidados precisam ser maiores. Não há idade mínima, mas é comum crianças na pré-escola realizarem o processo, pois os problemas começam a incomodá-las. O cirurgião plástico Alvaro Luiz Cansanção explica que outras cirurgias reparadoras que podem ser realizadas nos dedos são de doenças degenerativas (como Dupuytren), tumores, queimaduras, lesões traumáticas e até mesmo amputações.



Cuide do seu pé!

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O acupunturista Diego Assumpção conta que os pés possuem pontos reflexos que correspondem a órgãos, glândulas e estruturas do corpo. No entanto, as operações não prejudicam outras partes do organismo. Mesmo assim, os pés merecem ser bem cuidados. Para isso, fuja de sapatos altos e desconfortáveis, que causam esporão de calcâneo (crescimento ósseo), fascite plantar (dor na planta do pé), dores e até desvios na coluna vertebral. Se for obrigada a usar esses acessórios, a dica é aliviar os sintomas com acupuntura, palmilhas, reflexologia ou massagens. A terapeuta estética Maria Regina Souza conta que os sapatos fechados deixam a pele dos pés mais grossa, por não permitirem que ocorra a respiração da mesma. Palmilhas grossas possuem o mesmo efeito. Andar descalço não traz prejuízos, mas evite fazer isso em solos quentes ou superfícies que possam trazer riscos, como pedras. A dermatologista Paula Penna indica hidratar os pés com cremes à base de uréia, lactato de amônia ou ácido glicólico. Ela lembra também que os sapatos apertados podem causar descolamento das unhas.

Deixe os pés macios
Tratamento à base de Mel: primeiro, faça a higienização e, em seguida, uma massagem relaxante. Para finalizar, borrife água termal e deixe agir por 20 minutos. A massagem deve ser realizada com cremes específicos para cada tipo de pele, variando a composição entre uréia, damasco, lufa e mel.



Colaboraram:
? André Luis Vieira
Downtown - Av. das Américas, 500, Bl. 20, Sl. 213 - RJ
Fone: (21) 3433-8354
? Cláudia Nunes Machado
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional São Paulo: Av. Pacaembu, 746, 6º andar, Perdizes - SP
Fone: (11) 3825-9685 / Fax: (11) 3666-1635
? Edith Kawano Horibe
Fone: (11) 3842-0744
? Alvaro Luiz Cansanção
Downtown - Av. das Américas, 500, Bl. 08, C.320 - RJ
Fone: (21) 3171-3171
? Diego Assumpção
Downtown - Av. das Américas, 500, Bl.04, Lj. 126 - RJ
Fone: (21) 3153-7856
? Maria Regina Souza
Ateliê da Beleza - Av. Rio Branco, 135, 2º pavimento, Centro - RJ
Fone: (21) 2235-5232 / (21) 2232-5243

Atualizado em 6 Set 2011.

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