Guia da Semana

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A maioria das pessoas acredita que tem boas ideias - e tem mesmo. Não falo daquelas que possuem um rasgo de genialidade. Essas são mais raras, mas falo de boas ideias, as que, de fato, podem ajudar.


Vale ressaltar que ter boas "sacadas" de maneira descompromissada é uma coisa bem diferente de quando se precisa delas. Isso de desenvolver boas ideias sob medida e de acordo com a demanda é um exercício; consiste no desenvolvimento de uma competência. Competência essa que, aliás, muito beneficia a vida de seus possuidores.

O fato é que a maioria das pessoas tem boas ideias, destas que agregam, mas poucas delas chegam a se materializar para o bem de todos. Por quê? Há muitas razões para isso. Vejamos algumas.

Uma primeira e alarmante razão é que as pessoas (mesmo as mais destacadas) muitas vezes não entendem, de fato, o que estão fazendo e sobre o que estão falando. Existe muita representação nos mais variados ambientes, espécies de atores que fingem saber o que, em verdade, ignoram.


Por isso, não se assuste se uma boa ideia, daquelas embasadas, conceitualmente corretas e dotadas de extremo bom senso, não estiver sendo ouvida e entendida. Há muito mais pessoas despreparadas para ouvir uma boa ideia do que você imagina.


As demais causas são mais evidentes, por isso as comentarei brevemente. A segunda consiste no comportamento medíocre de alguns em não deixarem que as boas ideias dos outros apareçam. Assim, pessoas que têm o poder de levá-la adiante não o fazem porque a ideia não é delas ou não poderão se beneficiar - ao menos parcialmente - de sua autoria. Para manter você low profile, estas pessoas impedem suas ideias de seguir em frente.


A terceira é a tendência em evitar a prevalência de mudanças. Claro que todos sabem que a mudança é a tônica da vida (inclusive corporativa) mas, aí, vem a famosa barreira "no meu espaço, não!".

As pessoas são a favor da mudança sempre que esta não envolva muito esforço para ser adotada (mesmo quando os benefícios são evidentes) e não as obrigue a sair da sua zona de conforto. Assim, uma ótima ideia é "apagada" antes que gere essa onda de ações, cujo efeito cascata significa desconforto para alguém.


A quarta pode ser a carência de atenção. O fato de você estar sugerindo uma boa ideia não necessariamente significa que você a esteja apresentando bem. Se ela for incrível, mas você não tiver a arte de colocá-la bem, com impacto e persuasão, você corre o risco de que ninguém te leve a sério e não percebam o seu devido valor. Muitas ideias não são ouvidas porque falhamos ao apresentá-las.


Sempre que uma boa ideia não estiver sendo aceita, lembre-se de checar as causas anteriores e guarde esta preciosa citação: "Toda verdade passa por três etapas: primeiro, ser ridicularizada, depois ser violentamente antagonizada e, por último, ser aceita universalmente como autoevidente" (Arthur Schopenhauer, O mundo como vontade e representação).


Leia a coluna anterior de Carlos Hilsdorf:

A mulher proativa

Quem é o colunista: Economista, pós graduado em Marketing pela FGV, é consultor, palestrante e escritor.

O que faz: Ministra palestras em empresas e eventos empresariais. É autor do Atitudes Vencedoras e do 51 Atitudes Essenciais para Vencer na Vida e na Carreira.

Pecado gastronômico: Costela ribs on barbie.

Melhor lugar do mundo: Com a pessoa amada, seja onde for.

O que está ouvindo no carro, rádio, mp3: jazz, blues, soul music, chorinho, MPB.

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Atualizado em 6 Set 2011.