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Parece até uma piada, né? Mas felizmente é verdade mesmo. Eu tive um cliente político que gostava de apanhar, para ser bem exata, ele ainda deve gostar. Sexo é assim, sempre progressivo, depois que você chega em um determinado estágio de maior "complexidade" é difícil retornar a um ponto de menor perversidade.
Para quem já morreu de vontade de dar uma cuspidinha em um político, anime-se, você pode até não ter conseguido fazer, mas tenha certeza de que eu e a minha amiga fizemos por você. (risos!)
Só que deu trabalho, foi difícil, um saco e eu tive que repetir a dose. Só o dinheiro e o fato dele ser político que era bom. No demais foi dureza, não dele, nossa mesma que tivemos que esbofetear, xingar, cuspir, chicotear e pisar em um político acima do peso por duas horas consecutivas, e olha que depois ele pediu bis. Eram 22 horas da noite e eu tive que ir novamente até o motel, porque ele ainda não estava satisfeito.
Queridos, só sinto informar: acho que o dinheiro era público, mas vamos fazer o que, né? Pelo menos alguém "do povo" pôde aproveitar alguma coisa do real que foi um dia tirado do contribuinte e amontoado no bolso dele.
Duas horas da tarde toca o meu celular e o cliente fala que gostaria de duas garotas para comemorar o aniversário dele, levei uma amiga minha junto. Como era uma data especial e eu não estava em um "Dia F..." e, portanto de bom humor, resolvi fazer uma surpresa a ele e ir vestida de dançarina do ventre.
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Legal, o cliente estava pagando bem mais do que os outros, sentimos que ele tinha bastante dinheiro, afinal estava hospedado na suíte presidencial do melhor motel da cidade. Então enfiamos a faca mesmo, fui de dançarina para agradar e também para encher lingüiça, porque naquelas de dançar eu ficava uma meia hora desfilando pelo quarto, dando umas chacoalhadas de quadril e por isso matando o tempo.
Sem contar que o cliente iria sair muito feliz, pois quem não quer ganhar de aniversário duas garotas de programas "namoradas" dançando a dança do ventre? Ahhhhhhhhhh, não venham me enganar... (risos). Todo homem que estiver lendo essa história agora já está até se imaginando no meio delas.
Bem, chegamos lá e ele estava deitado, minha amiga o reconheceu na hora. Ela veio de Brasília e conhece os políticos, ele pediu sigilo. Havia vindo de avião para Florianópolis resolver questões profissionais e de lá pegou um helicóptero em direção a Balneário Camboriú. Tinha um estilo preguiçoso (novidade!) e logo que trocamos as primeiras palavras ele foi esclarecendo como seria a comemoração do seu aniversário: No maior estilo "Rock Paulera!" Não era nada de música árabe, era rock in roll no CD. Nada de romantismo, tudo de masoquismo. Nada de encher lingüiça, era colocar a mão na massa para valer.
Bem, cliente está pagando alto, cliente manda! Ainda mais se não vai doer em mim! Arregacei a saia da dança, minha amiga pegou o chicote, subi em cima dele e começamos a sessão terápica. Eu cuspia, ela batia na cara. Eu xingava, ela chicoteava. Eu pisava, ela puxava o cabelo. Algemei, ela torturou:
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- Menino mau, não se comportou direito, agora vai ficar de castigo! Pede perdão para a mamãe aqui (paft!), está doendo? (chiptzzzz) diz para mim que dói muito, quero fazer doer mais (cuspi). Seu porco imundo. Vai fazer o que eu mandar agora, vai comer na minha mão, senão vou te comer. Amiga, passa o vibrador para mim agora!!!!
E foi exatamente assim por duas horas, no final da primeira hora eu estava pedindo água, ele pedindo mais.
- Seu porco imundo, não está vendo que eu não tenho mais saliva?
- Abre um champanhe, coloca na boca e joga em mim! (E lá vai mais dinheiro público).
Duas horas pareciam intermináveis, fizemos sessão terápica nele e de descarrego em nós. Tudo o que eu tinha entalado na garganta resolvi colocar para fora. Minha amiga disse que saiu de lá com a sensação de ter feito a Terapia do Grito, de tanto que xingou!
Quando tudo acabou eu pensei: "Finalmente. Que bom que ele sobreviveu nas nossas mãos, "espero que bata as botas" na próxima de alguém, uma dessas por semana e dá morte certa por espancamento."
Preço acertado, trabalho feito, é hora de partir, nos despedimos dele. Parecia um mendigo feliz, surrado, descabelado e roxo. Em casa dou falta de um dos objetos da minha maleta de acessórios, a algema!
ELE ROUBOU A MINHA ALGEMA!!!!!
Quem é a colunista: Vanessa de Oliveira
O que faz: Escritora, ex-garota de programa, enfermeira e empresária da linha de Lingerie Vanessa de Oliveira.
Pecado Gastronômico: Assumo, confesso e nego tratamento: sou compulsiva por comida, estou sempre comendo, na cama, na frente do micro, enquanto dirijo... e quase tudo tem chocolate.
Melhor Lugar da Cidade: Parque do Ibirapuera.
Para Falar com Vanessa: acesse o blog da autora
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Atualizado em 10 Abr 2012.